Os ministros das Finanças da
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) aprovaram
hoje na Cidade da Praia uma união aduaneira regional, que o presidente
da organização quer ver em funcionamento em 2014.
A decisão e a manifestação de vontade foram feitas na sessão final
da reunião em que os ministros das Finanças da África Ocidental
aprovaram a Tarifa Externa Comum (TEC), a que se seguiu a reunião
inaugural do Comité de Seguimento Oeste-Africano das Negociações do
Acordo de Parceria Económica (APE) com a União Europeia (UE).
A aprovação da TEC da CEDEAO, disse à agência Lusa o presidente da
Comissão da organização, Kadré Désiré Ouedraogo, abre portas para que se
retomem as negociações do APE com a União Europeia, paradas devido a
divergência entre os Estados membros.
Na abertura da reunião do comité de seguimento, Ouedraogo salientou a
necessidade de a parte oeste-africana apressar a integração regional
para facilitar o retomar das negociações em que parte essencial do
impasse residia justamente nas diferentes tarifas aduaneiras praticadas
na sub-região.
Apelando para que os esforços possam permitir a entrada em vigor da
TEC-CEDEAO no segundo semestre de 2014, Ouedraogo defendeu que o passo
seguinte deverá dar disso mesmo conta a Bruxelas, para que a oferta de
acesso ao mercado seja equilibrada e justa.
O ministro das Relações Exteriores de Cabo Verde, Jorge Borges, foi
entretanto, mais longe, ao criticar a proposta europeia feita à CEDEAO
de liberalizar 80 por cento do comércio, alertando para os riscos
inerentes.
"Se tivermos de liberalizar 80 por cento do comércio, como propõe a
UE, o mercado regional corre o risco de ser totalmente controlado pelos
produtos europeus, pondo seriamente em causa as possibilidades de
aumento do comércio intra-CEDEAO, de diversificação dos mercados e de
industrialização", sustentou.
"Apelamos à parte europeia para reexaminar a sua posição, de modo a
permitir que as negociações continuem e nos conduzam a um acordo capaz
de satisfazer a todos", frisou Jorge Borges, a abrir a sessão, que
deverá prolongar-se até sexta-feira.
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