sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Familiares de roberto: “a hipocrisia é um valor apenas para os homens hipócritas”



Por, Filomeno Sambú

Os familiares de Roberto Ferreira Cacheu, antigo secretário de Estado da Cooperação Internacional e do major Iaia Dabó, um ex-polícia, ambos mortos quando Fernando Gomes era ministro do Interior, insurgiram-se em carta aberta contra o livro de Fernando Gomes, antigo Ministro do Interior na altura desses assassinatos.

O livro intitulado: Direito Humanos na Guiné-Bissau, com o prefácio do antigo presidente português, Mário Soares e lançado esta quarta-feira, em Bissau, foi contestado pelos familiares das vítimas.

Na carta, os signatários alertam que os direitos humanos não devem traduzir-se em oportunidades. Porque, são valores intemporais, permanentes e vinculam os homens, quer sejam titulares dos órgãos, quer sejam simples cidadãos.

Na altura dos acontecimentos (as mortes de Roberto ferreira Cachéu e Iaia Dabo) Fernando Gomes era Ministro do Interior. E os familiares dizem agora não compreender por que o político não se demitiu do cargo em nome da defesa dos direitos humanos. “Afinal onde está a legitimidade deste homem hoje para dedicar escrito aos direitos humanos: só pode ser na liberdade de expressão contra a ética”, notaram em carta na posse de O Democrata.

No entendimento dos signatários da carta pública que contesta o livro de Fernando Gomes, os direitos humanos não são “ uma retórica” nem “fantasia” muito menos são simples proclamações ou ciência de especulações”, mas sim têm uma existência real e traduzem-se no direito à integridade física, moral, direito à vida, à liberdade de opinião e do direito de oposição, entre outros.

As investigações ainda estão em curso, e familiares lembram que os direitos humanos de ontem são os mesmos que de hoje “e que quem os desprezou ontem é mesma figura que hoje lhes presta homenagem”, referem.

Reagindo contra a carta aberta, Fernando Gomes disse estar de consciência tranquila e disponível a se apresentar em qualquer tribunal.

Quanto ao livro lançado na passada quarta-feira, em Bissau, Fernando Gomes explica que o instrumento é resultado de resposta ao pedido dos amigos e ativistas dos direitos humanos.

Fernando Gomes regressou ao país no mês passado, depois de estar refugiado em Portugal na sequência do golpe militar de abril de 2012, e hoje apresenta um livro intitulado: Direitos Humanos na Guiné-Bissau, com o prefácio do antigo presidente português, Mário Soares.

Fernando Gomes é fundador e primeiro presidente da  Liga Guineense dos Direitos Humanos.

4 comentários :

  1. Este gesto dos familiares de Roberto Cacheu e Iaiá Dabô é louvável. Aliás, todos os familiares de assassinados deviam se manifestar, inclusive os familiares das vítimas de Iaiá Dabô, que também é acusado de crime de sangue.

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  2. Sou muito satisfeito com a carta aberta que os familiares de Roberto e Iaia fez al responsavel escritor do libro, dito LDH.
    È necessario haver a etica e cultura para poder distinguir as coisas. Não si pose pensar que alguem de aquela personalidade pode escrever un libro por solicitações dos amigos, activistas dos direitos humano, mas deveria ser uma coisa que parte da proprio autore, com o esame da sua conciença....... Depois de tudo o que aconteceu entre as suas pernas , hoje escreve....... ..Vergonha, vergonha..............

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  3. Fernando Luis Justino Coelho15 de setembro de 2014 às 09:20

    Todos os crimes de sangue devem de ser julgados e condenados se a isso a justiça o entender , já agora porque não tambem os assassinos de milhares de guinéenses a seguir á independência ...??? É que crime é crime sempre que for praticado e ninguem deve de estar acima da justiça . Viva o POVO da Guiné Bissau

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  4. no mundo muitas vezes os lobos vestem-se de corro de cabra.
    um defensor dos direitos humanos, em caso alguma, não deve aceitar que o direito a vida seja violado por suas ordens.
    o morto de Roberto precissa investigar para apurar a verdade.
    mas Iaia todos sabemos que foi morto pelas policias do ministerio do interior.
    no momento em que o dito defensor dos DH era Ministro de Interior.

    Mas pelos vistos o livro não partiu da sua iniciativa foi um pedido dos activistas dos direitos humanos

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COMENTÁRIOS
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