''A falta de amor é a maior de todas as pobrezas! Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz! é fácil amar os que estão longe, mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado ''- Madre Teresa de Calcutá
Por, Carpinteiro Wilrane Fernandes
A dignidade humana é das conquistas mais
preciosas de uma sociedade. No entanto, esse bem está longe de ser uma prática
constante. Embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos contemple, já no
primeiro artigo, o espírito de fraternidade entre as pessoas, falta muito para
que o atinjamos em sua plenitude na Guiné-Bissau por razões que todos sabem.
A resistência de não aceitar a dominação criminosa dos colonialistas
portugueses, nos ensinou aos longos dos muitos seculos de luta, dor e
esperança, pelos nossos irmãos que foram subtraídos e levados a força pelo
regime de colonialistas portugueses, para escravidão nas terras longínquas.
Com essa dolorosa experiência de
resistência e luta, o povo Balanta e outros povos (irmãos) que habitam
actualmente no território da Guiné-Bissau, uniram forças contra colonialistas e seus
actos criminosos, sob um instrumento da luta- “PAIGC”.
No decorrer da luta, como não havia, os
serviços secretos de informação, para potencializar a dinâmica da luta, os
membros de diferentes etnias ou povos que se uniram à volta do instrumento da luta – “PAIGC”, sob comando do camarada
Amílcar Lopes Cabral, pediram a cada etnia a fornecer pratica cultural, ainda
que seja nefasta e reprimível dentro da própria etnia. Foi aí que os Balantas
forneceram este serviço, ladrões de gados (nos locais mais protegidos). Os jovens
que seguiam esta pratica, reprimível
na sociedade Balanta, ofereceram um importante serviço de informação para
dinâmica da luta da libertação nacional da Guiné-Bissau e Cabo-Verde.
Mas, como alguns homens de outras
etnias, não sabiam que a prática de roubo de gados era reprimida pelo povo
Balanta, trouxeram-no para cidade, dizendo que “os Balantas são ladrões de
gados”, o que não corresponde a verdade, pois é considerado na sociedade
Balanta como prática nefasta, punível pela comunidade, que por natureza, exige
sentido de honradez e dignidade.
De facto, os homens escolhidos da etnia
Balanta, que praticavam roubo de gados, fizeram bons serviços na dinâmica da
luta de libertação nacional e um desses serviços; tiraram “João Bernaldo
Vieira- Nino” da prisão colonial em Catió, sul da Guiné-Bissau, quando foi
preso. E muitas outras
acções de astúcias feitas por estes homens, que resultaram na Independência
total da Republica da Guiné-Bissau e Cabo-Verde.
Os que não sabiam que, esta pratica não é
aceitável na sociedade do povo Balanta, pelos feitos na luta, passaram a
pensar, ainda pensam que é uma pratica cultural aceitável na sociedade Balanta,
o que não é verdade.
Quem conhece o povo Balanta, pelo seu alto
sentido em valorizar a honra cultural e social, castigam os ladrões de
gados. A titulo de exemplo, muitos dos
praticantes destes actos, considerados pela sociedade Balanta pratica nefasta,
perdem terras (terrenos de lavoura), designadas Bolanhas, como punição.
Por isso, que fique bem claro! Que os
Balantas não são ladrões de gados, mas sim, certas pessoas desta etnia o fazem
a margem da lei comunitária, como acontece com os políticos guineenses (membros
das outras etinas) que desviam muitos, mas muitos dinheiros, destinados para
construir as escolas, hospitais… para seus proveitos próprios, à margem das
leis que normalizam a sociedade guineense. Pode se dizer que os guineenses são
ladrões dos dinheiros públicos? Claro que não! Daí a razão da não generalização
dos actos individuais.
''A falta de amor é a maior de todas as
pobrezas! Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir
melhor e mais feliz! é fácil amar os que estão longe, mas nem sempre é fácil
amar os que vivem ao nosso lado ''
A dignidade humana é das conquistas mais
preciosas de uma sociedade. No entanto, esse bem está longe de ser uma prática
constante. Embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos contemple, já no
primeiro artigo, o espírito de fraternidade entre as pessoas, falta muito para
que o atinjamos em sua plenitude na Guiné-Bissau por razões que todos sabem.
Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.
Qualquer cultura por mais perfeita que seja se é que existe cultura perfeita, tem seus pobres de espíritos e seus a margens da lei. Com Balantas, não é diferente! Contudo, os que vivem a margem da lei Balanta praticando furto considerado praticam nefasta e reprimível nessa etnia, são punidos de forma severa.
ResponderEliminarA saber: ladrão entre Balantas quando descoberto sofre primeiramente humilhação verbal. Todas as palavras que já não podiam se dizer a pessoa adulta, são verbalmente pronunciadas para ele ouvir humilhando-o. Sobretudo, palavras de cunhos infantilizadas, que o apontam como um homem atrasado em relação à conduta ética que faixa-etário já lhe ensinou que ele não assimilou.
Depois dessa primeira humilhação verbal vem a segunda humilhação que é a punição. Punição pode se considerar duas mais aplicadas a um ladrão. É submetido açoites que vai de leve a espancamento que deixa cicatrizes na pele da vitima.
E a terceira punição se trata de obrigá-lo a devolver o que havia roubado. E junto a essa devolução, a família vitima de furto cobram a indenização em dobro, triplo até quatriplo, dependendo da gravidade de furto.
Se não tiver nada a pagar pelo furto, tomarão dos seus pais, tios ou primos irmãos que moram com ele. Geralmente são animais como; vacas, bois, porcos e cabras. Se não encontrar nada no seu lar exigirão outra forma de recompensar dano que sofreram pelo ladrão.
Nesse caso subtraem arroz na medida compensatória que compra quantas cabeças de animais o ladrão roubou em dobro, triplo ou quatriplo de cada cabeça do animal.
Se não encontrarem cereal, arrozes no lar do ladrão tomarão campo agrícola (thänbé) - bolanha, da família do ladrão. Que deixa de ser propriedade da família de ladrão por anos que deve ser cultivado para colherem cereais que recompense o que ladrão roubou.
E em outra situação a família cobrantes, fica cultivando campo da família do ladrão até que ele pague todas as cobranças necessárias. Se isso não acontecer pode até perder sua propriedade ou da sua família definitivamente.
ResponderEliminarAlem da punição física e de recompensa de bens materiais, ladrão também cairá sob maldição de todos anciões de seu clã que passa a considerá-lo traidor da moral, valor e da honra familiar.
Daí que é “entregue” sob a maldição dos ancestrais e aos ídolos familiares para que essas divindades o punam. A punição se estende, por exemplo, entre “feri-lo com debilidade mental e mansidão; no sentido de inutilizá-lo a não pensar mais no furto.
Ou até mesmo puni-lo com alguma enfermidade misteriosa que pode levar o seu desaparecimento físico. Já que representa vergonha para família e ou clã como um todo. Portanto, quem acredita que os Balantas são ladrões ou são coniventes com o roubo, engana se. Deve conhecer antes a estrutura social desse povo.
Mas ainda que seja nefasta e reprimível dentro da etnia Balanta, como pensa praticante de furto na etnia Balanta? Os jovens, que praticam furtos na sociedade Balanta são decididos a margem dessa sociedade a desafiar princípios, restabelecidos como inalienáveis.
Como ladrões, traficante de drogas, de órgãos humanos, criminosos de cofres públicos (ladrões de colarinhos brancos), crimes militares, homicídios, políticos e policiais corruptos, prostitutas, assassinos, feminicídios, infanticídios, homo-fóbicos etc., no mundo inteiro que não cumprem leis e regras sociais, assim são esses jovens Balantas.
Olha como funciona o sentimento e “orgulho” de ladrão Balanta:
Começamos a expor seus raciocínios em relação a situação de fome: enquanto fome aperta, um ladrão é capaz de ir para lugar de difícil acesso para furtar comida.
Mas nessa situação o pai desse jovem Balanta não sabe e nem pode saber. Porque o filho sabe ladrão sabe que pais reprovariam essa atitude. Além de um ato vergonhoso; também revela preguiça do filho que não se dá ao trabalho e passa necessidade a ponto de optar por furtar!
Contudo, na cabeça de um jovem que decidiu estar à margem da lei dos Balantas ele tem “explicação” atrás de sua pratica de furto. Não se sente a margem da lei, não está vitimando ninguém e muito menos se sente como um homem preguiçoso. E como se sente então...? Ele se sente desafiante do perigo e corajoso a ponto de mexer com o proibido.
ResponderEliminarCompara-se a um soldado no campo de batalha que ousou andar num campo minado pelo inimigo. Sendo assim o que se vê como furto para ele: é a demonstração de capacidade de ser:
a) corajoso; a para adentrar casas sem conhecer os domicílios e sair com produto de furto sem ser atingido por flecha, faca e arma mortalmente. “Um soldado dentro do terreno inimigo.”
b) desafiante; adentrar um povoado e provocar o/s dono/s de/os pertence/s. Fintá-lo/s, desviar-se de golpe de facas, espadas e flechas disparados contra ele e sair ileso.
d) astuto; entrar numa manada de bois por exemplo, sair com três cabeça de bois sem o dono perceber. Ainda conversar com dono da manada a luz de dia como se fosse amigo de verdade e facilitar colega que vem de outro lado e leva boi.
e) salvador; chegar num cárcere cavar a distancia um túnel até a sela do presídio para libertar um refém do seu grupo preso.
Entre eles se disputam para ver quem é capaz de acumular ou superar em acções perigosas. Alguns ficam com marcas de cicatrizes, pelos corpos, uns ficam com balas alojadas em alguma parte do corpo e outros até morrem. Mas como as margens da lei decidem viver assim. Vale referir que são pouquíssimos entre Balantas.
Os que conseguem chegar ao “fóóh”=circuncisão, na faixa-etária em que devem passar por esse ritual de passagem de fase de jovem para homem adulto, canta-se e revela-se tais segredos, audácias, coragem, desafios, astúcias e ações salvadoras que demonstrou quando jovem. Uma vez que, após a circuncisão não pode furtar mais sob condição de ser ridicularizado e corrigido pelos anciões.
A DIGNIDADE E HONRA DE “POVO” BALANTA, É INALIENÁVEL E JÁ MAIS SERÁ MANCHADA POR MÁ FAMA DE ESTEREÓTIPO: “Balanta, ladrão de vaca” DE QUEM QUER QUE SEJA. QUANDO..?
ResponderEliminar“A dignidade e honra do povo Balanta é um valor da Guiné-Bissau,” quanto a dignidade e a honra de qualquer outro grupo étnico daquele país no Oeste africano.
Se te faltam amor e interesse em pesquisar quem são Balantas eu diria que é a maior fraqueza que você pode ter como um guineense em permitir que alguém te convença a odiar esse “povo”.
Dever sua como ser humano em saber interpretar corretamente a sua sociedade é uma das conquistas mais preciosas que você precisa construir. Não depende às vezes de como seus pais, professores, conversas vulgares e ou, a sociedade elitizada na África te ensinaram.
Não seja homem ou uma mulher guineense com falta de amor, tornando se pobre e infeliz em odiar os Balatas que estão longe ou ao seu lado. Ama-os! E, por extensão faça o mesmo, ao amar: Pepel, Bidjugos, Fulub, Bayótes, Nalus, Biafadas, Tandas, S’rakulé, Mandingas, ..!
Antes de avançar, inicio essa reflexão filosoficamente. Numa matéria filosófica chamada de “Lógica” pode se fazer “inferência ou ilação”. Nessa operação intelectual se afirma a verdade de uma proposição partindo de sua ligação com a outra proposição que já é reconhecida como verdadeira. Portanto derivar-se conclusão a partir da premissa conhecida ou decididamente verdadeira. Daí que parte-se da afirmativa de que “SER HUMANO É RACIONAL.” Portanto;
“Ser humano é racional. Daba Na Walna é ser humano. Logo, Daba Na Walna é racional”. Eu fiz a inferência ou ilação a Daba partindo do que se já tinha sido estabelecido como verdade. Mas é um grande perigo esse tipo de reflexão e afirmação minha. Porque ao investigar, pode ser que eu acerte ou esteja errado! O que nos dignifica como seres humanos na nossa inferência filosófica é saber erguer uma premissa filosófica como essa que criei aprendendo com Aristóteles o caminho de racionalismo pesquisando.
ResponderEliminarA dignidade humana é das conquistas mais preciosas de uma sociedade. No entanto, esse bem está longe de ser uma prática constante entre uns guineenses. Embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos contemple, já no primeiro artigo, o espírito de fraternidade entre as pessoas. No entanto, em Guiné Bissau, entre guineenses me parece que falta muito para que atinjamos a plenitude de inferência saudável.
Balanta “é ladrão de vaca.” Essa é a inferência ou ilação alvo da minha reflexão hoje.
A resistência de não aceitar dominação imposta das colonialistas portuguesas, ensinou Balantas aos longos dos muitos séculos a lutar, a sentir a dor, porém a serem esperançosos pelo nosso futuro promissor que não sofrerá mais a subtração dos nossos valores e levados a força pelo regime de colonialistas europeus à alienação como tantos afro-descendentes em terras longínquas foram escravizados e alienados.
Com essa dolorosa experiência de resistência e luta o povo Balanta e claro com os demais grupos étnicos que habitam atual território da Bissau lutaram.
No decorrer da luta, membros de diferentes etnias forneceram seus melhores empenhos, ainda que seja menos ou mais. Foi aí, que os Balantas, forneceram serviços como poucos, nos locais de difíceis acessos das posições coloniais. Os jovens Balantas ofereceram um importante serviço de informação para dinâmica da luta da libertação nacional da Guiné-Bissau e Cabo-Verde. Alguns desses eram praticantes de roubos
Sendo assim, alguns elementos de outras etnias, não sabiam distinguir quem eram radões e quem não eram. Acabaram fazer inferência generalizanda que informantes importantes durante a luta, eram ladrões. E para piorar, não sabiam que essa pratica de roubo de gados era reprimido pelo povo Balanta.
ResponderEliminarSão esses (elementos de outras etnias) que vem divulgar na cidade, dizendo que “os Balantas são ladrões de gados”, o que não corresponde à verdade! Porque na sociedade Balanta essa pratica é considerada como pratica nefasta, punível pela comunidade, que por natureza, exige honestidade, honradez e dignidade.
Não estou aqui para fazer apologia a roubo e nem a minimizar o mal de roubo. Seja ela de que grau e, venha de que cultura e costumes que vier. Mas apenas repor a verdade e acabar com efeito de estereótipo que é prejudicial e difamatório com conseqüências graves e reais em Guiné Bissau contra grupo Balanta.
Não é porque M’bana é nascido entre Balantas, ou gosta dos Balantas mais de que qualquer outro grupo étnico da Guiné Bissau. Se você pensa que essa é a minha intenção aqui, está equivocado. Se um dia alguém mexer com Pepel, Bidjugos, Fulub, Bayótes, Nalus, Biafadas, Tandas, S’rakulé, cabo-verdianos e “crioulos” na Guiné Bissau falando mentira, eu vou me levantar a qualquer hora e combater respeitosamente a inverdade. Porque é uma fraqueza que nos destrói como uma nação.
Daí que explico melhor, (de acordo com o meu alcance de reflexão), o que é ser “ladrão de vaca” entre Balantas badalada em Guiné Bissau de hoje!?
Qualquer cultura por mais perfeita que seja se é que existe cultura perfeita, tem seus pobres de espíritos e seus a margens da lei. Com Balantas, não é diferente! Contudo, os que vivem a margem da lei Balanta praticando furto considerado pratica nefasta e reprimível nessa etnia, são punidos de forma severa.
A saber: ladrão entre Balantas quando descoberto sofre primeiramente humilhação verbal. Todas as palavras que já não podiam se dizer a pessoa adulta, são verbalmente pronunciadas para ele ouvir humilhando-o. Sobretudo, palavras de cunho infantilizadas, que o apontam como um homem atrasado em relação à conduta ética que faixas-etárias já lhe ensinou que não assimilou.
Depois dessa primeira humilhação verbal vem a segunda humilhação que é a punição. Punição pode se considerar duas mais aplicadas a um ladrão. É submetido açoites que vai de leve a espancamento que deixa cicatrizes na pele da vitima.
ResponderEliminarE a terceira punição se trata de obrigá-lo a devolver o que havia furtado. E junto a essa devolução, a família vitimada de furto cobra a indenização em dobro, triplo até quatriplo, dependendo da gravidade de furto.
Se não tiver nada a pagar pelo furto, tomarão dos seus pais, tios ou primos irmãos que moram com ele. Geralmente são animais como; vacas, bois, porcos e cabras. Se não encontrarem nada no seu lar exigirão outra forma de recompensar dano que sofreram pelo ladrão.
Nesse caso subtraem arroz na medida compensatória que compra quantas cabeças de animais que ladrão roubou em dobro, triplo ou quatriplo de cada cabeça do animal.
Se não encontrarem cereal, (geralmente arroz) no lar do ladrão tomarão campo agrícola (thänbé) - bolanha, da família do ladrão. Que deixa de ser propriedade da família de ladrão por anos que deve ser cultivado para colherem cereais que recompense o que ladrão furtou.
E em outra situação a família vitimada, fica cultivando campo da família do infrator até que ele pague todo prejuízo causado pelo furto. Se não pagar o resgate, pode até perder sua propriedade ou de sua família definitivamente.
Alem da punição física e de recompensa de bens materiais, ladrão também cairá sob maldição de todos anciões de seu clã que passam a considerá-lo traidor da moral, dos valores e da honra familiar.
Daí que é “entregue” sob a maldição dos ancestrais e aos ídolos familiares para que essas divindades o punam. A punição se estende, por exemplo, entre “feri-lo com debilidade mental e mansidão; no sentido de inutilizá-lo a não pensar mais no furto.
Ou até mesmo puni-lo com alguma enfermidade misteriosa que pode levar o seu desaparecimento físico. Já que representa uma vergonha para família e ou ao clã como um todo.
Portanto, quem acredita que Balanta são ladrões ou são coniventes com o roubo, engana se. Deve conhecer antes a estrutura social desse grupo.
Mas ainda que seja nefasta e reprimível dentro da etnia Balanta, como pensa praticante de furto nessa etnia? Os jovens, que praticam furtos na sociedade Balanta infelizmente são decididos a margem dessa sociedade a desafiar princípios, preestabelecidos como inalienáveis.
ResponderEliminarOs ladrões Balantas infelizmente agem como: ladrões de cidades grandes tais quais; traficante de drogas, de órgãos humanos, criminosos de cofres públicos (ladrões de colarinhos brancos), crimes militares, homicídios, políticos e policiais corruptos, prostitutas, assassinos, feminicídios, infanticídios, homo-fóbico etc., no mundo inteiro que não cumprem leis e regras sociais, assim são esses jovens Balantas. Portanto, não é demais frisar que toda e qualquer sociedade tem os que decidem viver a margem da lei daquela sociedade.
Olha como funciona o sentimento e “orgulho” de ladrão Balanta:
Começo a expor seus raciocínios em relação a situação de fome: Enquanto fome aperta, um ladrão é capaz de ir para lugar de difícil acesso para furtar comida.
Mas nessa situação o pai desse jovem Balanta não sabe e nem pode saber. Porque o filho ladrão sabe que pais reprovariam essa atitude. Além de um ato vergonhoso; também revela preguiça do filho que não se dá ao trabalho e passa necessidade a ponto de optar por furtar!
Contudo, na cabeça de um jovem que decidiu estar à margem da lei dos Balantas ele tem “explicação” própria para justificar sua pratica de furto. Ele não se sente a margem da lei, não está vitimando ninguém e muito menos se sente como um homem preguiçoso. Aliás, muitos deles são excelentes trabalhadores na comunidade. E como se sente então..? Eles se sentem desafiante do perigo e corajoso a ponto de mexer com o proibido.
Compara-se a um soldado no campo de batalha que ousou andar num campo minado pelo inimigo. Sendo assim, o que se vê como furto para ele é interpretado como a demonstração de capacidade de ser:
a) CORAJOJO; para adentrar casas sem conhecer os domicílios e sair com produto de furto sem ser atingido por flecha, faca e arma mortalmente. “Um soldado dentro do terreno inimigo.”
b) DESAFIANTE; adentrar um povoado e provocar o/s dono/s de/os pertence/s. Fintá-lo/s, desviar-se de golpe de facas, espadas e flechas disparados contra ele e sair ileso.
ResponderEliminard) ASTUTO; entrar numa manada de bois, por exemplo, sair com três cabeças de bois sem despertar atenção do dono. Ainda conversar com dono da manada a luz de dia como se fosse amigo de verdade e facilitar colega que vem de outro lado e leva boi.
e) SALVADOR; chegar num cárcere cavar a distancia um túnel até a sela do presídio para libertar um refém do seu grupo preso. Aliás, essa façanha se concretizou quando João Bernardo Nino Vieira foi salvo em Catió. Na altura em que foi capturado e preso pela Justiça portuguesa. Sabe quem salvou Nino? Aquele que era Nino Vieira que você chamava de general Kaby Na Fantchab-na! Ex presidente da Guiné Bissau assassinado? Foram Jovens Balantas, “Ladrões de vacas”. Eles não admitem injustiça como traficantes também não admitem, segundo seus “tribunais de julgamento” de o que é certo e errado. Mesmo vivendo a margem da lei legal.
Esses “ladrões de vacas” disputam entre si para ver quem é capaz de acumular ou superar em ações perigosas a vantagem ou sobreviver por longo período. Alguns ficam com marcas e cicatrizes indeléveis pelos corpos. Uns ficam com balas alojadas em alguma parte do corpo e outros até morrem. Mas como as margens da lei, decidem viver assim. Vale referir que são pouquíssimos entre Balantas.
Os que conseguem chegar ao “fóóh” (circuncisão), na faixa-etária em que devem passar por esse ritual de passagem de fase de jovem para homem adulto, canta-se e revelam tais segredos, audácias, coragem, desafios, astúcias e ações salvadoras que demonstraram quando jovens.
Uma vez que, após a circuncisão não podem furtar mais sob condição de serem ridicularizados e corrigidos pelos anciões.
Esses homens a margem da lei deram suas contribuições valiosas a quando da luta de libertação nacional. Eles, sendo conhecedores de vários cantos da Guiné mediante viagens que realizam, por coragem e pelo estilo de vidas que decidem viver, eram escolhidos da etnia Balantas pelos combatentes durante luta colonial para faze bom serviços na dinâmica da luta de libertação nacional.
Foram “ladrões de vacas”, por exemplo, que desvendavam segredos sobre onde inimigo vai passar, enterrar minas, quem são sapadores dos portugueses, quais planos está sendo tramado contra guerrilhas, quando vai acontecer assalto do comando, pára-quedistas e fuzileiros de tuga contra qual posição da guerrilha, quem era informante infiltrado etc. Viajavam noites para saber se caminho estava livre. Muitos aprenderam a desenterrar mina anti-corpo.
Na calada da noite levavam canoas e grandes embarcações de armamentos para outra margem dos rios facilitando transportes de munições e armas dos guerrilheiro. Foram eles que eram atravessadores de um mar ou de um rio de um lado para outro numa noite escura.
ResponderEliminarSabiam quais eram melhores lugares de esconder as embarcações grandes de partido PAIGC e tinha conhecimento de maré alta e maré baixa e etc. E, muitas outras ações de astúcias, feitos por esses homens, contribuíram para devolução da Independência da Guiné-Bissau e de Cabo-Verde. Muitos líderes entre chefias da guerrilhas conheciam esses “ladrões de vacas” e eram coniventes com eles em alguns casos.
E até tiravam proveito disso. Sei até de historias de quem mandava “ladrões de vaca” roubar para seu proveito pessoal. O que não me interessa desvendar aqui.
Quem não sabem que, esta pratica não é aceitável na sociedade Balanta, por favor, não continue a creditar que é uma prática cultural aceitável na sociedade Balanta!
Você precisa pesquisar o povo Balanta. Conheça alto valor envolvendo a valorização a honradez da cultura e da sociedade desse grupo. Saiba como funciona no tribunal dos anciões dos Balantas a justiça sobre “ladrão de vaca”, Te garanto que juristas Balantas são juristas de verdade. Não julgam como os de cidade de Bissau ou de qualquer outro centro de poder de mundo.
Juízes Balantas, não compram e nem vendem sentenças. Eles instauram CPI e apuram casos sem olhar se tu és empresário, rico, bonito ou se és pobre e feio.
Que fique claro que os Balantas não são ladrões de gados, mas sim, um número ínfimo entre seus jovens que a margem da lei comunitária, comete esse crime. Como acontece em qualquer grupo social seja; desviando somas de milhões de dinheiros para seus proveitos próprios, a margem das leis que normaliza aquela sociedade.
Balantas, um dos nossos grupos étnico da Guiné Bissau, não são ladrões.
Mestre em Políticas Públicas M’bana N’tchigna