" Se Cabral tivesse vivido mais tempo, teria
sido muito provavelmente secretário-geral da ONU". Amílcar Cabral FEZ hoje
89 anos! Parabéns pá anós tudo!
Amine Saad
Porque o dia 12 de Setembro é a data de nascimento de Amílcar Cabral, fundador
da nacionalidade guineense e cabo-verdiana, é considerado o DIA DA
NACIONALIDADE. Um dia de evocação da memória do Pai da Nação, o homem que pagou
com a sua vida a sua divida para com o seu povo, liderando a conquista da
soberania nacional e a construção da Pátria amada. São muitas as referências
que nos orgulham de ser guineense! O escritor português, Miguel Urbano
Rodrigues, no seu livro “O Tempo e o Espaço em que vivi”, evoca os encontros
com Amílcar Cabral de forma impressiva: “Emocionou-me ouvi-lo, numa antevisão
do futuro próximo, lamentar um absurdo. (...) Antes de disparado o primeiro
tiro já lhe doía a inevitabilidade da guerra. Sofria pela juventude que iria
morrer nos campos de batalha. A sua gente teria de morrer para que a História
avançasse; os portugueses, esses seriam triturados pela máquina do
colonialismo, como carne para canhão de uma causa condenada. ‘É terrível,
angustiante, saber que isso vai acontecer’ – não esqueço as suas palavras – ‘e
não podermos deter a máquina da morte, accionada pela irracionalidade do
colonialismo mais retrógrado de todos os colonialismos’”.
Outra referencia que aqui evocamos e que nos enche infinitamente de
orgulho de pertença à Nação de Cabral vem do africanista britânico, BASIL
DAVIDSON (1914-2010) jornalista, escritor, historiador e especialista no
período colonial, considerado como um dos melhores conhecedores de África, foi
o único repórter que, durante as guerras coloniais, visitou as regiões
libertadas da Guiné, Angola e Moçambique, conduzido pela mão de Amílcar Cabral,
Agostinho Neto e Eduardo Mondlane. Deixou quase 40 livros escritos, vários dos
quais editados em Portugal.
Basil Davidson foi um elemento activo do CFAMG, o Comité para a
Libertação de Angola, Moçambique e Guiné. Sem excepções, conheceu todos os
líderes dos movimentos de emancipação das colónias portuguesas. Numa entrevista
concedida ao jornal português EXPRESSO e publicada em 3 de Fevereiro de 2001, o
jornalista pergunta: - Com uma experiência tão vasta e diversificada, qual foi o
maior líder africano que conheceu? A resposta é imediata, sem ponta de
hesitação: - "Amílcar Cabral." Incluindo Nelson Mandela, "que
também conheci, mas só antes de ser preso". A Cabral dedicou um
livro:"Os Africanos. Uma Introdução à sua História Cultural" (Edições
70, 1981). "É simultaneamente um livro de história e de antropologia e que
considero o meu trabalho mais importante. E Basil Davidson termina com este
pranto de reconhecimento: " Se Cabral tivesse vivido mais tempo, teria
sido muito provavelmente secretário-geral da ONU". Amilcar Cabral FEZ hoje
89 anos! Parabéns pá anós tudo!
Amine Saad
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