segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Como somos difíceis de perceber, quando a pretexto de interesses pessoais e outros, que não o interesse nacional da Guiné-Bissau

Por vezes não consigo compreender como é que os guineenses, positivamente falando, apontam Cabo-Verde como referência de tantas práticas e de tantos sucessos, de Governação, de Democracia e de Consolidação de um Estado de Direito, sem ter em conta que Cabo Verde é, a exemplo da Guiné-Bissau, um país com um regime semipresidencialista...

Ou seja, elogiamos países com regimes semipresidencialistas, mas achamos que, o nosso país não está bem, não pode estar bem, porque deve ter um regime presidencialista, ao invés de semipresidencialista...

Então, os sucessos de Cabo-Verde, devem ou não ser associados ao seu regime semipresidencialista; à estabilidade política e governativa; ao respeito pelos limites das competências de todos os órgãos de soberania...?!

Como somos difíceis de perceber, quando a pretexto de interesses pessoais e outros, que não o INTERESSE NACIONAL, nos tornamos contraditórios dos nossos posicionamentos, porque, na verdade, somos um povo com pouca ou nenhuma convicção...

Já não queremos o semi-presidencialismo, quando nunca chegamos a testar convenientemente e no período de quatro anos de uma Legislatura legitimada, o modelo em causa numa Governação Estável e focada para o cumprimento das funções do Estado;

Já não queremos o semipresidencialismo ignorando que a má governação e os desmandos de governantes que nunca souberam assumir e interpretar as suas atribuições e competências consagradas na Constituição da República, foram as principais razões do nosso atraso e das cíclicas convulsões políticas e militares que têm assolado o nosso país, e não propriamente o modelo de regime...

Já queremos um regime presidencialista, como se ao longo de 42 anos de independência, não fosse esse modelo de regime, ainda que nunca assumido e numa permanente violação da Constituição da República, se tenha imposto ao semipresidencialismo e à separação de poderes pelos Órgãos de Soberania...

É difícil reconhecer que alguns Presidentes da República da Guiné-Bissau agiram sempre para lá do INTERESSE NACIONAL, violando a CONSTITUIÇÃO e tendo em conta os limites das suas competências?

Temos que aprender; temos que evoluir, para conseguirmos mudar de mentalidade...

Positiva e construtivamente,


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