Nas vésperas da realização de um novo acto eleitoral, na Guiné-Bissau, em 18 de Maio de 2014, impõe-se reflectir sobre algumas realidades e práticas,
que urge combater, porque expõem, perante a Comunidade Internacional, e aos
Nacionais, algumas das nossas fraquezas, em termos de vivência democrática, e
põem em cheque a credibilidade do País, perpetuando, talvez injustamente, a
forma como somos vistos do exterior, e, mesmo, internamente.
A razão poderá estar, em certo tipo de práticas, muitas vezes denunciadas,
publicamente, que minam a credibilidade do processo eleitoral.
A nossa Democracia padece de uma
crise de confiança, que as más práticas ajudam a aprofundar, acabando
por se transformar, mais cedo ou mais tarde, em factor de instabilidade descontrolada, a exigir uma terapia de choque,
que ninguém deseja.
Poderá dizer-se que por culpa de alguns, que só pensam nos seus próprios
interesses.
Mas, aos olhos da Comunidade Internacional (e do nosso Povo), o julgamento negativo recai sobre todo o País,
como demonstração clara de incompetência
e de incapacidade para levar a efeito um acto eleitoral que mereça a
aprovação integral dos Parceiros Internacionais, que apoiam a sua realização,
na expectativa de que a Guiné-Bissau recupere o seu crédito internacional e
estabilize, finalmente!
É de nosso interesse conduzir a bom porto o processo eleitoral (em toda a
sua envolvência), de modo que o resultado final seja digno de confiança e um
factor de estabilização (em vez de causa de descontentamento, que vá descambar
numa nova crise anunciada). Esse é o
nosso apelo firme!
Todos sabemos que a nossa imagem exterior não é a melhor do Mundo! Culpa de
quem?
A imagem é de um País ingovernável! Mas, internamente, a nossa realidade
social mostra um Povo simples, pacífico e solidário, praticamente, sem
dependência do Estado, como acontece na maioria dos País!
Reconhecidamente, a culpa não está no Povo Guineense, que convive,
pacificamente, entre as suas muitas Etnias e Religiões, bem assim com a
Comunidade Estrangeira Residente, e, nos momentos de crise, sabe manter-se
disciplinado, confiante nas suas instituições, nomeadamente, nas suas Forças de
Defesa e Segurança (assumidamente, parte integrante do Povo)!
A nossa Classe Política é que deverá
esmerar-se por merecer o Povo que tem, por corresponder à sua vontade de
ser governado, com modos e regras claras, com verdade, honestidade e confiança
(também, no âmbito eleitoral)!
Todos sabemos que o Poder tentacular do PAIGC se estende, não só aos Órgãos
da Comunicação Social (na qual tem um autêntico clube de fans, tanto dentro
como fora do País, como o caso
da RDP ÁFRICA), bem como em
algumas Organizações da Sociedade Civil Guineense, Associações Empresariais
(como a do Comércio), Partidos Políticos e Associações Cívicas, sobre os quais recaem
suspeitas de que são, politicamente inseminados, quer dizer, dirigidos por
indivíduos, umbilicalmente, ligados ao Partido de origem (enquanto Membros
fidelizados), mas que funcionam, nesses Grupos, como autênticos delegados
políticos do Partido, introduzidos, como vírus, no interior de outros, com uma
missão bem clara de contrapoder ou espionagem.
Mas suspeitas são suspeitas! Preferimos confiar na boa-fé dos Militantes e
Associados!
Para tornar a nossa Democracia verdadeiramente
operativa, todos nós (Partidos e
Cidadãos, em geral) temos o dever de tudo fazer para torna-la mais forte, mais
presente e actuante, na nossa vida quotidiana, através de um trabalho de
doutrinação colectiva para nos habituarmos a viver em Democracia, em igualdade
e respeito mútuo, confiantes nas instituições democráticas (e nos nossos
eleitos), que ajudamos a criar com o nosso voto.
Todos sabemos que, na raiz do problema de instabilidade política e social
do País, está a excessiva dependência económica dos políticos e um vicioso Jogo
de Poder. Essa realidade faz com que se tornem vítimas fáceis de gente sem
escrúpulos, que não olham a meios, para alcançar os seus objectivos de poder e
fortuna, mesmo recorrendo a meios ilegais. Esse é um desafio que os próprios
eleitos terão de superar que quisermos (como queremos) que a Democracia
sobreviva e se dignifique.
Há por aí candidatos que, na sua apresentação, fazem apelos à Ditadura como
solução para os nossos problemas! Insensatez, à mistura com a confissão de
incompetência pré-anunciada e inutilidade pessoal! Mas foram esses que nos
trouxeram à situação actual!
Memória curta? Ou incapacidade para
analisar os fenómenos sociais e políticos?
Vade Retro!...
A Ditadura
não gera Consensos! Só nos
mentecaptos!
É no diálogo político e social (feito com verdade e vontade declarada) que
reside a solução dos problemas! Em qualquer País que se preze (até na Família
mais humilde)!
Ninguém é
dono da Verdade em Democracia! Se ninguém é dono da Verdade! ???
Os Ditadores!...? Os Ditadores!...
Acabam como começam, vítimas do seu egoísmo insensato!
Dr. Wilkinne
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