segunda-feira, 17 de agosto de 2015

CEDEAO pede diálogo e ao consenso para resolver a crise política na Guiné-Bissau

A Comunidade Económica dos Países da África Ocidental (CEDEAO) manifestou neste domingo, 16, a sua “profunda preocupação com os acontecimentos que levaram à demissão do Governo liderado por Domingos Simões Pereira, pelo Presidente José Mário Vaz”.

Num comunicado publicado no site da organização regional, o presidente em exercício, o senegalês Macky Sall, lamenta que a situação tenha chegado a este ponto, “apesar dos esforços da CEDEAO e da comunidade internacional para o diálogo entre as partes”.

Apesar de "aplaudir a atmosfera pacífica observada até agora no país", Macky Sall "apela aos líderes políticos para continuarem a explorar formas pacíficas para resolver o actual impasse e insta as forças de defesa e de segurança a manterem o compromisso de ficarem fora da política".

A CEDEAO lembra que a prioridade “deve ser o bem-estar dos guineenses, impulsionado pela reconciliação nacional, democracia, boa governação e desenvolvimento", e adverte ainda que a crise "pode afectar os compromissos dos doadores da Guiné-Bissau”, assegurados na conferência de Março em Bruxelas.

Na sexta-feira, 14, o Conselho de Segurança das Nações Unidas apelou ao regresso do diálogo entre os líderes políticos guineenses.

Recorde-se que para esta segunda-feira, 17, o PAIGC, partido maioritário e presidido pelo primeiro-ministro demissionário, realiza uma manifestação de apoio a Domingos Simões Pereira.

Nesta segunda-feira, também, o PAIGC deve enviar ao Presidente José Mário Vaz o nome de Simões Pereira para primeiro-ministro.


Aguarda-se pela reacção do Vaz à proposta do PAIGC.

1 comentário :

  1. O Presidente do Senegal e da Autoridade dos Chefes de Estados da Comunidade Económica do Estados da África Ocidental (CEDEAO), Macky Sall, pediu hoje uma solução através do diálogo para a crise política na Guiné-Bissau.

    “O Presidente (Sall) está confiante e acredita que é possível encontrar uma solução pacífica e sustentada para a crise, através de um diálogo concertado envolvendo todos os atores políticos da Guiné-Bissau, em estreita colaboração com os parceiros regionais e internacionais”, refere uma nota publicada no portal da CEDEAO.

    No comunicado, o líder senegalês mostra-se “preocupado” com o facto de os desentendimentos entre o Presidente Vaz e o primeiro-ministro Simões Pereira terem levado o chefe de Estado a demitir o Governo.

    Sall lamenta que os esforços da CEDEAO e da restante comunidade internacional no sentido de resolver a crise não tenham tido resultado.

    De acordo com o comunicado, o Presidente Sall considera que a crise “pode afetar os compromissos dos doadores da Guiné-Bissau” que numa mesa redonda realizada em março, em Bruxelas, anunciaram mil milhões de euros de intenções de apoio.

    “A prioridade deve ser o bem-estar dos guineenses, impulsionado pela reconciliação nacional, democracia, boa governação e desenvolvimento”, acrescenta.

    Apesar de “aplaudir a atmosfera pacífica observada até agora no país”, Macky Sall “apela aos líderes políticos para continuarem a explorar formas pacíficas para resolver o atual impasse e insta as forças de defesa e de segurança a manterem o compromisso de ficarem fora da política”.

    O Presidente da República demitiu na quarta-feira o Governo liderado por Domingos Simões Pereira, num decreto em que se justifica com quebra mútua de confiança, dificuldades de relacionamento e sinais de obstrução à Justiça por parte do Executivo.

    Num discurso à nação, Vaz acusou ainda o primeiro-ministro e o Governo de corrupção, nepotismo e de falta de transparência na gestão pública.

    Domingos Simões Pereira anunciou na quinta-feira estar “chocado” pela maneira como o Presidente “faltou à verdade” e refutou as acusações.

    O executivo estava em funções há um ano, depois de o PAIGC vencer as eleições com maioria absoluta e de ter recebido duas moções de confiança aprovadas por unanimidade no Parlamento – para além de ter o apoio da comunidade internacional.

    Apesar de todas as forças políticas e várias entidades, dentro e fora do país, terem feito apelos públicos dirigidos ao Presidente no sentido do diálogo e estabilidade, José Mário Vaz decidiu derrubar o Governo e pediu ao PAIGC que indique um novo nome para primeiro-ministro.

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