
O regresso de Patrice Emery Trovoada,
primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe de agosto de 2010 a novembro de 2012,
foi anunciado por Levy Nazaré, secretário-geral da ADI, no quadro da campanha
eleitoral deste principal partido da oposição santomense lançada no fim-de-semana.
Trovoada deixou o país após o derrube do seu Governo
numa moção de censura aprovada pelo Parlamento em fevereiro de 2012, sob
proposta do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social
Democrata (MLSTP/PSD), que lidera a atual aliança no poder.
Derrotado por Fradique de Menezes nas eleições
presidenciais de 2006 e filho do antigo chefe de Estado santomense, Miguel
Trovoada, ele é novamente candidato a primeiro-ministro pela ADI, atual
principal partido da oposição no arquipélago e que ele conduziu à vitória
eleitoral nas legislativas de agosto de 2010 com 26 deputados em 55 possíveis.
O seu regresso foi anunciado, no corredor da Praça
Avenida Geovâni, abarrotada de gente no primeiro dia de comício de campanha para
as eleições legislativas, autárquicas e regionais em São Tomé e Príncipe.
A notícia foi recebida com alegria pelos milhares de
simpatizantes que se deslocaram ao mercado Coco Coco instalado no coração da
cidade capital, São Tomé, palco da campanha.
"(...) O doutor Patrice Trovoada chega a São
Tomé, na sexta feira, pelas 12:00. Convidamos todo o povo de São Tomé e
Príncipe, militantes e simpatizantes, a deslocarem-se ao aeroporto para
recebermos o doutor Patrice Trovoada, o nosso líder", aclamou o secretário-geral
da ADI.
Depois da sua demissão pelo Presidente Manuel Pinto
da Costa, na sequência da moção de censura proposta pelo MLSTP/PSD, Patrice
Trovoada disse ter abandonado o país por alegada perseguição política com
supostas ameaças feitas contra si e contra os seus mais próximos.
A sua decisão de voltar ao país, que ele considera
"legítima e natural", resulta "do compromisso inabalável
assumido com o partido, o Povo e a terra São Tome e Príncipe".
Trata-se, segundo ele, de um compromisso assumido "particularmente
com todos aqueles que sofreram no passado e continuam, nos dias de hoje, a
sofrer as agruras de um quotidiano que as políticas desastrosas e as opções
cáusticas e pouco esclarecidas do atual Governo transformaram num autêntico
calvário para os mais desfavorecidos".
O objetivo é "apresentar, promover e defender
em nome do ADI a Nação inteira, a nossa visão do desenvolvimento futuro de São
Tomé e Príncipe, o nosso compromisso eleitoral, e mobilizar uma ampla coligação
de vontades de todos aqueles que acreditam que o país pode fazer melhor para
concretizar o sonho que habita em todos nós de um país unido, moderno,
próspero, pacificado e de oportunidades para todos", prometeu.
Participam nestas eleições 14 formações políticas,
incluindo o MLSTP/PSD e o MDFM/PL (Movimento Democrático Força da
Mudança/Partido Liberal) do antigo Presidente Fradique de Menezes, que, por seu
turno, escolheu o largo da fortaleza de San Sebastião (Museu Nacional), no
centro da cidade, para fazer o seu festival comício.
Fradique de Menezes agora é também candidato a
primeiro-ministro e diz que se apresenta como solução de governação em São Tomé
e Príncipe.
"Oito anos depois, voltei a pôr essa camisa,
agora não é para Presidente, mas sim para governar São Tomé e Príncipe",
afirmou.
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