A
jornalista guineense Milocas Pereira foi agredida no início do mês de Maio por
desconhecidos antes de ter comunicado a algumas pessoas com quem falou a sua
intenção de deixar Angola, na sequência desta agressão, que foi apontada pela
própria como sendo a causa mais próxima da sua decisão.
Junto
de uma destas pessoas, sua amiga, com quem MP conversou em Luanda, este site
soube que a jornalista e professora universitária guineense estava
verdadeiramente aterrorizada, tendo-lhe confidenciado que não tinha dúvidas que
a agressão tinha fortes motivações políticas e que por causa disso ela estava a
correr risco de vida, pelo que a única solução que tinha era abandonar
imediatamente Angola, de regresso ao seu país.
Os
agressores, segundo contou a nossa fonte, durante o acto de agressão que
levaram a cabo contra a confrade guineense deram-lhe claramente a entender
porque é que ela estava a ser violentada e que as coisas podiam ser piores da
próxima vez.
“Por
agora é só”- disse-lhe um dos dois agressores, depois de ter sido retirada a
força do carro e empurrada para o chão num terreno pedregoso, o que lhe
provocou ferimentos nos joelhos.
Na
ocasião o seu carro foi revistado, tendo-lhe sido levada apenas uma pen-drive,
sem que os assaltantes mostrassem qualquer interesse pelos outros bens que ela
transportava na carteira, incluindo dinheiro.
Aconselhada
pela sua amiga a denunciar publicamente a agressão, MP disse que preferia não o
fazer, a traduzir bem, segundo a fonte deste site, o estado psicológico
altamente perturbado em que se encontrava.
Na
conversa que estamos a citar, MP disse que começou a sentir-se muito
pressionada depois de uma entrevista que tinha dado sobre a situação na
Guiné-Bissau na sequência do golpe de estado que derrubou o Governo de Carlos
Gomes.
Aconselhada
a ir para Portugal, MP disse que não confiava nos portugueses e que se sentia
melhor na Guiné-Bissau com os responsáveis que emergiram do golpe de estado.
Na
sua edição desta sexta-feira o Novo Jornal dedica uma página inteira ao
desaparecimento da jornalista, com referências ao facto dela se ter destacado
nos comentários que então produziu para a comunicação social angolana pelas
críticas que fez à Missang e ao relacionamento político de Bissau com Luanda.
Pelo
que se sabe, MP estava muito longe de ser uma entusiasta desta operação das FAA
em terras guineenses a par de outras antipatias que ela não escondia
distribuída pelos protagonistas políticos do anterior eixo existente entre
Luanda e Bissau.
ANGOLA24HORAS.COM / tchogue
Estamos todos calado, a liga que diz defender direitos, a sociedade civil o governo
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