sexta-feira, 6 de março de 2015

O Caso de corrupção na petrolífera estatal Petrobras abala o país e aumenta pressão sobre a presidente Dilma Rousseff.



Uma verdadeira tempestade política está a atingir Brasília com cada vez mais vozes a não excluir o cenário de um ‘impeachment' da presidente Dilma Rousseff. A crise ganhou força quando esta semana o procurador-geral Rodrigo Janot pediu ao Supremo Tribunal a abertura de investigações a 54 pessoas por alegado envolvimento no ‘caso Petrobras' - também conhecido como ‘Operação Lava Jato'. Dilma pertenceu à administração da Petrobras durante um período em que já se registavam casos de corrupção e desvio de fundos da petrolífera estatal para, por exemplo, financiamento dos principais partidos.

Na oposição, por isso, há já quem defenda o ‘impeachment' da presidente, tal como ocorreu em 1992 ao presidente Fernando Collor de Mello. As redes sociais estão já mobilizadas para convocar uma manifestação ‘anti-Dilma Rousseff' no dia 15 de Março. Os analistas acreditam, no entanto, que Dilma não deverá perder o cargo devido ao ‘caso Petrobras'. "A chance de um ‘impeachemnt' é quase zero", nota o consultor político Thiago Aragão, da Arko Advice, ao El País, antes de rematar que a saída de Dilma só poderia ocorrer caso protestos, como o do dia 15, "se repetissem todos os fins-de-semana, durante meses". A ideia de um ‘impeachment', nota Aragão, serve apenas como "meio da oposição de colocar a presidente na defensiva".

De acordo com a imprensa brasileira, Janot também quis incluir a própria chefe de Estado na investigação, mas acabou por desistir da ideia. Mais de 30 dos acusados são políticos, a maioria dos quais petistas (Partido dos Trabalhadores) como Dilma.

Entre os investigados encontram-se o presidente do Congresso de Deputados, Eduardo Cunha, e também o líder do Senado, Renan Calheiros, ambos membros do PMDB, um dos partidos que faz parte da coligação governamental. Calheiros, que rejeitou o plano de cortes orçamentais de Dilma, lançou ontem fortes críticas à actuação do procurador-geral. "Só lamento que o Ministério Público não tenha ouvido as pessoas como é costume, para que essas possam defender-se", disse.


A ‘Folha de São Paulo' avançava que Calheiros procura agora a protecção do Palácio do Planalto, de modo a obter garantias de que, se a situação se agravar, irá continuar a ter apoio do PT para manter a liderança do Senado. Este político defendeu ainda novas regras para a nomeação do procurador-geral, uma vez que Janot termina o mandato em Setembro e precisa da aprovação do Senado para ser reconduzido. "Quem sabe se, no futuro, não teremos que colocar regras a este sistema, que foi tornado electivo pelo Ministério Público", disse Calheiros. Com o Diário Economico

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