Por vezes não consigo compreender como é
que os guineenses, positivamente falando, apontam Cabo-Verde como referência de
tantas práticas e de tantos sucessos, de Governação, de Democracia e de
Consolidação de um Estado de Direito, sem ter em conta que Cabo Verde é, a
exemplo da Guiné-Bissau, um país com um regime semipresidencialista...
Ou seja, elogiamos países com regimes semipresidencialistas,
mas achamos que, o nosso país não está bem, não pode estar bem, porque deve ter
um regime presidencialista, ao invés de semipresidencialista...
Então, os sucessos de Cabo-Verde, devem
ou não ser associados ao seu regime semipresidencialista; à estabilidade
política e governativa; ao respeito pelos limites das competências de todos os
órgãos de soberania...?!
Como somos difíceis de perceber, quando
a pretexto de interesses pessoais e outros, que não o INTERESSE NACIONAL, nos
tornamos contraditórios dos nossos posicionamentos, porque, na verdade, somos
um povo com pouca ou nenhuma convicção...
Já não queremos o semi-presidencialismo,
quando nunca chegamos a testar convenientemente e no período de quatro anos de
uma Legislatura legitimada, o modelo em causa numa Governação Estável e focada
para o cumprimento das funções do Estado;
Já não queremos o semipresidencialismo
ignorando que a má governação e os desmandos de governantes que nunca souberam
assumir e interpretar as suas atribuições e competências consagradas na
Constituição da República, foram as principais razões do nosso atraso e das
cíclicas convulsões políticas e militares que têm assolado o nosso país, e não
propriamente o modelo de regime...
Já queremos um regime presidencialista,
como se ao longo de 42 anos de independência, não fosse esse modelo de regime,
ainda que nunca assumido e numa permanente violação da Constituição da
República, se tenha imposto ao semipresidencialismo e à separação de poderes
pelos Órgãos de Soberania...
É difícil reconhecer que alguns
Presidentes da República da Guiné-Bissau agiram sempre para lá do INTERESSE
NACIONAL, violando a CONSTITUIÇÃO e tendo em conta os limites das suas
competências?
Temos que aprender; temos que evoluir,
para conseguirmos mudar de mentalidade...
Positiva e construtivamente,
Nota: Os
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necessariamente, às opiniões neles expressas.
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