Cerca de 80 por cento das farmácias da Guiné-Bissau
vendem medicamentos de origem duvidosa, a maioria vindos de países vizinhos
como a Nigéria, a Gâmbia ou a Guiné-Conacri, denunciou um responsável do sector
nesta sexta-feira.
Na Guiné-Bissau não existe um laboratório de
controlo dos medicamentos que são vendidos ao público, disse o secretário
nacional da Associação dos Farmacêuticos da Guiné-Bissau, Ahmed Akdhar.
"O problema maior reside na origem dos
remédios. A título de exemplo, no Senegal existem mais de dez depósitos de
distribuição oficial de medicamentos e na Guiné-Bissau não há nenhum",
revelou Akdhar, citado pela Agência de Notícias da Guiné-Bissau (ANG).
O país adiantou que dispõe de um Depósito Central
de Compras de Medicamentos Essenciais (CECOMES) mas o recheio é produto de
donativos e não é destinado à venda.
De acordo com Ahmed Akdhar outro dos problemas do
setor é a falta de formação de pessoal farmacêutico, já que a maioria dos
profissionais nem sequer sabe interpretar as receitas médicas.Ainda citado pela ANG, o responsável mostrou-se
contra a propagação de postos de venda de medicamentos (sem qualquer controlo e
fora das farmácias), um fenómeno que no vizinho Senegal foi extinto "há 30
anos".
Também em declarações à ANG o inspetor-geral de
Saúde disse que a instituição tem falta de meios materiais e humanos para
combater a venda ambulatória de medicamentos.
Benjamim Lourenço Dias disse que, como farmacêutico
de profissão, tem consciência de que os medicamentos vendidos nas farmácias do
país se encontram em mau estado de conservação, devido nomeadamente à falta da
luz elétrica.
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