O Pacto de Transição foi assinado a 16 de Maio pela
maior parte dos partidos políticos da Guiné-Bissau na sequência do golpe de
Estado de 12 de Abril do ano passado. No entanto, o maior partido guineense,
que estava no governo até ao golpe, recusou sempre participar, considerando na
altura que assinar o documento seria como legitimar o golpe.
O documento estabelece a realização de eleições no
prazo de um ano, aceita Serifo Nhamadjo como Presidente da República de
transição, prorroga o mandato da Assembleia Nacional Popular, estabelece a
escolha de um primeiro-ministro por consenso e diz que nem o Presidente nem o
primeiro-ministro se podem candidatar nas próximas eleições.
Hoje, decorridos oito meses, o PAIGC e mais quatro
pequenos partidos assinaram o documento numa cerimónia na Assembleia Nacional
Popular, na presença de todos membros de governo e do Presidente de transição e das
chefias militares, além dos principais responsáveis do Estado da Guiné-Bissau e
de representantes da comunidade internacional.
Assinaram o documento, além dos cinco partidos, o
primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional (o presidente não esteve na
cerimónia), Augusto Olivais, o primeiro-ministro de transição, Rui Duarte de
Barros, o representante do Fórum dos Partidos, Artur Sanhá, o chefe do Estado
Maior General das Forças Armadas, António Injai, e representantes da sociedade
civil e da comunidade religiosa.
O documento foi depois entregue por Augusto Olivais ao
presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Paulo Sanhá.
A cerimónia teve um importante valor simbólico por
representar a união das forças políticas para o período de transição,
permitindo um governo de inclusão, algo que a comunidade internacional tem
exigido.
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