A Interpol e as Nações Unidas estão a trabalhar em
conjunto para garantir todo o apoio para que a Guiné-Bissau possa combater
eficazmente o crime organizado, o tráfico de droga, o terrorismo e a
criminalidade violenta.
A reafirmação deste que é um dos objectivos para a
normalização da vida do país, foi feita numa visita esta segunda-feira a
Bissau, do Secretário-geral da Interpol, Ronald Noble acompanhado pelo
Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas no Gabinete para a
Africa Ocidental (UNOWA), Saidi Djinnit. Estes altos responsáveis foram
recebidos pelas autoridades nacionais (Ministro da Justiça, Policia Judiciária)
e pelo Chefe do Sector do Estado de Direito e Segurança das Instituições
(ROLSI) do UNIOGBIS, Antero Lopes, em nome do Representante Especial do
Secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau, José Ramos-Horta.
Esta é a primeira visita à Guiné-Bissau, do mais
alto responsável da INTERPOL o que por si só é demonstrativo da importância que
as organizações internacionais estão a dar a esta nova fase do regresso à
democracia no país, depois de concluído com êxito o processo eleitoral em Abril
e Maio, e a poucos dias de terminar o período de transição.
O Secretário-geral da Interpol, Ronald Noble, foi
claro e conciso na definição dos objectivos deste trabalho que será reforçado:
aposta nos serviços de informação.
Noble refere que será dada uma atenção especial à
entrada e saída de suspeitos de envolvimento em práticas criminosas, num
reforço de informações e detecção junto das
fronteiras terrestres, portos, aeroportos e unidades
hoteleiras, além de uma articulação entre as forças de segurança e de defesa
nacionais da Guiné-Bissau, serviços de informação, Ministério da Justiça, etc.
O representante das Nações Unidas na região,
referiram que a África Ocidental, para alem de estar referenciada há vários
anos como placa giratória do tráfico de droga proveniente da América Latina,
para a Europa e América do Norte, é já actualmente uma zona de produção de
drogas, como a cocaína, como refere Saidi Djinnit nestas declarações à
imprensa.
Contudo, nesta conferência de imprensa, foi
salientado que o problema do crime organizado e o tráfico internacional de
drogas, não se circunscreve apenas à Guine-Bissau, mas afecta também outros
Países da região, pelo que ONU e a Interpol, defendem um combate integrado e um
esforço conjunto transnacional.
Dadas as enormes fragilidades em termos de
equipamento de defesa e segurança que a Guiné-Bissau revela, por não possuir
meios aéreos e navais adequados à vigilância do território, nesta conferência
de imprensa, foi levantada a questão, por parte dos jornalistas, sobre se as
organizações internacionais poderiam disponibilizar esses meios.
O Representante do Secretário-geral da ONU, Saidi
Djinnit, concorda com uma cooperação bilateral neste aspecto, ou seja, que alguns
países com capacidade para tal, possam fornecer esses equipamentos, em
articulação com estados da África Ocidental.
De resto, de acordo com o diplomata Saidi Djinnit,
existe já um reforço do patrulhamento naval e aéreo do Golfo da Guiné, que
envolve países como a Nigéria e o Togo, relacionado com casos de pirataria
marítima na região, o que compromete as condições de segurança e prejudica as
actividades económicas.
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