Não sou apologista da guerra ou da promoção explícita da
violência como direito do cidadão, ou implicitamente, através do que se chama
de desobediência civil.
Se de facto alguém acha que os membros do Governo de
Transição merecem ser espancados, por serem golpistas e impostores, então,
porquê tanta preocupação, supostamente, em defesa dos direitos, liberdades e
garantias dos cidadãos, ou se quisermos, dos direitos humanos...?
São ou não seres humanos com direitos e deveres como todos os
outros?!
É ou não hipocrisia quando se faz tanto "barulho"
por causa de algo que, afinal, até se
aprova e se recomenda, sugerindo maldades contra membros do
Governo de Transição, que também são cidadãos nacionais?
Ou pelo facto de se ter um Governo de Transição, todos os que
dele fazem parte são golpistas, impostores e merecedores de actos bárbaros?
Já não sei quem é pior, se os "acusados" de sempre
ou os que continuam a promover/divulgar a barbárie, apenas e só no intuito de
instigar outros à desobediência civil, para se criar um clima de instabilidade
na Guiné-Bissau.
Ou não será que, o que de facto se pretende é que haja um
clima de tensão que descambe para um conflito social/armado, onde a violência
gratuita resultaria em banho de sangue, entre irmãos guineenses, filhos da
Guiné-Bissau?
Tem-se "trabalhado" muito nesse
sentido, mas, que ninguém pense, que iniciado um conflito armado na
Guiné-Bissau, o mesmo terminará pela força das armas (não havendo
mediação/diálogo; cessar fogo/diálogo, como se pode terminar uma guerra
iniciada?), ou que depois de vidas ceifadas, voltaremos
a ter de volta familiares e amigos desaparecidos em consequência de uma guerra;
ou que, da nossa pobreza generalizada, enquanto país dependente de apoio
externo, voltaremos a reerguer as parcas infra-estruturas
que ainda temos, mesmo degradadas...
A quem interessa um conflito de consequências imprevisíveis
na Guiné-Bissau?
A quem interessa um clima de instabilidade permanente na
Guiné-Bissau, quando os parceiros/organismos internacionais se prontificam a
materializar apoios para a realização de eleições presidenciais e legislativas,
visando a retoma da normalidade constitucional?
Mas quem quer, ou quem não quer, a retoma da normalidade
constitucional e porquê?
Para além das repetições de sempre de que é preciso uma Força
Multinacional para a Guiné-Bissau ou de que a Guiné-Bissau deveria ser
administrada pelas Nações Unidas, sem que estas manifestações de interesses
tenham sido devidamente apresentadas/explicadas, para que fossem debatidas por
todos quantos se interessam pelas questões nacionais, o que é que se recomenda,
a bem do interesse nacional/colectivo para contrariar a barbárie, ao invés de
ainda se regozijar com a prática da barbárie, só porque, cometida contra um
cidadão nacional (mas) que é membro do Governo de Transição...?
Já aconteceu muita coisa na Guiné-Bissau que poderia ter sido
evitada, mas não foi. Está a acontecer muita coisa na Guiné-Bissau que pode ser
evitada, para que não hipotequemos o nosso país, quiçá, o futuro das gerações
vindouras. Ainda estamos a tempo de evitar a pior das catástrofes...
Há que parar de pôr mais lenha na fogueira, pois nada está
perdido, ainda que, algumas pessoas estejam em desespero de causa...
Volto a afirmar: condenei todos os golpes de Estado, todas as
tentativas de golpe de Estado, inventonas e levantamentos militares ocorridos
na Guiné-Bissau. Condeno todos os actos bárbaros, desde sempre e até hoje
praticados na Guiné-Bissau, mas não vejo como resolver os males da
Guiné-Bissau, usando estratégias baseadas no mal...ainda que, justificadas como
sendo para acabar com o mal. Para mim, o mal só tem fim, ou só se remedeia,
quando contrariado/confrontado pelo bem!
Não sou apologista da guerra ou da promoção explícita da
violência como direito do cidadão, ou implicitamente, através do que se chama
de desobediência civil. Prefiro dialogar, criticar, sugerir/propor acções no
âmbito dos direitos fundamentais, tendentes a sensibilizar/consciencializar os
"alvos" das minhas abordagens!
Sobre o espancamento do Ministro Orlando Viegas, aqui fica a
minha condenação e o meu lamento, pelo sucedido, a exemplo de situações
idênticas, no passado, de uma lista interminável de outros compatriotas nossos
vítimas da barbárie ao longo de 40 anos de independência e de desgovernos.
Tratando-se de um membro do Governo de Transição e dirigente
de um Partido político, o Partido da Renovação Social (PRS) cabe certamente ao
seu partido posicionar-se politicamente, em conformidade, reacção que pode ser
acompanhada de questionamentos ao Ministério da Administração Interna, mas
também, de queixa ao Ministério Público.
Cada vez há mais razões para que não deixemos que a
Guiné-Bissau seja transformada na "terra de todos e de ninguém", por
isso, vamos acreditar que, haverá sempre ganhos com a realização das eleições,
sendo que é indiscutível o facto de, só pela via eleitoral se conseguir a
retoma da normalidade constitucional!
Vamos continuar a trabalhar!
Fernando Casimiro (Didinho)
Difamação da Guiné está no golpe, nos discursos do Indjai e nas prática de tráfico de drogas, espancamentos, torturas e matanças.
ResponderEliminar