Paulo Gomes, um dos dez candidatos anunciados à
presidência da Guiné-Bissau, divulgou hoje uma carta aberta em que se diz
disponível para acordar apoios de quaisquer partidos ou entidades para uma
"candidatura de compromisso nacional".
O candidato manifestou "o desejo" e
"completa abertura" para equacionar com "partidos políticos,
entidades particulares e todas as forças vivas da Nação (...) as modalidades de
apoio" que lhe poderão conferir.
Na carta aberta, Paulo Gomes disse que é melhor
procurar "consensos" do que haver candidaturas de "grande número
de figuras", como é "hábito" acontecer nas eleições guineenses.
"Para alguns, esse fenómeno é interpretado como
sinal de vitalidade da nossa democracia, porém, para outros, onde me posiciono,
isso tem revelado apenas a incapacidade de (...) gerarmos consensos",
escreveu no documento.
Para o candidato, essa incapacidade implica o risco de
serem feitas "escolhas erradas".
Em vez disso, considerou que todos devem pôr de lado
as "amarras partidárias" e a "rede de afetos e interesses
pessoais, que em diversas ocasiões têm tolhido o discernimento na hora de
escolher os dirigentes".
O economista e ex-quadro superior do Banco Mundial
considerou estar à altura da responsabilidade e ergueu como bandeiras da
candidatura os jovens, o combate à corrupção e a restauração da dignidade do
cargo de Presidente da República e do país.
A carta aberta foi divulgada hoje junto dos meios de
comunicação social, antes de Paulo Gomes formalizar a entrega da candidatura às
presidenciais no Supremo Tribunal de Justiça, em Bissau.
A deposição dos documentos será feita na quinta-feira,
às 11:00.
Além de Paulo Gomes, já anunciaram a intenção de se
candidatarem à presidência da Guiné-Bissau, nas eleições de 16 de março, Abel
Incada, empresário e vice-presidente da Câmara do Comércio da Guiné-Bissau
(apoiado pelo PRS), Afonso Té, líder do PRID, Partido Republicano da
Independência e Desenvolvimento (candidato da coligação de partidos Fórum
Guiné-Bissau) e Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro deposto.
Estão também na lista Domingos Quadé, bastonário da
ordem dos advogados da Guiné-Bissau, Fernando Jorge d'Almada, quadro sénior na
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e Hélder Vaz,
ex-diretor-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Completam as candidaturas anunciadas Iaia Djaló, o líder
do Partido da Nova Democracia (com apoio do PND), Nuno Nabiam, engenheiro de
aviação, presidente de agência de Aviação Civil e Tcherno Djaló, antigo
ministro da Educação da Guiné-Bissau.
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