segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A presença do presidente de transição, Serifo Nhamadjo, na Assembleia-geral desta semana "é um sinal de que o país está num bom rumo".



O embaixador da Guiné-Bissau na Organização das Nações Unidas, João Soares da Gama, afirma que a presença do presidente de transição, Serifo Nhamadjo, na Assembleia-geral desta semana "é um sinal de que o país está num bom rumo".

A Guiné-Bissau não interveio na Assembleia-geral do ano passado, depois de duas representações terem pedido credenciais: uma por parte das autoridades de transição e outra em representação do governo e presidente depostos no golpe de estado de abril de 2012.

Na altura, a organização decidiu que nenhuma organização devia estar presente.

"A Assembleia Geral é o local onde os países soberanos devem estar presentes e é um bom sinal que a Guiné-Bissau, depois do desentendimento que houve ano passado, volte a estar representada, essa devia ser sempre a norma", disse o embaixador João Soares da Gama à agência Lusa.

"É ainda melhor que esteja representada pelas mais altas instituições, como vai acontecer, num momento tão importante", acrescentou Soares da Gama.

O embaixador diz que "o país tem conquistado o respeito e o apoio da comunidade internacional, cumprindo com as exigências que foram estabelecidas, como a criação de um governo de transição e a marcação de eleições."

Segundo o calendário estabelecido com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o país deve realizar eleições gerais a 24 de novembro e terminar com o período de transição a 31 de dezembro.

O presidente de transição já admitiu que o escrutínio pode ser adiado, mas o embaixador recusa essa hipótese.

"Há fortes diligências para que as eleições aconteçam e, neste momento, temos todos os motivos para acreditar que a data será cumprida", disse Soares da Gama, sublinhando, no entanto, que o país "não tem condições para realizar as eleições sozinho, depende totalmente, em termos financeiros e logísticos, do apoio da ONU e da comunidade internacional."

Na semana passada, uma comissão de sete peritos da CEDEAO realizou um levantamento no país para decidir os fundos que a Guiné-Bissau precisa para organizar as eleições.

O embaixador recusa ainda que o golpe de estado lhe tenha criado problemas na sua atuação junto da ONU.

"Eu não sou político. Represento o estado guineense, é essa a minha obrigação. Tenho representado o conselho de transição assim como, quando me foi pedido e achei correto, ajudei os responsáveis anteriores", explicou.

5 comentários :

  1. Quando um Embaixador diz que não é politico é de se perguntar como chegou ao estatuto de Embaixador?!

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    1. na diplomacia se faz carreira como nas forças armadas. O embaixador é o mais alto ramo da diplomacia. Um diplomata não deve e nem pode fazer politica ( sao regras basicas da diplomacia). Antes de falar procura se informar

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    2. Essa é a sua opinião! Eu respeito-a sem ter que aceitá-la...Normalmente e constatamos isso de governo em governo, num governo de 'esquerda' é difícil encontrar-se embaixadores de 'direita' e vice-versa, um governo de direita escolhe para embaixadores personagens de direita...

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  2. Dia 24 de setembro de 1973/, foi um momento decisivo para o início da organização do Estado guineense. A independência, no entanto, não resultou em grandes transformações económicas, políticas e sociais profundas. O que significa que, a luta devia continuar contra ignorância, contra o tribalismo, analfabetismo, fome, contra “superstições” etc.; para que sejamos todos “iguais”. E, sem no entanto, ignorar o esforço incalculável do povo pela conquista da independência, visto que o povo não defende “as coisas abstratas…defende coisas concretas, a terra é uma coisa concreta…” (Samora Machel). 40 Anos da independência, chegou o momento para que a G-Bissau, se organiza dentro de si, não para se fechar, mas para se abrir, para alcançar uma presença forte fora de si (Nóvoa).
    Entretanto, acredito que conseguiremos ultrapassar os problemas atuais se formos capazes de dar uma resposta verdadeiramente coletiva aos desafios que temos à nossa frente, o que exige transparência e um conhecimento rigoroso e completo da situação em que nos encontramos.
    A nossa sociedade não pode continuar adormecida perante os desafios que o futuro lhe coloca. É necessário que um sobressalto cívico faça despertar os guineenses para a necessidade de uma sociedade civil forte, dinâmica e, sobretudo, mais autónoma perante os poderes públicos, (Não perguntes o que a tua pátria pode fazer por ti. Pergunta o que tu podes fazer por ela) John Kennedy. Como em tudo na vida, para delinearmos o melhor caminho para atingirmos o futuro que ambicionamos, temos de saber de onde partimos. E, numa situação de constrangimento, os sacrifícios têm de basear-se numa forte consciência do social, do interesse coletivo, uma consciência que fomos perdendo na vertigem do económico, político e social; pior ainda, que fomos perdendo para interesses e grupos, sem controlo, que concentram a riqueza e tomam decisões à margem de qualquer princípio ético ou democrático. É uma “realidade inaceitável” (Nóvoa). Obrigado Garcia Bedeta.

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  3. Realmente um embaixador nao é politico,ha carreira de diplomatas, so na guiné é que se nomeia embaidador a belo prazer de quem esta com força.
    um abraço

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COMENTÁRIOS
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