
Foi uma colónia de Portugal desde o século XV até
proclamar unilateralmente a sua independência, em 24 de Setembro de 1973,
reconhecida internacionalmente.
País da costa ocidental da África, Guiné-Bissau foi
a primeira colónia portuguesa do continente africano a ter a independência de
Portugal (ex- colonizador).
Breve
história do país:
Antes da chegada dos europeus e até o século XVII, a
quase totalidade do território da Guiné-Bissau integrava o reino de Gabu, tributário do legendário Império Mali, dos mandingas, que florescera a partir de 1235 e
subsistiu até ao século XVII.
O primeiro navegador e explorador europeu a chegar à
costa da actual Guiné-Bissau foi o português Nuno Tristão, em 1446.
A colonização só teve início em 1558, com a fundação
da vila de Cacheu. Mais tarde, durante o Estado Novo de Salazar, a colónia
passaria a ter o estatuto de província ultramarina, com o nome de Guiné
Portuguesa.
A vila de Bissau foi fundada em 1697, como
fortificação militar e entreposto de tráfego de escravos. Posteriormente
elevada a cidade, tornar-se-ia a capital colonial, estatuto que manteve após a
independência da Guiné-Bissau.
Em 1956, Amílcar Cabral liderou fundação do PAIGC –
Partido Africano para a Independência da Guiné Bissau e Cabo Verde, que, no
início da década de 1960, iniciou a luta armada contra o regime colonial.
Cabral foi assassinado em 1973, em Conacri, num atentado que o PAIGC atribuiu
aos serviços secretos portugueses mas que, na verdade, fora perpetrado por um
grupo de guineenses do próprio partido, que acusavam Cabral de estar dominado
pela elite de origem cabo-verdiana.

Todavia Portugal só reconheceu a independência da
Guiné-Bissau em 10 de Setembro de 1974, após a Revolução dos Cravos.
Entretanto, a política da Guiné Bissau ocorre em um
contexto multipartidário de uma República semipresidencial em uma democracia
representativa em transição, por meio do qual o presidente é chefe de Estado e
o primeiro-ministro é chefe do governo. O poder executivo é exercido pelo
governo, enquanto o poder legislativo é investido tanto pelo governo quanto
pela Assembleia Nacional Popular. Desde 1994, o sistema partidário é dominado
pelos socialistas do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo
Verde e do Partido para Renovação Social.
Apesar do quadro democrático e constitucional, os
militares têm exercido parcela substancial do poder e interferiram várias vezes
na liderança civil desde que eleições multipartidárias foram instituídas em
1994. Nos últimos 16 anos, Guiné-Bissau sofreu dois golpes de Estado, uma
guerra civil, uma tentativa de golpe, e um assassinato presidencial pelos
militares. Nenhum presidente exerceu as suas funções, um período de 5 anos
completo.
Guiné-Bissau,
muito dependente da agricultura e da pesca, é objecto de um programa do FMI
(Fundo Monetário Internacional) para o ajuste estrutural. A castanha de caju,
de que é hoje o sexto produtor mundial.
O país
exporta peixe e mariscos, amendoim, semente de palma e madeira. As licenças de
pesca são uma importante fonte de receitas. O arroz é o cereal mais produzido e
um ingrediente típico e indispensável na alimentação.
A população da Guiné-Bissau é constituída por uma
variedade de etnias, com línguas, estruturas sociais e costumes distintos. A
maioria da população vive da agricultura e professa muitas vezes religiões
tradicionais locais. Cerca de 45% dos habitantes praticam o Islão e há uma
minoria de cristãos. As línguas mais faladas são o Balanta, o fula e o mandinga, entre as
populações concentradas no Norte e no Nordeste.
Outros grupos étnicos importantes são os balantas e
os pepéis, na costa meridional, e os manjacos e os mancanhas, nas regiões
costeiras do Centro e do Norte. O Crioulo Guineense, com base lexical no
português, é a língua veicular interétnica, segundo a publicação do ANAGOP.
O país possui um património cultural bastante rico e
diversificado. As diferenças étnicas e linguísticas produziram grande variedade
a nível da dança, da expressão artística, das profissões, da tradição musical,
das manifestações culturais.
A dança é, contudo, uma verdadeira expressão
artística dos diversos grupos étnicos.
Os povos animistas caracterizam-se pelas belas e
coloridas coreografias, fantásticas manifestações culturais que podem ser
observadas correntemente por ocasião das colheitas, dos casamentos, dos
funerais, das cerimónias de iniciação.
O estilo musical mais importante é o gumbé. O
Carnaval guineense, completamente original, com características próprias, tem
evoluído bastante, constituindo uma das maiores manifestações culturais do
País.
A Guiné-Bissau faz fronteira a norte com o
Senegal, a este e sudeste com a Guiné-Conacri e a sul e oeste com o oceano Atlântico.
Actualmente faz parte da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP), das Nações Unidas, dos PALOP (Países Africanos de
Língua Oficial Portuguesa) e da União Africana (UA).
Sem comentários :
Enviar um comentário
COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.