O MDM, terceiro maior partido de Moçambique,
considerou hoje que as eleições gerais de quarta-feira foram marcadas por
"práticas de fraudes", reivindicando que os resultados preliminares
colocam o movimento como "o que mais cresceu" no escrutínio.
Nenhum cidadão consciente no mundo poderá afirmar
que as eleições moçambicanas foram livres e justas ou ignorar os inúmeros relatos
de irregularidades e práticas de fraudes relatados de norte a sul do nosso
país", afirmou, em conferência de imprensa realizada na cidade da Beira,
centro do país, o presidente do MDM (Movimento Democrático de Moçambique) e
candidato presidencial, Daviz Simango.
Simango apontou "relatos" de votos
pré-preenchidos, pessoas com mais de um cartão de eleitor, desaparecimento de
cadernos eleitorais e a não abertura de assembleias de voto como
"irregularidades" que mancharam as eleições gerais da passada
quarta-feira.
"Como simplesmente fingir que não vimos,
ouvimos e lemos imensos relatos de irregularidades de votos pré-preenchidos, de
pessoas com mais de um cartão de eleitor, do desaparecimento de listas de
votação e de assembleias que nem chegaram a abrir?" - Questionou o líder
do MDM.
Segundo Daviz Simango, registaram-se também casos de
eleitores impedidos de votar, devido à alegada "desorganização
propositada" do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE).
"Como não nos recordarmos do sangue derramado
pela Força de Intervenção Rápida, quando jovens no seu dever mais sagrado de
defender a pátria denunciaram pessoas com boletins de voto já preenchidos e
acabaram tratados como bandidos e baleados pela polícia que os devia
defender?" - Indagou ainda Daviz Simango.
Sem referir se o partido vai aceitar ou não os
resultados das eleições, Simango considerou, contudo, que caso sejam
confirmadas as projeções do escrutínio, o MDM é o partido que mais cresceu nas
eleições.
"Mesmo com todas as comprovações de fraude no
processo, o MDM é o partido, segundo as projeções, que mais cresceu em
representação na Assembleia da República, é o único partido que não fugiu à
luta democrática e está presente nas 51 autarquias do país, onde obteve
conquistas significativas", enfatizou Daviz Simango.
Resultados oficiais provisórios, relativos a um
quarto de votos apurados, davam vantagem à Frelimo (Frente de Libertação de
Moçambique), partido no poder, e ao seu candidato à Presidência da República,
Filipe Nyusi, com cerca de 60% de votos, seguida pela Renamo (Resistência
Nacional Moçambicana), principal partido da oposição e seu líder, Afonso
Dhlakama, com pouco mais de 30% de votos.
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