Nova Iorque – O Representante Especial das
Nações Unidas na Guiné-Bissau admitiu, pela primeira vez, a possibilidade do
adiamento das eleições presidências e legislativas previstas no país em
Novembro.
As declarações de José Ramos-Horta foram feitas aos
repórteres, logo após a sua apresentação no Conselho de Segurança da ONU, esta
quinta-feira, em Nova Iorque.
“Apesar de um possível atraso nas eleições marcadas
para Novembro”, disse Ramos-Horta, “os esforços políticos na Guiné-Bissau estão
a avançar e o país permanece calmo”.
Na sua reunião à porta fechada com o Conselho de 15
membros, o Representante Especial da ONU disse que a situação continua
tranquila e “estamos no caminho certo para continuarmos os esforços no
restabelecimento da ordem constitucional na Guiné-Bissau”.
Ele acreditou na estabilização do país, aos esforços
de cooperação entre as autoridades nacionais e os organismos internacionais,
nomeadamente a União Africana (UA), a Comunidade Económica dos Estados da
África Ocidental (CEDEAO), a Comunidade dos Países de Língua Oficial
Portuguesa (CPLP) e a ONU.
As eleições legislativas e presidenciais tinham sido
programadas para o final deste ano, mas devido a problemas de financiamento e
outras razões logísticas, elam podem ser adiadas, vinculou o Representante
Especial.
“É preferível que se realize no dia 24 de Novembro,
mas se o escrutínio tiver que ser adiado, vai ser adiado por um período muito
curto de tempo”, disse Ramos-Horta, que também é o chefe da missão política da
ONU na Guiné-Bissau.
Ramos-Horta advertiu, no entanto, que enquanto um
pequeno atraso não iria criar novos desafios, um atraso mais significativo
poderia “desestabilizar a situação política, minando os esforços que
conquistamos até agora”.
No tocante à questão do tráfico de drogas que assola o
país, o Representante da ONU revelou que o Presidente de Transição Manuel
Serifo Nhamadjo prometeu enviar uma carta ao secretário-geral Ban Ki-moon,
pedindo uma comissão internacional de investigação sobre o tráfico de drogas e
o crime organizado na Guiné-Bissau.
Ramos-Horta fala também de uma segunda carta a ser
escrita por Serifo Nhamajo que pedirá a ajuda da ONU no processo da
investigação sobre crimes graves do passado. O chefe da UNIOGBIS considera
corajosos estes passos a dar pelas autoridades de transição da Guiné-Bissau.
Com a Agência das Notícias da ONU
GBissau.com
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