domingo, 23 de agosto de 2015

Resolução final da IV reunião extraordinária do bureau político do PAIGC

A total falta da adequação ou conformidade do entendimento de cada político a nível pessoal sadio com objectivo de conhecimento. Ou: a conformidade do juízo formulado com objectivo conhecido ou reconhecido e mérito constante, proveniente da repetição dos actos da harmonia com a lei moral, testificada pela consciência moral esclarecida mina toda a credibilidade dos políticos afecto ao PAIGC. - Dr. Wilkinne

Partido africano da independência da guiné e cabo verde
Iv reunião extraordinária do bureau politica resolução final

Nos dias 21 e 22 de Agosto, sob a presidência do Camarada Domingos Simões Pereira, Presidente do Partido, e em observância da alínea b) do Artº33 dos Estatutos, reuniu-se extraordinariamente o Bureau Político (BP) do PAIGC, com a seguinte ordem dos trabalhos:

Análise e avaliação da situação política partidária à luz dos últimos acontecimentos;
Diversos.

A ordem dos trabalhos foi aprovada por maioria de votos dos presentes.
SOBRE A ANÁLISE DA SITUAÇÃO POLITÍCA

O Presidente do partido informou ao Bureau Politico que foi completamente inesperado e pelos órgãos de comunicação social que o partido tomou conhecimento de um decreto presidencial que nomeou o Senhor Baciro Djá como Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, numa altura em que se aguardava a chegada ao país de uma importante delegação da CEDEAO, seguindo os esforços empreendidos pela mais alta esfera da comunidade internacional, nomeadamente pelo Secretário-geral das Naçõs Unidas e por outros Chefes de Estado.

O Bureau Politico procedeu a uma análise profunda da situação política vigente no pais, onde se destacou os apelos à coesão, unidade, espirito de reconciliação como condições indispensáveis para preservar o Partido de divisões e fracturas que têm marcado a vivência política nacional.

O Bureau Politico criticou de forma veemente o caminho da inconstitucionalidade escolhido para demitir o governo constitucional do PAIGC quando existiam condições objectivas e de interesse nacional para se ultrapassarem as divergências invocadas por via do diálogo, principalmente no aspecto do relacionamento entre o Presidente da Republica e o Primeiro-ministro.

O Bureau Politico considerou que o Camarada Baciro Dja ao aceitar a nomeação e investidura no cargo de Primeiro-ministro, a revelia da constituição e dos estatutos do PAIGC, violou o dever do militante plasmado na alínea o do artigo 15º dos Estatutos.

O Bureau Politico considerou igualmente que essa atitude do Camarada Baciro Dja põe em causa mais uma vez os superiores interesses do partido, da sua unidade e coesão interna.

Diversos

No capítulo dos diversos, os membros do Bureau Politico tiveram a oportunidade de prestar alguns esclarecimentos sobre assuntos diversos.

Assim, após profunda analise da situação politica vigente no pais, agravada com a recente nomeação do novo Primeiro-ministro a margem das normas constitucionais e internas do PAIGC,

O Bureau Politico delibera:

Condenar veementemente, a decisão do Senhor Presidente da Republica em nomear através do Decreto Presidencial 6/2015 um novo Primeiro-ministro, a revelia da Constituição da Republica e com total desrespeito pelos Estatutos do PAIGC, partido vencedor com maioria absoluta das últimas eleições legislativas;

. Apelar ao restabelecimento da legalidade constitucional por via da anulação do decreto presidencial nº 6/2015 e convite ao PAIGC para, em observância dos seus Estatutos e priorizando a via negocial, encontrar uma solução que assegure a paz, a estabilidade e a unidade nacional;

. Exortar o Camarada III Vice-presidente a assumir a atitude militante de facilitar o processo de diálogo demitindo-se do cargo para que fora nomeado e empossado inconstitucionalmente e sem o necessário aval prévio do partido, sob pena de infracção grave, conforme plasmado no artigo 103 dos Estatutos: “São consideradas condutas de grave traição politica aos princípios do PAIGC, a violação activa ou passiva directa ou indirecta pelo militante, dos seus deveres estatutários”, dispostos nas alíneas j, l, n, o, e p do artº 15 dos Estatutos”;

. Expressar o seu profundo lamento pelo facto de três moções de confiança ao governo do PAIGC, aprovados por unanimidade e num gesto de elevado patriotismo, pela Assembleia Nacional Popular, não terem merecido nenhuma consideração por parte de Sua Excia. o Presidente da Republica antes da decisão de exoneração do Chefe do Governo e consequente queda do executivo;

. Instruir as estruturas competentes do partido a accionarem todos os mecanismos legais e políticos com vista a reposição da legalidade constitucional e democrática;

. Encorajar o Conselho Nacional de Jurisdição a prosseguir a sua acção disciplinar contra todos os que incorram na infracção do artigo 15º alínea o) dos Estatutos do Partido, que reza: E dever de todo o militante do partido ”não apresentar candidatura a qualquer cargo electivo do Estado ou nas Autarquias e não aceitar o exercício de qualquer função governativa, fora do quadro previsto nos presentes estatutos e regulamentos”.

. Manter em aberto e reforçar os mecanismos de dialogo com Sua Excelência o Senhor Presidente da Republica e com os demais órgãos da soberania, demonstrando o interesse e a disponibilidade do partido em priorizar a via do dialogo construtivo;

. Expressar todo o seu apreço e enorme satisfação, ao mesmo tempo que encorajar ao reforço das grandes manifestações de solidariedade tanto a nível interno como internacional, em exigência ao respeito do primado da legalidade, como condição de se preservar a paz e a estabilidade no país.

. Apelar aos militantes, simpatizantes e o povo guineense, em geral a manterem-se atentos e determinados a defenderem as conquistas democráticas e o respeito pela legalidade constitucional.

. Agradecer o empenho com que a Comunidade Internacional tem seguido os desenvolvimentos da situação politica e enaltecer os esforços continuados do Secretario Geral das Nações Unidas, dos Chefes de Estado da CEDEAO, nomeadamente dos Presidentes do Senegal, da Guiné-Conacry e da Nigéria, e mantê-los informados sobre todas as questões que se prendem com as decisões politicas que vão sendo assumidas pelos diferentes intervenientes políticos e que consubstanciam as bases para preservar os valores consagrados na Constituição e demais leis da Guiné-Bissau;

Encorajar a Direcção do Partido a prosseguir e alargar os contactos junto dos parceiros internacionais, nomeadamente com a CEDEAO, a CPLP, a UA, a UE e o sistema das nações unidas;

Reiterar as deliberações da última sessão do Bureau Politico referentes a retoma do diálogo e a reposição da legalidade democrática e constitucional.

O Bureau político se congratula com a forma serena, mas aberta e franca como os debates se desenrolaram, o que permitiu a cada responsável defender os seus pontos de vista e no final, colocar os interesses colectivos e do partido em primeiro lugar.

Bissau, 22 de Agosto de 2015

O Bureau Político

1 comentário :

  1. “RESOLUÇÃO FINAL”


    Li a “Resolução Final” da IV Reunião Extraordinária do Bureau Político do PAIGC, realizada no dia 21 e 22 de Agosto. Não é normal que se teçam tantas intimidações aos seus próprios militantes. A conclusão que chego é que o PAIGC está infiltrado, e afligido com cancro da corrupção. “Sambassuga sta na nô metadi. Nin nada ku limpu ka ten láaa”, ou seja, “nada me persuade da ideia de que o PAIGC não padeça no seu seio de contaminação de lacaios e reaccionários”. O texto da “Resolução Final”, de A a Z é uma manipulação da crise política à imagem e semelhança do seu actual líder, Domingos Simões Pereira. A contracorrente do líder estampada e plasmada no texto da referida resolução poderá transformar o PAIGC, a médio prazo, num mero ajuntamento de indivíduos perturbadores da paz social.

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