no publico
Organização médica internacional lamenta inacção
global para responder à epidemia e defende mobilização de recursos militares
para as áreas afectadas.
A epidemia de ébola está “fora de controlo” e o
mundo arrisca-se a “perder a batalha” contra a doença se não forem tomadas
medidas drásticas e urgentes para conter a escalada da crise, alertaram vários
responsáveis médicos internacionais que lançaram um apelo à mobilização global
de recursos, incluindo militares.
Em Nova Iorque, a presidente da organização
internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), Joanne Liu implorou aos membros das
Nações Unidas para libertarem recursos – nomeadamente capacetes azuis – para
travar a da epidemia, que descreveu como um “desastre biológico”. Segundo Liu,
a escala do problema é tal que exige uma “mobilização maciça” de equipas civis
e militares para as regiões afectadas: para garantir o transporte aéreo de
médicos e doentes ou a instalação de mais hospitais de campanha em áreas
isoladas.
Até agora, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
confirmou 3000 casos de infecção com o vírus, que se revelou mortífero para 50%
dos doentes. A epidemia de ébola, que começou na Guiné-Conacri em Dezembro de
2013 e já se espalhou pelos países vizinhos Libéria, Serra Leoa, Nigéria e
Senegal, já matou 1550 pessoas. Mas esse é um número que os especialistas
consideram “sub-representativo” da realidade, uma vez que vários doentes nem
terão chegado a ser vistos por médicos. E as estimativas da OMS atiram para a
casa das 20 mil as pessoas em risco imediato de contágio com o ébola, em pelo
menos dez países.
“A pior epidemia de ébola [da história] já dura há
seis meses e os líderes internacionais continuam sem tomar consciência da
ameaça transnacional que a doença constitui”, lamentou Joanne Liu, denunciando
a resposta “irresponsavelmente inadequada” ao problema e censurando a postura
dos países mais ricos que parecem apenas preocupados em manter a epidemia longe
das suas fronteiras.
“O anúncio da OMS a 8 de Agosto de que esta epidemia
constituía uma ‘emergência internacional de saúde pública’ não levou nenhum
país a tomar medidas decisivas. Os Estados essencialmente juntaram-se numa
coligação global da inacção”, criticou a presidente dos Médicos Sem Fronteiras,
referindo-se ao plano de acção apresentado na semana passada pela OMS para
deter o surto de ébola num prazo de seis a nove meses (e orçado em 371 milhões
de euros).
Para o médico e director dos Centros para o Controlo
e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, sigla em inglês), Thomas
Frieden, a “janela de oportunidade” para travar a expansão do ébola pela África
Ocidental “está a encerrar-se rapidamente”. “O vírus está a mover-se mais
rápido do que qualquer um poderia antecipar. Mas sabemos como parar o ébola. O
desafio não é saber o que fazer, mas fazer qualquer coisa já”, frisou, numa
conferência telefónica com jornalistas norte-americanos.
A Casa Branca divulgou um vídeo “educativo” para ser
distribuído pelos países afectados, no qual o Presidente Barack Obama oferece
um tutorial sobre o ébola e as formas de prevenir a infecção – é preciso usar
máscaras e luvas para contactar com pessoas doentes ou para enterrar as vítimas
da doença, explica. “É possível honrar a vossa cultura e tradições e homenagear
os vossos familiares sem correr riscos de contágio”, observa Obama.
Paciente inglês recebe alta
Esta quarta-feira, o enfermeiro inglês William
Pooley, que foi infectado pelo vírus do ébola na Serra Leoa, recebeu alta
médica depois de ser tratado com o fármaco experimental ZMapp no Royal Free
Hospital de Londres. O enfermeiro apanhou o ébola em Kenema, uma das áreas de
elevada contaminação no Leste da Serra Leoa, onde trabalhava como voluntário.
“Tive muita sorte”, disse o enfermeiro de 29 anos
numa conferência de imprensa. “Primeiro, devido ao nível de cuidado que recebi,
que está um mundo à parte do cuidado que as pessoas na África Ocidental estão a
receber, apesar dos maiores esforços feitos por muitas organizações.”
Devido à gravidade do surto e da doença – que pode
alcançar uma mortalidade de 90% e não tem nenhum tratamento comprovado – a OMS
declarou ser ético a aplicação de fármacos ou vacinas experimentais para
combater a doença. William Pooley foi tratado com ZMapp, um fármaco da Mapp
Biopharmaceutical Inc, uma empresa de biotecnologia norte-americana. O inglês
foi a sétima pessoa a receber este medicamento experimental feito à base de
três anticorpos que se ligam ao vírus do ébola, e cujo stock estava esgotado. Até
agora, duas das pessoas que foram tratadas com o ZMapp morreram da doença.
Que Deus nos ajude a encontrar a vacina contra esse maldito doença que está matando a gente. Força Joanne Liu Dieu vai te e nos ajudar com sua pressão a encontrar a solução.
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