A Guiné-Bissau necessita de 100 milhões de euros,
para construir 219 quilómetros de linha de alta tensão, para transportar para o
país a eletricidade que será produzida a partir do próximo ano na barragem de
Kaleta, na Guiné-Conacri.
A informação foi hoje avançada à imprensa por Inussa
Baldé, diretor-geral dos Recursos Hídricos do Ministério dos Recursos Naturais
e ponto focal na Guiné-Bissau da Organização para o Aproveitamento do Rio
Gâmbia (OMVG, em sigla francesa).
Vários peritos e elementos das localidades
guineenses onde está previsto passar a linha de alta tensão estão hoje reunidos
em Bissau para avaliar o impacto da construção nas zonas de Bafatá, Saltinho,
Bambadinca, Mansoa, Farim e Bissau.
Inussa Baldé afirmou que até outubro será lançado o
concurso internacional para a construção dos 219 quilómetros de linha de
transporte de energia já que em agosto de 2015 a primeira turbina da barragem
de Kaleta entrará em funcionamento.
"Além da linha que traz energia, o país terá
que ter postos de acolhimento e redistribuição da corrente elétrica",
observou Baldé, acrescentando que a União Europeia e o Banco Mundial estão
dispostos a apoiar a iniciativa.
Em pleno funcionamento, a barragem de Kaleta irá
produzir cerca de 900 gigawatts/hora por ano.
A partir de agosto de 2015, com uma turbina, estarão
já disponíveis 200 megawatts de energia pronta a ser consumida nos quatro
países da OMVG (Guiné-Bissau, Senegal, Gâmbia e Guiné-Conacri).
Antes do final do próximo ano será iniciado o
projeto de construção da segunda barragem no quadro da OMVG em Sambangalou (no
Senegal), adiantou Inussa Baldé, explicando que com as duas infraestruturas em
funcionamento e com os cabos de interconexão ligados, a Guiné-Bissau terá 40
por cento das suas necessidades energéticas resolvidas.
De acordo com o responsável, a energia a ser
produzida pelas duas barragens "é limpa, por ser hidroelétrica", ao
contrário da que agora é produzida a partir de combustíveis fosseis - o que,
disse, irá permitir a Guiné-Bissau poupar 13 biliões de francos CFA/ano
utilizados na compra do gasóleo e derivados.
Inussa Baldé enalteceu igualmente o facto de a
energia a ser produzida ser também mais barata, por custar apenas 32 francos
CFA (0,5 euro) por cada quilowatt.
A Empresa de Eletricidade e Agua da Guiné-Bissau
(EAGB) cobra 380 francos CFA (0,58 euro) por quilowatt de energia.
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