O ministro angolano das Relações
Exteriores, Georges Chicoti, disse hoje em Luanda que Angola continua
interessada na exploração de bauxite na Guiné-Bissau, mas para isso é
preciso que haja "um ambiente de paz".
Georges Chicoti reagia a recentes acusações do governo guineense de
Angola, que devia explorar bauxite (minério a partir do qual é produzido
o alumínio) no leste da Guiné-Bissau, nada ter feito desde que assinou o
contrato de exploração, há sete anos.
As acusações feitas pelo ministro dos Recursos Naturais do Governo de
transição da Guiné-Bissau, Daniel Gomes, numa entrevista recente dão
conta ainda que a empresa Bauxite Angola não apresentou estudos de
impacto ambiental e de viabilidade económica conforme previsto no
contrato.
Georges Chicoti disse hoje que as autoridades angolanas não foram
ainda contactadas nem pelo Governo guineense nem pela empresa Bauxite
Angola.
"Acho que é um problema que tem que implicar conversações entre a
empresa e o Governo da Guiné-Bissau", referiu o governante angolano,
salientando que a situação atual daquele país lusófono "não facilita o
engajamento das empresas, não só angolanas, mas de outras empresas".
Questionado sobre se Angola continua interessada a realizar
investimentos naquele país, Georges Chicoti disse que sim, "desde que
haja um ambiente que permita trabalhar na Guiné-Bissau ou noutros
sítios".
A administração da Bauxite Angola, empresa de capitais públicos
angolanos, é ainda acusada de ainda não ter respondido às solicitações
que o ministro dos Recursos Naturais guineense fez, em agosto de 2012,
para que apresentasse "o rasto" de 13 milhões de dólares (9,9 milhões de
euros) que deveriam ser pagos no momento da assinatura do contrato com o
Estado guineense.
O Ministério Público guineense considerou que o contrato assinado
entre o Governo de Bissau e a empresa Bauxite Angola, em 2007, não está
conforme as leis do país e que pode ser rescindido.
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