quarta-feira, 11 de setembro de 2013

OPINIÃO: 12 DE SETEMBRO - DIA DA NACIONALIDADE



" Se Cabral tivesse vivido mais tempo, teria sido muito provavelmente secretário-geral da ONU". Amílcar Cabral FEZ hoje 89 anos! Parabéns pá anós tudo!

Amine Saad

Porque o dia 12 de Setembro é a data de nascimento de Amílcar Cabral, fundador da nacionalidade guineense e cabo-verdiana, é considerado o DIA DA NACIONALIDADE. Um dia de evocação da memória do Pai da Nação, o homem que pagou com a sua vida a sua divida para com o seu povo, liderando a conquista da soberania nacional e a construção da Pátria amada. São muitas as referências que nos orgulham de ser guineense! O escritor português, Miguel Urbano Rodrigues, no seu livro “O Tempo e o Espaço em que vivi”, evoca os encontros com Amílcar Cabral de forma impressiva: “Emocionou-me ouvi-lo, numa antevisão do futuro próximo, lamentar um absurdo. (...) Antes de disparado o primeiro tiro já lhe doía a inevitabilidade da guerra. Sofria pela juventude que iria morrer nos campos de batalha. A sua gente teria de morrer para que a História avançasse; os portugueses, esses seriam triturados pela máquina do colonialismo, como carne para canhão de uma causa condenada. ‘É terrível, angustiante, saber que isso vai acontecer’ – não esqueço as suas palavras – ‘e não podermos deter a máquina da morte, accionada pela irracionalidade do colonialismo mais retrógrado de todos os colonialismos’”.

Outra referencia que aqui evocamos e que nos enche infinitamente de orgulho de pertença à Nação de Cabral vem do africanista britânico, BASIL DAVIDSON (1914-2010) jornalista, escritor, historiador e especialista no período colonial, considerado como um dos melhores conhecedores de África, foi o único repórter que, durante as guerras coloniais, visitou as regiões libertadas da Guiné, Angola e Moçambique, conduzido pela mão de Amílcar Cabral, Agostinho Neto e Eduardo Mondlane. Deixou quase 40 livros escritos, vários dos quais editados em Portugal.

Basil Davidson foi um elemento activo do CFAMG, o Comité para a Libertação de Angola, Moçambique e Guiné. Sem excepções, conheceu todos os líderes dos movimentos de emancipação das colónias portuguesas. Numa entrevista concedida ao jornal português EXPRESSO e publicada em 3 de Fevereiro de 2001, o jornalista pergunta: - Com uma experiência tão vasta e diversificada, qual foi o maior líder africano que conheceu? A resposta é imediata, sem ponta de hesitação: - "Amílcar Cabral." Incluindo Nelson Mandela, "que também conheci, mas só antes de ser preso". A Cabral dedicou um livro:"Os Africanos. Uma Introdução à sua História Cultural" (Edições 70, 1981). "É simultaneamente um livro de história e de antropologia e que considero o meu trabalho mais importante. E Basil Davidson termina com este pranto de reconhecimento: " Se Cabral tivesse vivido mais tempo, teria sido muito provavelmente secretário-geral da ONU". Amilcar Cabral FEZ hoje 89 anos! Parabéns pá anós tudo!

Amine Saad

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