Sempre ouvi dizer que “ninguém dá nada a
ninguém”, será só meia verdade?
Esta ilusão repentina invadiu os líderes Guineenses em dificuldades objectivas e abstractas do ponto de vista material e humano, nesta preparação de confrontos, em Março deste ano, em Bruxelas com Doadores Internacionais, para descolar fundos de ajuda necessários para um arranque “blindado”, que se presume desde já robusto e convincente. Uma preocupação normal que levanta suspeitas de parte a parte, já notadas implicitamente nos preparativos, tanto de um lado, como de outro, olhos nos olhos, presumo que na prova oral, a “nota” final atribuída a Guiné-Bissau vai ser elevada!
Um confronto dos fortes com as nossas
fraquezas materiais, mas não políticas, porque teremos voz própria para
confrontar os fortes (Doadores) com a nossa realidade e projecto de
desenvolvimento sustentado, é para convencer, nesta árdua tarefa de tentar recuperar
políticas mais justas para a nossa sociedade. Um sonho de vida digna para o
reforço do ego-colectivo do Povo, sem pôr em causa a sua dignidade e
prosperidade, tão desejadas, há décadas.
O momento é de saber escolher bem,
escolhendo o melhor em alternativa às aparências de ajudas oferecidas do
exterior, com segundas intenções por parte dos seus autores.
Por isso, há que estar atento, escolher
a oferta que maior AJUDA trará ao País, afinal o Povo é quem mais precisa dessa
ajuda para continuar a sua luta.
O Povo é “pobre” nos recursos materiais,
mas não é pobre de espírito, e quer melhor projecto de vida, melhor política
que ponha fim às suas dificuldades, com vantagens claras e transparentes para o
Estado da Guiné-Bissau.
Precisamos de ajuda para o País e vamos
conseguir convencer com seriedade e de cabeça levantada, firmar o projecto da
Nação. Saberemos defender a necessidade desta ajuda oportuna, mas nunca seremos
um “pau-mandado” da confiança dos Senhores de Bruxelas, para fazer apenas e só
o que nos ordenam os senhores do dinheiro! Por isso mesmo, há que estudar letra
a letra os dossiers/projectos, para serem discutidos e aprofundados de acordo
com as vantagens e necessidades do País.
Cuidado com as migalhas gordas,
Camaradas, costumam cair e encher os bolsos rasos dos nacionais-receptores.
Enquanto os senhores autores de
projectos no estrangeiro, subsidiados com pesados milhares de milhões de euros
ou dólares, guardam tudo fora, mantendo os olhos postos dentro da nossa Terra.
Porque, na verdade, este “bolo” foi
conseguido à custa da imagem frágil da Guiné-Bissau! Venderam a ideia de que
vão “ajudar” os Guineenses, controlando tudo, isso já sabemos. Agora falta ver
para crer.
Bruxelas dá a quem entende e, nós
fiscalizamos, trata-se de uma exigência importante, verificar a aplicação
correcta dos apoios conseguidos para os fins a que foram destinados, só.
Com o argumento de apoiar o nosso País,
projectos vêm de fora para dentro, alguns podem não ter credibilidade
operacional comprovada no terreno. É preciso sabermos com provas dadas no mundo
do trabalho, quem são todos eles, sobretudo se na área industrial ou comercial,
etc. têm boas obras feitas a título de referência, já que os temos agarrado na
perna para entrarem na Guiné-Bissau. Então vamos controlar tudo. Lembrai-vos,
temos o direito de conhecer todos os projectos de trás para a frente e
vice-versa, informar, quando algo não corre como o previsto, penso.
Os concursos são anunciados lá fora (em
Bruxelas), a maior parte dos concorrentes são europeus, a probabilidade de
seleccionar um não Guineense é maior, porque não aparecem projectos de
nacionais a concorrerem com os outros, em pé de igualdade no exterior, como há
meses atrás se viu em Bruxelas, factos que reuniram interessados em investir na
Guiné-Bissau para saber dos apoios possíveis ou não.
Se não temos condições técnicas ou
tecnológicas para ganhar os concursos fora e depois trazer para o País a sua
execução para o terreno, então há que ter por perto os projectos que entram,
para sabermos tudo sobre o seu processamento e aplicação no País, uma
aprendizagem necessária neste momento, penso.
Justifica neste momento uma “travagem”
deste Governo, para exigirmos apresentação dos projectos, fazer um
pró-reconhecimento, saber se há estudos feitos no terreno em todos eles, se
devem continuar ou parar, por tempo determinado pelo Governo para alteração se
necessário.
Justifica haver supervisão continuada
nesta interacção Doadores e o Governo, do primeiro ao último dia que visar a
aplicação deste processo. Conhecer a engenharia financeira, os custos dos
projectos, como também, verificarmos se efectivamente estão a fazer o que
“pomposamente” escreveram no papel. Temos de controlar, porque pode ficar
esquecida na gaveta alguma execução e falhas e ninguém sabe do resto ou dos
dinheiros que não foram utilizados para o fim a que foram destinados, para a
Guiné-Bissau.
Os doadores podem fiscalizar, por seu
lado, mas nós somos os mais interessados (Guineenses), por isso, quando um
projecto não cumpre no terreno com as tintas que deixou, preto no branco, deve
ser punido, travado e devolvido o motivo fraudulento ou corrupto se for o caso,
à origem! O País através do Governo pode e deve dar satisfações técnicas,
materiais e financeiras à proveniência neste caso, com relatórios oficiais
detalhados, assinados pelo Governo e entregues aos Doadores.
Não deixamos por mãos alheias uma
escolha pessoal e intransmissível, passar ao lado com uma “sapatilha” na boca,
enquanto o País andar descalço, nunca!
Não faz sentido negligenciarmos este
aspecto, a acontecer seria permitirmos que a nossa Terra continuasse a fazer
milionários à custa das nossas desgraças e descuidos do Estado e do Governo.
Vamos controlar, só assim podemos saber o que se faz ou projecta fazer-se a
curto, médio e longo prazo (como diz o Governo).
Sem querer ferir susceptibilidades,
continuo a pisar neste risco, porque receio que o Governo actual não tenha
representação em Bruxelas a acompanhar este processo, para estar ao corrente de
tudo que se passa há meses sobre tudo isto, onde parceiros e “amigos” da
Guiné-Bissau, já submeteram os seus projectos com destino a intervenção futura
no território nacional se forem aprovados!?
O Governo deve ter cópia fidedigna
desses mesmos projectos “famosos”, avaliados no exterior do País, para logo a
seguir, merecer os fundos financeiros atribuídos em nome da ajuda à
Guiné-Bissau, e entregues aos autores dos projectos como é normal fazer-se!
Mas alguém sabe tudo sobre isto neste
momento, julgo que não, uma coisa é a teoria da forma, outra, será o seu
conteúdo. Não vamos ficar pelo formato das coisas, excitados ou influenciados
pelas cosméticas apresentadas, apressados para ver o País a avançar, quando não
temos noção da totalidade dos seus conteúdos.
Sabermos quem irá beneficiar mais, se
nós ou os outros, é preciso, desta vez teremos os olhos abertos, penso que faz
todo o sentido estarmos atentos a isto tudo.
Já muitos projectos entraram no País e
tiveram início no terreno, mas não se concluíram, por isto ou aquilo. Na
verdade nunca mais ninguém perguntou por nada, pergunto hoje mais uma vez, e
porquê?
Os projectos que chegaram ao fim foram
apenas os que, no final das obras feitas, recebemos – chave na mão – o que significa que só
depois de tudo pronto/feito, recebemos o presente! Vai continuar a acontecer ou
algo vai mudar?
Há gente séria e capaz (sublinho), mas o
contrário não é menos verdadeiro, por isso, o rigor, a responsabilidade séria
exige que se criem Gabinete/s de controle e fiscalização de projectos em
execução no País. Começar já, desde a primeira hora, a controlar e assim evitar
mais corrupção continuada. Para a evitar, temos uma chave secreta – Instalar
Burocracia Inteligente – que permitirá controlar documentos oficiais
necessários e imprescindíveis ao processo de controlo, se não o fizermos, não
iremos conseguir “apanhar” o faltoso e, muito menos, puni-lo, na lei!
Como exemplo: É bom saber o
financiamento que terá um projecto “X” aplicado na Guiné-Bissau, saber: as suas
despesas técnicas; salários dos seus operacionais (todos). Visto que é prática,
os chefes e os gestores auferirem salários milionários, enquanto os nacionais,
são pagos dentro dum escalão a condizer com os níveis praticados pelo Estado
Guineense.
Esta prática, a ser confirmada, pode
significar na prática um método fraudulento de esvaziamento do capital
destinado ao projecto através de ordenados milionários (basta haver alguns a
ganharem centenas de milhares de euros por ano, quando no seu país de origem, a
fazer o mesmo que no projecto, nem se aproximaria a menos de metade do que vai
ganhar no nosso País), enquanto outros (os Guineenses) ganham quase nada no seu
País.
Mais uma razão para pensar que há
projectos e projectos, alguns só servem os interesses dos seus autores e não os
interesses do nosso Povo!
Projectos para a Guiné-Bissau devem ser
muito bons, ok? São necessários como o pão para a boca, devem beneficiar em
primeiro lugar o País. Até porque são financiados por causa do nosso
Território, portanto há que ter em conta esta realidade, só.
Estar atentos a isto é pertinente,
porque Projectos financiados por Bruxelas rumo à Guiné-Bissau, não foram
selecionados para enriquecer os seus “autores/gestores”, mas sim para apoiar um
País, que se encontra na fase mais difícil do seu desenvolvimento, económico,
social e cultural.
Se acontecerem pagamentos de salários
milionários, será o mesmo que uma fatia significativa desse dinheiro doado para
Guiné-Bissau, acabar por continuar nas mãos dos autores dos projectos.
Será o mesmo que a maior fatia do “bolo”
não ter saído sequer da Europa com destino ao nosso País, infelizmente, é
assim, pense nisto Camarada!
Sem ofensa Camaradas, mas apenas
afirmarem que queremos uma estratégia ambiciosa, para vários anos, isso já é
bom, mas não chega!
Algum cuidado deveremos ter, porque um
“contracto assinado” é para se cumprir. Logo estes “muitos anos” esperam
cláusula implícita que nos permitirá a interrupção do mesmo contrato, caso
venha a ser necessário, embora não seja nosso desejo, espero!
Já houve quem assinasse contratos com
estrangeiros para o nosso País, para muitos e muitos anos, como quem deseja um
feliz aniversário a alguém querido, com logos anos de vida como é costume
fazer-se.
Aqui é preciso saber com que linhas se
cosem por longos anos ou apenas “um”?
O País não está em saldo, irmãos! Quem
esperou quarenta anos pode esperar mais um pouco, ver cada caso como um caso,
avançando com melhor precisão no comando e, com dignidade profissional de
referência na sociedade, como verdadeiros donos e filhos da Terra. Não seremos
mais meninos de recado, somos “pobres”, mas sabemos o que queremos, não
aceitamos qualquer esmola.
Diz bem o nosso Governo quando refere:
“devemos ter uma visão de curto, médio e longo prazo”, ok! Mas acrescento, meus
caros compatriotas, sobretudo uma visão mais dinâmica e controladora durante o
processo. Não uma visão cristalizada, mas uma visão que acompanhe a constante
mutação positiva e saudável do Desenvolvimento Sustentado em vista, e que
permita mudanças quando é preciso, só.
Todo o cuidado é pouco Camaradas,
sobretudo porque somos Guiné-Bissau, um país virgem e, a “MULHER” mais bonita
da Costa Ocidental de África!
Estranhos e perversos circundam a roda
da saia grande do território nacional, mas confiamos, que nada está ou estará à
venda, nada deste corpo que nos pariu e mimou a todos, que havemos de deixar
cada vez mais feliz e saudável, para os vindouros Guineenses e amigos da
Guiné-Bissau!
Concordo com os “quatro eixos” de
intervenções apontadas pelo Governo. No entanto, queremos saber se já pensou
nos “pneus sobresselentes” por causa dos furos, caso venha a ser preciso mudar,
durante o percurso?
E mais, camaradas, oiço muita fala e
leio alguma escrita sobre a Biodiversidade da Guiné-Bissau, pois muito bem,
tudo isso é muito bonito, no entanto, constatamos que muitos desses entusiastas
estão igualmente inflamados, quase histéricos com esta ideia da exploração do
petróleo na nossa fronteira marítima, então pergunto, em que ficamos!?
Acham que no ambiente da natureza
proporcional à biodiversidade (biologia, ecologia e geologia), esta realidade
irá conviver com as alterações químicas provocadas no futuro pela exploração do
petróleo?
Bem, não vou mudar de assunto agora,
porque ficará para mais tarde este assunto, mas vamos pensando nos prós e
contras disto. Vejo gente feliz a pensar no petróleo futuro e, quase ninguém
neste planeta inteiro, sabe “tapar o buraco” do ozono, ficando cada vez mais
largo com o avanço das alterações climáticas, daí que há-de “engolir” tudo e
todos, talvez um dia…
Receio, neste momento, que a ideia de
“inquietude” esteja a ser vista pelo Governo do nosso lado, mas penso que não,
é precisamente o contrário, se “doadores internacionais” não parecem inquietos,
será sempre a fingirem como bons actores que são, acreditem sff.
Porque eles (os doadores) também estão a
tentar a sorte, a fazerem-se à Noiva!
Cuidado e arranjem “espingardas” que
disparem água de cheiros, assim marcados pelo cheiro diferente, ficamos a saber
quem vem por mal, visto que há ideias de fora, que não nos interessam cá
dentro, pense nisto Camarada!
A maior inquietude está do lado de fora
do território nacional, mas todos eles pretendem inverter este efeito
psicológico, com o objectivo de ver a Guiné-Bissau em saldo ou a “vender” o que
nunca terá sequer um preço, nunca, a nossa Terra!
Estamos a pedir ajuda (sublinho), mas
mesmo assim, ainda sabemos escolher a oferta que melhor servirá o Povo, só.
Bom trabalho a todos e, felicidades…
Djarama. Filomeno Pina.
Sem comentários :
Enviar um comentário
COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.