Bafatá (Gabinete de
Imprensa da Presidência da República, 20 de Janeiro de 2013)
- Comemorou-se este domingo, 20 de Janeiro de 2013, o dia dos heróis
nacionais, que coincidiu com o quadragésimo aniversário do assassinato de
Amílcar Cabral, fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana.
As comemorações começaram com o
Presidência da República de Transição a colocar coroas de flores no Mausoléu da
Fortaleza d’Amura, em memória dos heróis e mártires da luta de libertação
nacional e, depois, Manuel Serifo Nhamajo seguiu para a cidade de Bafatá, onde
decorreu o acto central destas comemorações.
Em
cerimónia alusiva à data e, como não podia deixar de ser, também na cidade onde
nasceu Amílcar Cabral, Serifo Nhamajo depositou coroas de flores no Monumento
erigido em memória deste saudoso líder.
Em discurso de circunstância,
pode-se destacar o do Imame da Mesquita Central de Bafatá, Aladje Tcherno
Culabio Bá que, a dado passo na sua intervenção disse constatar que, “o
resultado do trabalho que está a ser desenvolvido pela equipa de transição é
inegavelmente satisfatório, sendo por isso acreditar que, Deus todo-poderoso
vai ajudar a Guiné-Bissau a alcançar a paz muito desejada por todos”.
Aladje Tcherno Culabio lançou
entretanto um desafio, dizendo que, “para se alcançar estes objectivos, temos
que ser trabalhadores sérios, deixar de intrigas e unirmos à volta das questões
essenciais do país” e, atribui esta responsabilidade aos jovens, sendo motores
de desenvolvimento.
O representante das confissões
religiosas deixou também um recado aos embaixadores e representantes de
organismos internacionais que acompanharam o PRT nesta deslocação, para que, a
comunidade internacional não abandone e não se esqueça da Guiné-Bissau. “A
comunidade internacional deve ajudar a Guiné-Bissau porque este povo também tem
o direito de viver”, apelou Tcherno Culabio Bá.
Foi enorme a manifestação das
populações do sector administrativo de Bafatá que quis assim honrar com a sua
presença, o Presidente da República de Transição, Manuel Serifo
Nhamajo. Aqui reproduzimos, na íntegra, o discurso do Presidente da
República de Transição, Manuel Serifo Nhamajo:
DISCURSO DO PRSIDENTE DA
REPÚBLICA DE TRANSIÇÃO NAS COMEMORAÇÕES DO 20 DE JANEIRO, DIA DOS HERÓIS
NACIOAIS.
Senhores Conselheiros do
Presidente da República,
Senhor Chefe de Estado-maior e
Chefes dos Três Ramos das Forças Armadas,
Senhores Embaixadores e
representantes dos Organismos internacionais aqui presentes,
Senhores Deputados da Nação,
Senhores representantes da
Sociedade Civil,
Senhores notáveis da Região de
Bafatá,
Chefes Tradicionais e entidades
religiosas,
Senhores da autoridade Regional
e Sectorial,
População de Bafatá.
Antes de mais, quero agradecer a
vossa paciência e sacrifício por aceitarem estar debaixo deste escaldante sol.
Aproveitando saudar vos nesta
data de 20 de Janeiro de 2013, dia dos heróis nacionais que se comemora este
ano aqui em Bafatá, onde nasceu o fundador da nossa nacionalidade. Viemos prestar
uma merecida homenagem, uma homenagem extensiva a todos os heróis nacionais que
tombaram pela causa da Guiné-Bissau, um feito que permitiu afirmarmos hoje no
contexto das nações, como um país soberano.
Queremos aproveitar esta data,
para nos servir de inspiração, e lembrar que, para que a afirmação da nossa
entidade fosse possível, houve alguém que organizou as ideias e acções, para
posteriormente ser seguido por todos nessa luta.
Hoje, a melhor atitude que a
população da Guiné-Bissau pode demonstrar como forma de prestar homenagem aos
seus heróis, deve seguir este exemplo e, aceitar que sem a unidade, não será
possível evoluir, sem a unidade, não será possível somar conquistas e, sem a
unidade não será possível alcançar o progresso.
Sabemos que hoje, a família
guineense está completamente dividida, muitas pessoas por causa da política não
se relacionam. Quero pedir a todos, para que não deixem que a política seja
motivo de divisão entre irmãos e entre camaradas ou amigos.
Quero vos dizer que estamos à
frente da Transição numa equipa, Presidência, Assembleia Nacional Popular,
Governo, Sociedade Civil e Partidos políticos. Todos estão representados nesta
delegação e, isso permite que todos nós juntos, podemos ouvir as verdadeiras
preocupações das populações e mesmo nas nossas diferenças, trabalharmos para
fazermos da Guiné-Bissau um mosaico étnico cultural rico que, pode ajudar a
desenvolver este país.
A política deve ser entendida,
como um espaço de debate de ideias, em que cada partido apresente o seu modelo
de desenvolvimento e, não deixarmos que a opção política assumida por cada um
de nós, seja motivo de desavenças e contradições. É necessário respeitar as
nossas diferenças, respeitar as opiniões de cada um de nós mas, juntar as
nossas forças para trabalharmos para este país, por forma a que a Guiné-Bissau
saia da situação de mendigo.
Nesta delegação estão ainda
membros da sociedade civil, deputados, chefias militares no seu todo, estamos
acompanhados de nossos parceiros internacionais e representantes de organismos
internacionais, embaixadores para que todos juntos prestemos homenagem àquele
líder imortal camarada Amílcar Cabral.
Queremos pedir a todos vocês
aqui presentes, que sejamos todos juntos, mensageiros de paz, para que todos
nós contribuamos para a estabilidade e entendimento desta terra mas, acima de
tudo, não deixemos que os políticos nos convençam que uma raça deste país é
melhor que outra, que uma determinada religião é melhor que outra, que o sector
tal é melhor que outro.
Vamos começar a pedir a
Procuradoria-geral da República, que comece a traduzir à justiça, aqueles que
façam a política de dividir raças, religiões e com isso dividir o povo da
Guiné-Bissau, não vamos permitir essas divisões. Aceitamos sim, que lancem
mensagens de desenvolvimento, que competem sobre a forma como podemos aumentar
o rendimento deste país, como podemos fazer, para que as estradas e a educação
deste país possam ser melhoradas, para que as autoridades administrativas nas
regiões e nos sectores possam ter melhores condições de trabalho, para que a
saúde seja um factor acessível à toda gente.
Pedimos à Deus que nos dê no
futuro, um governo que pense no desenvolvimento e, não servir-se do estado para
ser rico. Que sejamos irmãos, para que o povo da Guiné-Bissau seja unido e um
só e para que esta Pátria de Amílcar Cabral seja aquilo que dele sonhamos.
Viva a República da
Guiné-Bissau,
Viva a Região de Bafatá,
Viva o Sector de Bafatá
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