Bissau
- O tribunal militar da Guiné-Bissau iniciou hoje o julgamento de 17
homens acusados de tentativa de assalto a um quartel dos comandos em
outubro passado e de desestabilização do Estado guineense.
O
julgamento, que decorre no salão do clube militar em Bissau, é
aberto ao público. Após algumas horas de audiência pública dos
arguidos, o juiz Augusto Bicoda ordenou que 15 deles fossem
devolvidos às celas ficando apenas dois deles.
Augusto
Bicoda, tenente-coronel do exército guineense, licenciado em
Direito, lidera um coletivo de cinco juízes, todos oficiais
militares, que nos próximos dias vai julgar os 17 arguidos, entre os
quais o capitão Pansau N'Tchama, tido como o cérebro do comando que
no dia 21 de outubro teria tentado assaltar o quartel dos comandos.
Na
operação morreram cinco pessoas.
Entre
os arguidos devolvidos às celas, até nova ordem, está Pansau
N'Tchama, que hoje compareceu no tribunal de fato e gravata castanhos
e aparentemente tranquilo, ao contrário dos restantes suspeitos, que
apareceram trajados de calças e camisas simples.
Para
defender os arguidos, a Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau
disponibilizou 10 advogados, entre os quais, Luís Vaz Martins,
presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, licenciado em
Direito pela Faculdade de Direito de Bissau.
Pansau
N'Tchama tem o seu próprio advogado, Gabriel Correia.
Na
abertura do julgamento, presenciado por vários militares, familiares
dos arguidos e elementos das Nações Unidas, a promotoria da justiça
militar leu a acusação, destacando que os implicados são acusados
da "prática de crimes de tentativa de assalto ao quartel
militar e ainda tentativa de desestabilização da segurança do
Estado guineense".
O
advogado Agostinho Lopes Djaló, um dos elementos disponibilizados
pela Ordem dos Advogados, disse aos jornalistas que "tecnicamente
as acusações estão boas", mas que só no decurso do
julgamento é que se saberá da consistência das provas que possam
existir contra os arguidos.
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