O Ministério Público da Guiné-Bissau
decidiu arquivar um processo de alegada apropriação de bens do Estado por parte
do ministro dos Negócios Estrangeiros, Mário Lopes da Rosa, anunciou hoje o
advogado do governante.
"O processo chegou ao fim com o
arquivamento definitivo porquanto os elementos que foram apurados permitiram
concluir que não houve qualquer intenção criminosa", referiu o advogado,
Carlos Pinto Pereira.
O Ministério da Administração Interna,
que tutela as forças de segurança, anunciou em agosto do último ano a apreensão
de um gerador elétrico e equipamento de frio para conservação de pescado que
estava em casa de um familiar de Mário Lopes da Rosa.
De acordo com a denúncia de um
funcionário do Estado, o governante ter-se-ia apropriado do material enquanto
foi ministro das Pescas (no governo de transição, entre 2012 e 2014).
O advogado referiu hoje que a intenção
de Mário Lopes da Rosa foi "guardar o equipamento, porque os
beneficiários", uma cooperativa de pescadores, "não estavam
preparados para o receber".
"A atitude tomada era do
conhecimento de toda a equipa do Ministério, do ex-primeiro-ministro, outros
membros do Governo e deputados da Assembleia Nacional Popular (ANP)",
referiu.
De acordo com Carlos Pinto Pereira,
provou-se que "não houve qualquer intenção [do governante] de se apropriar
de equipamento do Estado".
"Neste momento não existe qualquer
processo contra Mário Lopes da Rosa, ministro das Pescas de então",
sublinhou.
Carlos Pinto Pereira falava à porta do
Ministério da Administração Interna, em Bissau, que hoje vai entregar o
material retido à Cooperativa de Pescadores da Região de Biombo.
O equipamento vai servir para melhorar
as condições de conservação do peixe fresco até chegar ao mercado, explicou aos
jornalistas o presidente da Cooperativa de Pescadores, Papa Cá, enquanto
esperava pela entrega.
Em resposta à agência Lusa, Carlos Pinto
Pereira aproveitou ainda o momento para tecer críticas à forma como o processo
surgiu.
"Pareceu-me inconcebível que um
membro do Governo levantasse acusações contra outro, sem o ouvir. Este processo
nasceu mal, mas acabou bem", concluiu.
Em agosto de 2014, o Ministério da
Administração Interna (dirigido pelo ministro Botche Candé, entretanto
demitido) anunciou a apreensão dos equipamentos e um porta-voz referiu que a
alegada apropriação se tratava de "um ato vergonhoso para o Estado"
guineense.
//IBD
Lusa/fim
Era tentativa indevida do bem do estado, acabou se desistir porque houve alarido popular. Esse senhor queria mesmo apropriar. Como era possivel guardar na casa da sogra será que o estado ou ministerio das pescas não tem armazem? O processo foi arquivado porque deve haver sistema.
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