O
representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, alertou para
a necessidade de a comunidade internacional começar a preparar um fundo de
pensões para realizar a reforma das forças armadas no país.
Segundo
referiu segunda-feira à agência Lusa, as autoridades militares já entregaram
"uma lista de mil e 700 elementos que voluntariamente se inscreveram para
sair e há ainda mais 200 que, por idade ou saúde, devem retirar-se",
acrescentou Ramos-Horta.
No
entanto, a liderança armada "passa a bola" para a comunidade
internacional na hora de criar o fundo de pensões, um tema que "é preciso
ver com rapidez", alertou.
José
Ramos-Horta falava à agência Lusa à margem de uma cerimónia de entrega de
fardamentos oferecidos pelo reino de Marrocos às forças armadas guineenses, na
sequência de um pedido do representante da ONU no país lusófono.
As
Nações Unidas e outras entidades da comunidade internacional têm pedido aos
militares que deixem de interferir nas actividades civis e políticas da
Guiné-Bissau, mas estes têm acusado o poder político de incompetência e prática
de corrupção para justificar os levantamentos.
Para
Ramos-Horta, a reforma das forças armadas deve ser a prioridade do governo, da
Assembleia Nacional e presidente a serem eleitos a 13 de Abril.
"Não
creio que haja controvérsia. Todas as chefias militares repetem que querem a
reforma das forças armadas", referiu.
No
entanto, é pedida ajuda internacional e esse apoio "não consiste apenas em
entregar algum dinheiro e sair: tem que haver algum plano, com
sustentabilidade, para que as pessoas que saiam, ao fim de seis meses, não
fiquem sem meios de viver e tenham que voltar outra vez às forças
armadas".
O
valor em causa para o fundo "é muito mais que os 16,5 milhões de euros que
foram disponibilizados pela Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO) - dos quais 6,5 foram para reabilitação de casernas",
alerta
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