
Estiveram também presentes, como convidados, o
Representante do Presidente da Comissão da Comunidade dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO) e Representante Especial na Guiné-Bissau, o Representante
Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, o Representante
da União Africana na Guiné-Bissau, o Representante da União Europeia na
Guiné-Bissau e o Presidente da Comissão para a Consolidação da Paz das Nações
Unidas e da Configuração Específica para a Guiné-Bissau.
O Conselho de Ministros reunido na sua XIII Sessão
Extraordinária, presidido por S. Excelência o Ministro dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação de Timor-Leste:
Saudou a determinação clara e inequívoca do povo da
Guiné-Bissau, manifestada massivamente aquando da realização das eleições
gerais e presidenciais, dos passados meses de abril e maio, que permitiu o
regresso à legalidade constitucional interrompida pelo golpe de estado de 12 de
abril de 2012.
Tomou boa nota da apresentação feita por Sua
Excelência o Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau sobre a situação política e os
desafios da governação, que o país enfrenta, nos processos de consolidação da
estabilidade, reformas do Estado e mobilização da ajuda internacional para a
reconstrução económica e o combate à pobreza.
Notou, com agrado, a evolução da situação
sociopolítica na Guiné-Bissau, não obstante a fragilidade ainda existente e as
enormes dificuldades técnicas e financeiras que as autoridades recém-eleitas
enfrentam, com vista ao restabelecimento da confiança abalada no passado recente
e à legitimação social da governação.
Congratulou-se com o relato verbal do Representante
Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Guiné Bissau, do
Representante da União Africana, do Representante do Presidente da Comissão da
CEDEAO, do Representante da União Europeia e do Presidente da Comissão para a
Consolidação da Paz das Nações Unidas e da Configuração Específica para a
Guiné-Bissau, que enalteceram e encorajaram os passos significativos que o país
tem dado no processo de estabilização, na melhoria da governação e no diálogo
político interno.
Saudou a formação de um Governo inclusivo, o que
constitui um manifesto sinal de tolerância e espírito de Unidade Nacional.
Considerou que o balanço dos primeiros cem (100)
dias de governação das actuais autoridades demonstra coerência nas decisões e
aponta as bases para uma governação séria, e encorajou o Governo a prosseguir
as reformas, visando a estabilidade política, económica e social, bem como a
consolidação do Estado de Direito Democrático e a proteção e promoção dos
direitos civis, políticos, económicos, sociais e culturais de todos os
guineenses, condições essenciais para a paz, estabilidade e desenvolvimento
duradouros.
Reiterou a importância da cooperação da CPLP com os
parceiros internacionais da Guiné-Bissau, nomeadamente a CEDEAO, a União
Africana, a União Europeia e as Nações Unidas e apelou ao aprofundamento dessa
cooperação.
Congratulou-se com a assinatura dos Memorandos de
entendimento entre a CPLP e a União Africana, e entre a CPLP e a CEDEAO, que
estabelecem as grandes linhas de colaboração visando a promoção da paz e
segurança, a governação democrática e dos direitos Humanos, a promoção do
desenvolvimento, da educação e conhecimento científico e tecnológico, a
irradicação da fome e da pobreza, entre outros.
Confirmou a necessidade da presença da CPLP em
Bissau, tanto para o acompanhamento do período pós-eleitoral, como para
promover a concertação e interação com o Governo e os parceiros regionais e
internacionais, incluindo a Organização das Nações Unidas, a CEDEAO, a União
Africana e a União Europeia, bem como os parceiros bilaterais em prol da
assistência internacional ao processo de normalização política e institucional
da Guiné-Bissau.
Decidiu a abertura de uma Representação da CPLP em
Bissau, financiada, inicialmente, por contribuições voluntárias dos Estados
membros através do Fundo Especial da CPLP e a ser, logo que possível,
incorporada no orçamento de funcionamento regular do Secretariado Executivo.
Constatou o estado precário do país, especialmente,
nos domínios da saúde - agravado pela ameaça da pandemia da ébola -, da
educação, da justiça e da administração pública no geral e decidiu criar um
programa especial, que sirva de mecanismo de coordenação da cooperação dos
vários Estados membros, com vista a apoiar, de forma mais eficaz, e que permita
ao Governo da Guiné-Bissau fazer face às situações mais prementes do país
naqueles sectores.
Encorajou as autoridades da Guiné-Bissau a acelerar
o processo da normalização da vida política, económica e social do país, com
vista a promover a coesão, condição essencial para a estabilidade e progresso
do país.
Encorajou o Governo a prosseguir "as reformas do sector de defesa e segurança" tidas como cruciais para a manutenção da
estabilidade na Guiné-Bissau, sublinhando, a este respeito, a importância da
Comunidade internacional em apoiar as autoridades da Guiné-Bissau na
implementação destas reformas, nos seus vetores técnico, financeiro e de
condições de estabilidade.
Sublinhou o papel positivo que a ECOMIB desempenhou
na manutenção da estabilidade.
Encorajou as autoridades da Guiné-Bissau a concertar
com a CEDEAO, e outros parceiros africanos, o mandato de uma ECOMIB
reconfigurada para apoiar a implementação das reformas.
Notou, ainda, as vantagens de tal mandato vir a ser
reconhecido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para gerar confiança
internacional no processo de reformas e facilitar o seu cofinanciamento.
Reafirmou o papel relevante que a CPLP, em
coordenação com os parceiros internacionais da Guiné-Bissau, deve desempenhar
na concessão de apoio técnico ao país, considerando as facilidades
proporcionadas pela língua comum e pelo modelo administrativo e a experiência
dos seus Estados membros na cooperação com a Guiné-Bissau.
Recomendou à Reunião de Pontos Focais de Cooperação
e ao Secretariado Executivo para ter em atenção as necessidades prementes do
país, no sentido de elaborar projetos e programas no domínio de segurança
alimentar e nutricional, por via da campanha “Juntos contra a Fome” e da
Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional da CPLP.
Saudou a iniciativa da revitalização do Grupo
Internacional de Contacto (GIC), que constitui um quadro institucional de
acompanhamento de ações e iniciativas levadas a cabo pelas autoridades da
Guiné-Bissau, com vista a promover, encorajar e apoiar as melhores práticas de
boa governação e o financiamento de programas de desenvolvimento.
Sublinhou, a este respeito, que o GIC deverá ter em
conta a tomada de decisões, a curto prazo, pelo Conselho de Segurança das
Nações Unidas quanto à renovação e atualização do mandato do UNIOGBIS e
reconhecimento do mandato da ECOMIB reconfigurada para apoiar as reformas do
setor de segurança e defesa, e que aquele poderá ainda servir para mobilizar a
Comunidade internacional para a Mesa-Redonda de Doadores da Guiné-Bissau a ter
lugar no início de 2015.
Apelou, pois, à participação e coordenação dos
Estados membros nas reuniões do GIC e nos órgãos das Nações Unidas para
promover as posições da CPLP e apoiar a Guiné-Bissau.
O Conselho de Ministros saudou a República
Democrática de São Tomé e Príncipe, a República de Moçambique e a República
Federativa do Brasil pela recente realização de eleições credíveis, livres e pacíficas.
O Conselho de Ministros saudou a eleição da
República de Angola, como membro não permanente do Conselho de Segurança das
Nações Unidas; e da República Portuguesa para o Conselho de Direitos Humanos.
Os Ministros agradeceram as excelentes condições
criadas pelo Governo da Guiné-Bissau para a realização desta Reunião.
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