Presidente de Transição da Guiné-Bissau estará nas Nações Unidas! Esta informação foi avançada pelo Gbissau

Nova Iorque (GBissau.com, 14 de Setembro de 2012) - A Assembleia Geral das Nações Unidas agendou para o dia 28 de Setembro o discurso da representação da Guiné-Bissau na 67ª sessão deste fórum internacional, na cidade de Nova Iorque. A Guiné-Bissau será o oitavo país a usar de palavras durante o período da tarde, entre 15 e 21 horas locais (17 horas e 1 da madrugada de Bissau do dia 29 de Setembro).
Nos finais do mês passado, o presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo afirmou acreditar que estaria presente na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em representação do seu país. “Vamos pedir à Deus que nos dê muita sorte e força para estarmos presentes”, afirmou na ocasião Serifo Nhamadjo, quando questionado sobre quem representaria o país nas Nações Unidas.

O Presidente de transição garantiu não haver “ninguém melhor posicionado” (do que ele) para falar em nome da Guiné-Bissau. “Não acredito que haja alguém melhor do que nós para representar o país”, defendera Serifo Nhamadjo, afastando a hipótese de qualquer outra pessoa ou entidade representar o país.
A GBissau.com apurou esta semana de que o Presidente de transição deverá chegar em Nova Iorque provalmente no dia 26 deste mês, dois dias antes da sua aparição perante duas centenas de membros da Assembleia Geral das Nações Unidas. A abertura da 67ª Sessão da Assembleia Geral da ONU está prevista para o dia 18 de Setembro, contando com a participação de cerca de 193 países.
Entretanto, numa entrevista difundida esta semana pela Rádio RDP-África, O primeiro-ministro guineense deposto Carlos Gomes Júnior anunciou também a sua intenção de estar em Nova Iorque a partir do dia 23, para “participar” no mesmo fórum da ONU. Aliás, a GBissau.com sabe da existência de um pedido formal feito à ONU por parte das autoridades depostas.
Devido ao seu silêncio mediático, desconhece-se o nível de envolvimento de Raimundo Pereira, o presidente interino derrubado no golpe de Estado de 12 de Abril passado. Mas, tal como muitas outras figuras de relevo durante o mandato de Carlos Gomes Júnior, Raimundo Pereira também encontra-se “refugiado” em Portugal depois de uma saída negociada pela CEDEAO.
Em contraste, Carlos Gomes Júnior tem sido muito vocal nesta sua encruzilhada na tentativa de regressar ao poder na Guiné-Bissau. Nesta sua última entrevista com o Jornalista Waldir Araújo, Carlos Gomes Júnior voltou a “exigir o envio de uma força de interposição multinacional” para a Guiné-Bissau.
Em jeito de resposta, o governo de transição guineense desvalorizou as declarações de Carlos Gomes, que aliás, consideram de “um primeiro-ministro virtual”.
E para reforçar a campanha das novas autoridades guineenses, o Presidente de transição Serifo Nhamadjo e o governo de Rui Duarte Barros enviaram recentemente para os Estados Unidos da América, o seu novo representante. Manuel dos Santos “Manecas já se encontra nas Nações Unidas para “tentar substituir” o Embaixador João Soares da Gama.
E é nesse quadro de incertezas diplomáticas em que se desenha a participação de Serifo Nhamadjo na 67ª sessão da Assembleia Geral da ONU. Nesta gigantesca batalha diplomática, o Presidente de Transição conta com uma figura histórica do PAIGC, Manuel dos Santos “Manecas”.
Manuel dos Santos é um veterano de luta pela independência, agora acumulando as funções do Embaixador da Guiné-Bissau em Angola com as do representante do país junto às Nações Unidas.
A Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) é um órgão intergovernamental, plenário e deliberativo da Organização das Nações Unidas, e é composto por todos os países membros, tendo cada um direito a um voto.
No que respeita ao processo de deliberação, as questões importantes são votadas por maioria de dois terços dos membros presentes e votantes enquanto as questões restantes são votadas por maioria simples.
O Fórum reúne-se uma vez por ano, em Setembro e estende-se até ao final do ano em curso.