Um esquema fraudulento, feito via Internet e telefone, já vitimou várias mulheres em São Vicente. Seduzidas, a “conquista” dura até meses e termina quando elas enviam aos supostos “soldados americanos” o dinheiro para lhes fazer uma visita a Cabo Verde.
Já há relatos de senhoras burladas em São Vicente, mas que preferem o silêncio com receio de serem catalogadas como pessoas que caem no golpe fácil, ou mesmo de “mulher carente”. A NAÇÃO tentou abordar algumas das vítimas deste novo conto do vigário, mas todas desconversaram logo no primeiro contacto.
Mas o “golpe” dá-se de forma sedutora e por meio de tecnologias, sabe este jornal. Os criminosos utilizam perfis de soldados norte-americanos e declaram-se apaixonados pelas mulheres. Estas, normalmente, estão na casa dos quarenta anos, solteiras ou viúvas, que se mostram mais fragilizadas e que seduzidas pelas juras de amor caem no “conto do vigário”.
A conquista dura até meses com trocas de mensagens e até telefonemas pelo meio, em que o suposto soldado norte-americano vai ganhando a confiança e a afeição das vítimas. De seguida, o golpista mostra vontade de conhecer a “amada” pessoalmente, mas diz estar sem dinheiro para a viagem. Um montante que se as vítimas enviarem nunca mais recebem notícias do “namorado virtual” e muito menos a cor do dinheiro.
DESESPERO
Algumas das lesadas já procuram ajuda e uma das pessoas com quem duas delas falaram é Jean Phillippe Tavares. Este empresário, dono da SportCafé, contou ao A NAÇÃO que foi procurado por essas vítimas, que sabem que ele pertenceu ao exército americano e que queriam confirmar se os perfis dos “sedutores” virtuais correspondiam a soldados dessa nacionalidade.
“Chegaram aqui desesperadas e disseram que o sujeito lhes tinha feito juras de amor e que se tinham apaixonado também por ele”, relata Phillippe Tavares que confirmou que nos dois casos o perfil correspondia à mesma pessoa, um graduado do exército americano, o general Austin Lloyd, que por coincidência foi seu comandante.
O empresário acabou por revelar às duas senhoras que elas tinham sido alvo de uma burla. Tavares escreveu também uma carta à Embaixada dos Estados Unidos da América denunciando o sucedido e mandou um email ao referido general do que se está a passar em Cabo Verde.
De notar que os homens também devem ficar alertas, porque há notícia do mesmo tipo de golpe, mas agora feito com perfis de mulheres. No geral, o estratagema é semelhante: o mesmo tipo de conversa e à dada altura a necessidade do envio de dinheiro.
CARTA DE NIGÉRIA
Há quem diga que esta fraude poderá ser uma evolução da denominada “Carta de Nigéria”, um esquema que surgiu no início da década de noventa e que nos primeiros anos era feito através cartas, telex e fax e agora sob a forma de correio electrónico.
Na quase totalidade, a correspondência vem redigida em inglês, quase sempre deficiente, e é dirigida a pessoas com posição de destaque no meio empresarial, na administração pública, na política e noutros sectores influentes da sociedade. O remetente intitula-se alto quadro de governo ou de companhia estatal, ou então seu familiar, de determinado país africano.
O país emissor era a Nigéria, depois alargou-se a outros países geograficamente próximos, sendo que ultimamente também da África do Sul. A missiva é uma proposta de negócio em que o remetente diz possuir certa quantia de dinheiro, sempre em grande valor, conseguida devido ao seu estatuto privilegiado, relacionado com a administração do seu país. Alegando não poder ser associado publicamente a essa fortuna, em razão da origem, só lhe resta transferi-la para o estrangeiro. Pede assim ao destinatário que receba na sua conta bancária esse dinheiro, em contrapartida de 20 %, ou até 35 %, do seu valor.
PEDIDOS
É pedido que sejam enviados os dados identificativos dessa conta, da empresa ou organização da pessoa “fisgada”. Na posse desses elementos, os burlões podem cometer golpes à escala internacional mediante a utilização fraudulenta dos dados no sistema financeiro. Há casos em que os lesados pagaram viagens aos burlões e adiantaram dinheiro para custear despesas, etc.
A Polícia Judiciária tem conhecimento desses casos e já acompanhou de uma ou outra denúncia feita em Cabo Verde. No geral, a PJ pede para ninguém se deixar levar na conversa, sob pena de se juntar à longa lista de otários que, infelizmente, não pára de crescer, sustentando assim a célebre máxima: “A cada minuto nasce um otário”. Uma outra recomendação importante é nunca dar os dados da sua conta bancária, sob pena de vê-la esvaziada do seu valor.
Já há relatos de senhoras burladas em São Vicente, mas que preferem o silêncio com receio de serem catalogadas como pessoas que caem no golpe fácil, ou mesmo de “mulher carente”. A NAÇÃO tentou abordar algumas das vítimas deste novo conto do vigário, mas todas desconversaram logo no primeiro contacto.
Mas o “golpe” dá-se de forma sedutora e por meio de tecnologias, sabe este jornal. Os criminosos utilizam perfis de soldados norte-americanos e declaram-se apaixonados pelas mulheres. Estas, normalmente, estão na casa dos quarenta anos, solteiras ou viúvas, que se mostram mais fragilizadas e que seduzidas pelas juras de amor caem no “conto do vigário”.
A conquista dura até meses com trocas de mensagens e até telefonemas pelo meio, em que o suposto soldado norte-americano vai ganhando a confiança e a afeição das vítimas. De seguida, o golpista mostra vontade de conhecer a “amada” pessoalmente, mas diz estar sem dinheiro para a viagem. Um montante que se as vítimas enviarem nunca mais recebem notícias do “namorado virtual” e muito menos a cor do dinheiro.
DESESPERO
Algumas das lesadas já procuram ajuda e uma das pessoas com quem duas delas falaram é Jean Phillippe Tavares. Este empresário, dono da SportCafé, contou ao A NAÇÃO que foi procurado por essas vítimas, que sabem que ele pertenceu ao exército americano e que queriam confirmar se os perfis dos “sedutores” virtuais correspondiam a soldados dessa nacionalidade.
“Chegaram aqui desesperadas e disseram que o sujeito lhes tinha feito juras de amor e que se tinham apaixonado também por ele”, relata Phillippe Tavares que confirmou que nos dois casos o perfil correspondia à mesma pessoa, um graduado do exército americano, o general Austin Lloyd, que por coincidência foi seu comandante.
O empresário acabou por revelar às duas senhoras que elas tinham sido alvo de uma burla. Tavares escreveu também uma carta à Embaixada dos Estados Unidos da América denunciando o sucedido e mandou um email ao referido general do que se está a passar em Cabo Verde.
De notar que os homens também devem ficar alertas, porque há notícia do mesmo tipo de golpe, mas agora feito com perfis de mulheres. No geral, o estratagema é semelhante: o mesmo tipo de conversa e à dada altura a necessidade do envio de dinheiro.
CARTA DE NIGÉRIA
Há quem diga que esta fraude poderá ser uma evolução da denominada “Carta de Nigéria”, um esquema que surgiu no início da década de noventa e que nos primeiros anos era feito através cartas, telex e fax e agora sob a forma de correio electrónico.
Na quase totalidade, a correspondência vem redigida em inglês, quase sempre deficiente, e é dirigida a pessoas com posição de destaque no meio empresarial, na administração pública, na política e noutros sectores influentes da sociedade. O remetente intitula-se alto quadro de governo ou de companhia estatal, ou então seu familiar, de determinado país africano.
O país emissor era a Nigéria, depois alargou-se a outros países geograficamente próximos, sendo que ultimamente também da África do Sul. A missiva é uma proposta de negócio em que o remetente diz possuir certa quantia de dinheiro, sempre em grande valor, conseguida devido ao seu estatuto privilegiado, relacionado com a administração do seu país. Alegando não poder ser associado publicamente a essa fortuna, em razão da origem, só lhe resta transferi-la para o estrangeiro. Pede assim ao destinatário que receba na sua conta bancária esse dinheiro, em contrapartida de 20 %, ou até 35 %, do seu valor.
PEDIDOS
É pedido que sejam enviados os dados identificativos dessa conta, da empresa ou organização da pessoa “fisgada”. Na posse desses elementos, os burlões podem cometer golpes à escala internacional mediante a utilização fraudulenta dos dados no sistema financeiro. Há casos em que os lesados pagaram viagens aos burlões e adiantaram dinheiro para custear despesas, etc.
A Polícia Judiciária tem conhecimento desses casos e já acompanhou de uma ou outra denúncia feita em Cabo Verde. No geral, a PJ pede para ninguém se deixar levar na conversa, sob pena de se juntar à longa lista de otários que, infelizmente, não pára de crescer, sustentando assim a célebre máxima: “A cada minuto nasce um otário”. Uma outra recomendação importante é nunca dar os dados da sua conta bancária, sob pena de vê-la esvaziada do seu valor.
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