O Primeiro-ministro lançou quinta-feira um desafio a
todos os guineenses para “acabar com a fome na Guiné-Bissau”, por ocasião da
comemoração do dia Mundial de Alimentação – 16 de Outubro.
Domingos Simões Pereira que presidiu a cerimónia
alusiva a efeméride, cujo acto central foi acolhida pela vila de Quinhamel,
região de Biombo referiu que é necessário coragem para assumir esta luta.
Para tal, o chefe do executivo disse estar animado
com o apoio demonstrado pelo Presidente da Republica, José Mário Vaz e,
acrescentou, espera o mesmo da parte dos deputados, partidos políticos, ONG,s,
associações existentes e parceiros internacionais.
“Se cumprirmos a risca o mote lançado pelo chefe de
Estado de ‘Metermos as mãos na Lama’, com esforço e seriedade, então o mundo
ira nos ajudar”, manifestou-se convicto Domingos Simões Pereira.
O Primeiro-ministro lembrou que nos anos 60 o país
produzia arroz, (base da dieta alimentar nacional), o suficiente para se
alimentar e, inclusive, exportava o excedente a outras nações do mundo.
Simões Pereira questionou o facto de, passados 40
anos, o país se tenha retrocedido ao estado actual de mendicidade. “Portanto, o
desafio esta lançado a todos”, desafiou considerando que a culpa do retrocesso
é dos próprios guineenses”.
Exortou para necessidade de diversificação das
culturas para melhorar a dieta alimentar, pois, sublinhou, o país possui cerca
de 1.5 milhões de hectares de área arável.
Na sua optica, não se pode falar de fome numa terra
abençoada assim pela natureza.
Por seu lado, o representante residente da
Organização das Nações Unidas Para Agricultura (FAO) reconhece que falta ainda
muito a fazer no domínio de luta contra a fome, mal nutrição e pobreza, pois
muitos ainda continuam sem ter o que comer.
“Tal nos ensina que se querermos vencer a luta
contra a fome e insegurança alimentar, são necessários engajamentos políticos
dos governantes, aproximação global e eficaz e a participação conjunta da
sociedade e dos parceiros”, salienta Joachim Laubhouet-Akadié.
Este responsável da FAO manifestou a sua satisfação
por constatar que as autoridades nacionais deram uma prioridade absoluta ao
combate a pobreza e a promoção de investimentos no sector agrícola, com vista a
aumentar a disponibilidade dos alimentos.
Assim exortou para a necessidade de ter em conta a
situação dos pequenos agricultores, que jogam um papel essencial no plano
cultural, socioeconómico e ambiental na Guiné-Bissau.
No final, o chefe do governo procedeu a entrega de
materiais, nomeadamente carinhos de mão, pás, regadoras e sementes a 15
organizações agrícolas daquela região norte do país.
Antes do acto solene, a comitiva governamental
visitou a bolanha da povoação de Dorse, recuperada através do financiamento
pelo projecto da segurança alimentar (PASA), organização que também financiou o
centro de produção de animais de ciclo curto na localidade de Cupedo e,
finalmente, o centro de conservação de pescado de Quidjogoro financiado pelo
projecto India, Brasil e Africa do Sul (IBAS).
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