quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Guiné-Bissau fecha fronteiras com Conakry e proíbe aglomerações como prevenção do ébola



O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, anunciou nesta terça-feira um Programa de Emergência Sanitária que inclui o encerramento das fronteiras com a Guiné-Conakry e a proibição de aglomerações de pessoas para prevenir a entrada do vírus Ébola no país.

“Os ministérios da Defesa e do Interior têm instruções para tomar as medidas necessárias para efectivar o encerramento de fronteiras", anunciou Domingos Simões Pereira em conferência de imprensa.

A medida terá também em atenção as zonas de passagem não oficiais entre os dois países, referiu.

Está igualmente previsto um reforço das patrulhas marítimas e do controlo de passageiros no aeroporto - as companhias que voavam entre Bissau e os países afectados suspenderam as rotas, referiu, mas haverá atenção redobrada com quem chega de forma indirecta.

O Programa de Emergência Sanitária inclui a suspensão de actividades que impliquem ajuntamentos.

"Os ministérios da Saúde e Administração Interna irão decretar a suspensão de quaisquer actividades que impliquem aglomerados" tais como os "lumos", mercados nas povoações fronteiriças, referiu Simões Pereira.

Está também prevista a instalação de hospitais de campanha que serão espaços de referência para acolher eventuais casos suspeitos.

Essas áreas vão ser criadas nos próximos dias no Hospital Simão Mendes, principal hospital do país, em Bissau, no Centro de Saúde Plack, também na capital, e no Centro de Formação de João Landim, alguns quilómetros a norte de Bissau.

Haverá ainda um destacamento de equipas para a fronteira e outros locais afastados dos centros de referência, com recurso a tendas.

"Continua a não haver nenhum caso suspeito registado" na Guiné-Bissau, destacou o primeiro-ministro, mas "os números começam a ser alarmantes", apesar de ainda estarem longe da fronteira e "recomendam" que se tomem medidas de prevenção.

Domingos Simões Pereira fez também um apelo ao Presidente da República, José Mário Vaz, para que contacte as entidades norte-americanas e avaliar a possibilidade de o país beneficiar do medicamento que os EUA estão a usar para o tratamento de Ébola.

O governo está a trabalhar com parceiros internacionais para ter à disposição medicamentos, conjuntos de protecção pessoal, de recolha de amostras e de diagnóstico de Ébola.

Noutra acção, na sexta-feira, os membros do executivo vão dar o exemplo e ser os primeiros a doar sangue numa campanha de recolha para repor os stocks nacionais, igualmente prevista no programa.

Para os próximos dias está agendada a criação de uma linha verde para onde qualquer pessoa pode ligar e reportar casos suspeitos.

O primeiro-ministro pediu ainda que os espaços de atendimento público tenham água com lixívia à porta para os clientes desinfectarem as mãos e desencorajou as saudações, sejam apertos de mão ou beijos.

"É altura de informarmos de forma ponderada e tranquila a nossa população.

Temos condições de para realizar prevenção e esperamos que as medidas sejam suficientes para evitar a entrada da epidemia", concluiu.

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