sábado, 15 de dezembro de 2012

Alberto Nambeia eleito presidente do PRS, segundo maior partido do país



Partido da Renovação Social (PRS), Guiné-BissauBissau - Alberto Nambeia foi hoje (sábado) eleito presidente do Partido da Renovação Social (PRS), o segundo maior partido da Guiné-Bissau, no decorrer do quarto congresso da formação, marcado pela desistência do líder histórico, Kumba Ialá.  
  Alberto M'Bunhe Nambeia, deputado da Assembleia Nacional,  obteve 562 votos. Num universo de 801 delegados, Baltazar Cardoso obteve 123 votos, Sola N'Quilin 70 votos e Aladje Sonco 22 votos.  
O quarto congresso do PRS elegeu também Florentino Mendes Teixeira (antigo secretário de Estado do Plano e Orçamento) como secretário-geral do partido (com 334 votos), deixando pelo caminho Carlitos Barai (256 votos) e Máximo Tchuba (192 votos).  
A nova direcção do partido foi eleita para um mandato de quatro anos. 
Alberto Nambeia, como Kumba Ialá também no grupo fundador do PRS (14 de Janeiro de 1992), disse após a vitória que terá como prioridades "unir a família PRS" mas também "unir a família guineense", e deixou elogios a Kumba Ialá.  
"Aprendemos com Kumba Ialá e continuamos a aprender", disse, afirmando que a vitória no congresso não é dele mas sim "uma vitória do PRS".  
O novo secretário-geral, Florentino Teixeira, disse que a democracia saiu reforçada na Guiné-Bissau, que o congresso desmentiu "especulações" à volta do PRS, e prometeu melhorar a imagem e o diálogo no partido.  
"É preciso que o partido consiga vender as suas realizações, o que tem sido um défice", disse aos jornalistas após a eleição.  
Na moção de estratégia vencedora Alberto Nambeia promete a descentralização do partido, a criação de grupos temáticos, de uma rede de gabinetes e de um departamento nacional das mulheres do PRS.  
O novo presidente do partido considera que houve "um disfuncionamento" do PRS nos últimos tempos, com uma "evolução regressiva". Nos últimos oito anos, diz a moção, houve "sucessivas dissensões", a destruição das estruturas de base e desrespeito pelas opiniões das bases, falta de disciplina partidária e intriga e estado de inércia consentido pela direcção superior do PRS. 
Ainda que sem citar nomes são críticas nomeadamente a Kumba Ialá, que marcou o conclave anunciando a sua despedida, "não da política mas das disputas de mandatos e de cargos políticos partidários".  
Num discurso de agradecimentos, de elogios a um congresso que mostrou "um PRS unido, mobilizado e determinado",  Kumba Ialá citou o Velho Testamento para dizer que "tudo tem o seu tempo determinado" e que a decisão de desistir da corrida à presidência decorreu "do reconhecimento de que o tempo, os novos costumes políticos e as circunstâncias" lhe indicavam esse caminho. 

  "O golpe de Estado de 12 de abril pode ter feito cair o governo. Mas fez levantar o PRS. E vai fazer levantar o país. Um país que pode contar comigo, um país que pode contar connosco, um país que pode contar com o PRS", disse Kumba Ialá.  
O novo presidente do partido nasceu há 48 anos na região de Mansoa e foi um dos fundadores do PRS, chegando a ser presidente interino da estrutura, quando Kumba Ialá foi Presidente da República. É deputado e membro da Comissão Permanente da Assembleia Nacional.  

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