A exportação da castanha de caju, aliada à fraca
capacidade de acostagem no porto comercial de Bissau, está a impedir que navios
carregados de produtos de primeira necessidade atraquem, disse hoje à Lusa um
responsável do setor.
Félix Nandunguê, diretor geral da Administração dos
Portos da Guiné-Bissau (APGB), explicou a Lusa que os dois cais do porto
comercial de Bissau «são exíguos» para permitir a acostagem de vários navios ao
mesmo tempo.
Desde o mês de abril, os dois cais do porto de
Bissau têm recebido diariamente navios que vêm carregar a castanha de caju,
principal produto de exportação da Guiné-Bissau, que é vendido para a Índia.
«Neste momento há um grande fluxo de navios devido a
exportação da castanha de caju», notou Nandunguê, ao indicar que alguns navios
carregados com produtos de primeira necessidade têm estado a aguardar ordens
para acostagem.
O diretor da APGB afirmou que a situação está a
provocar falta de produtos como sumos, ovos, óleo alimentar, arroz, entre
outros bens de consumo no mercado guineense.
Félix Nandunguê disse que tirando o facto de ser o
período de exportação da castanha de caju, os dois cais do porto comercial de
Bissau só podem permitir a acostagem de navios de até nove calados.
«O nosso porto não permite, por exemplo, que dois
navios com mais de 120 metros de cumprimento, estejam acostados em paralelo»,
acrescentou Nandunguê para quem o porto precisa «de forma urgente» de uma
dragagem caso contrário dentro de dois anos não poderá receber navios de grande
calado.
A situação «é de tal forma complicada» ao ponto de
um navio de uma empresa que transporta contentores carregados de produtos
alimentares ter que voltar para o porto de Las Palmas, Espanha, quando soube
que não havia espaço para atracar em Bissau, referiu Félix Nandunguê.
Além desse navio, três estão nas imediações do porto
de Bissau a espera de ordens para atracarem. O diretor-geral da APGB afirma que
todos estão carregados de «produtos essenciais» que fazem falta no mercado.
«Vamos ter que arranjar uma solução para que estes
navios possam acostar nos próximos dias», observou Félix Nandunguê.
Sem comentários :
Enviar um comentário
COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.