Excelência,
Senhor Embaixador Gary QUINLAN, Representante Permanente da Austrália,
Presidente do Conselho de Segurança;
Excelência
Senhor Secretário Geral das Nações Unidas;
Excelências
Senhores Representantes de Estados Membros do Conselho de Segurança;
Excelência
Senhor Presidente da Comissão da Consolidação da Paz;
Minhas
Senhoras e meus Senhores,
Agradeço a honra que me é concedida de, enquanto
convidado, marcar presença e tomar a palavra neste importante Órgão das Nações
Unidas.
A Guiné-Bissau e um país que, na arena
internacional, está a emergir de um ambiente de relacionamento com a Comunidade
Internacional marcado por múltiplas condicionalidades e sanções. Esta presença
e participação nos trabalhos deste órgão nuclear para a Preservação de Paz e da
Segurança Internacionais, mais que o simbolismo, se reveste de importância
capital para o meu pais e para todo o povo guineense.
A Guiné-Bissau volta a este palco de diálogo e
concertação política se apresentando como um país em renovação, com novas
autoridades políticas, novos compromissos e a esperança na construção de um
Estado e uma sociedade cada vez mais mobilizados para a prossecução dos grandes
desígnios nacionais.
Este regresso assinala ainda o cumprimento de mais
uma etapa na restauração dos quadros de diálogo e cooperação com o exterior e
de afirmação progressiva da Guiné-Bissau como parceiro estável e credível no
sistema de segurança regional e global.
Finalmente, a minha presença neste fórum é também
uma oportunidade singular para, em nome de S. Excia o Sr. Presidente da
Republica José Mário Vaz, de todos os actores políticos nacionais e da
sociedade em geral, agradecer ao Conselho de Segurança e a todo o sistema das Nações
Unidas, o abnegado esforço que têm consentido, há mais de uma década, no apoio
ao processo de estabilização do nosso país.
Apesar da persistente instabilidade política, a ONU
manteve sempre a Guiné-Bissau na sua agenda, procurando as melhores vias para a
promoção do diálogo político e fortalecimento institucional do Estado de
Direito.
Excelências, minhas Senhoras e meus Senhores
Gostaria de trazer à vossa consideração os aspectos
que, no entendimento do Governo, devem moldar o novo quadro de diálogo e
cooperação com os parceiros internacionais, e de forma particular com as Nações
Unidas:
A Guiné-Bissau está a viver um novo ciclo político,
cheio de esperança e expectativa, que sustentam o sonho dos guineenses na
reconstrução de um Estado à altura das exigências internas e externas da boa
governação e do desenvolvimento.
O entendimento entre as principais formações
políticas nacionais, sobretudo entre o PAIGC e o PRS, os dois partidos
maioritários no Parlamento, constitui o pilar da governação inclusiva e o
suporte das reformas e ajustamentos das instituições basilares do Estado e do
ordenamento jurídico – constitucional, fundamentais para a consolidação da
estabilidade e o reforço das premissas do desenvolvimento.
A legitimação da governação, a estabilidade social e
a reconstrução económica são elementos incontornáveis para a estabilidade
política e governativa no nosso país. Para chegar a esses resultados, a
Guiné-Bissau necessita no imediato, de ajuda externa robusta por forma a
alterar as condicionantes de um Estado frágil, com escassos recursos e uma
instabilidade social persistente, com cicatrizes ainda vivas nos sectores sociais
básicos como a Educação e a Saúde, dentre outros.
Apesar dos passos significativos, para alguns ate
corajosos, que o país já deu no quadro das reformas, o Governo assume com
realismo que ainda existem importantes riscos e fragilidades que devem merecer
atenção e respostas adequadas.
Aplaudimos a importante missão de manutenção da segurança
das instituições e dos titulares dos cargos de soberania, que tem sido
desempenhada de forma superior e exemplar
pela ECOMIB. Manifestamos por isso a vontade inequívoca das autoridades
guineenses em ver prosseguir o seu mandato, apresentando a este Conselho de Segurança
e a todos os parceiros internacionais, a solicitação para o correspondente
apoio financeiro.
...
...
A fase em que os processos de estabilização e
reconstrução do Estado e da economia se encontram requer a continuidade da
Guiné-Bissau na agenda das Nações Unidas e um firme e contínuo acompanhamento,
apoio político e assistência das Nações Unidas.
Por esse facto, assumimos para o imediato, a
continuidade da UNIOGBIS e o apoio das Nações Unidas, alicerçado na colaboração
estratégica entre o Conselho de Segurança e a Comissão da Consolidação da Paz.
Esta preocupação foi alias, manifestada a missão de avaliação das nações Unidas
na sua recente visita ao nosso pais.
Igualmente, a Guiné-Bissau precisa do apoio das
Nações Unidas para a Organização da Conferência de Doadores, agendada para
Fevereiro de 2015, em Bruxelas.
A realização com sucesso da Mesa Redonda de
parceiros de desenvolvimento constituiria uma conquista estruturante para a
acção e dinâmicas governativas de médio prazo.
Senhoras e Senhores
A nova Guiné-Bissau, em construção, pretende
estabelecer com as Nações Unidas uma parceria estratégica renovada focada no
sucesso como plataforma da sua sustentabilidade. Este novo quadro ira
beneficiar do completo e inequívoco envolvimento das autoridades políticas, dos
compromissos políticos estabelecidos, bem como o empenho de toda a sociedade
civil.
Saúdo ainda de forma efusiva, a reativação do Grupo
Internacional de Contacto para a Guiné-Bissau, criado sobre a égide das Nações
Unidas em 2006, e que ainda hoje registou a sua primeira reunião, após dois
anos de interregno. Para nós, esse espaço constitui um quadro interativo de
primordial importância para agilizar o diálogo com os parceiros internacionais
e apoiar o Governo nos esforços de mobilização da assistência internacional.
Por isso, faco registar os nossos profundos
agradecimentos pela presença e participação de Representantes do Estados
Membros do Conselho de Segurança nesse fórum.
Termino, reiterando o nosso agradecimento às Nações
Unidas, aos seus órgãos e às suas agências, pela atenção e assistência que têm
fornecido à Guiné-Bissau.
Muito obrigado
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