Está a tornar-se cada vez mais visível e
urgente a necessidade vital do povo comprar a independência da Guiné-Bissau ao
Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Porque ninguém
percebe hoje atitude do partido libertador para com o povo e o Estado da
Guiné-Bissau. Fica-se com a ideia de que o PAIGC pensa que o povo pensa que a
visão da democracia e do mundo acaba na piscina da sua Sede na Praça dos Heróis
Nacionais. É por isso, que nos apresenta Antigos Combatentes da Liberdade da
Pátria de 45 anos.
Na verdade durante a Luta Armada de
Libertação Nacional, na Madina de Boé, Morés e numa outra das várias Barracas
(bases) espalhadas por todas as zonas libertadas, o PAIGC poderia ter dado ao
povo uma visão do centralismo democrático que acabava apenas na academia de
Amílcar Cabral. Hoje, em Bissau, Bafatá, Gabú, Cacheu, Buba, Bolama e Tombali a
grande parte do conhecimento social e político do nosso povo não se limita
apenas na academia do centralismo democrático de Amílcar Cabral.
Os media constituem hoje um instrumento
de cognição social e político do nosso povo. Foi graças a esse instrumento de
cognição social interactivo, que o povo descobriu hoje muito bem que a “Unidade
Luta e Progresso” que havia no PAIGC durante a Luta Armada de Libertação
Nacional, deve-se ao facto de Amílcar Cabral ser, na altura, o único académico
com a formação teórica solida que soube sempre aliar-se a uma longa e exigente
prática profissional agrónomo e a experiência político e pedagógica.
Infelizmente, hoje em pleno século XXI,
há ainda dirigentes do PAIGC que desconhecem que o nosso povo sabe muito bem,
que os valores dos políticos na democracia é um conjunto sistémico de ideias
colectivas, que permitem organizar uma certa visão do mundo, através de
critérios que levam os cidadãos nacionais a saber definir o belo e o feio, o
justo e o injusto, e o louvável e o reprovável.
É lamentável que a Comunicação política
eleitoral do PAIGC tenha apresentado hoje, uma característica distinta com a da
sua candidatura eleitoral a gestão dos bens públicos do Estado da Guiné-Bissau.
Tudo, porque a controvérsia interna dos dirigentes do partido libertador
confunde os interesses do nosso povo e do Estado da Guiné-Bissau com os
interesses das suas facções politicas que digladiam para a liderança do partido
libertador.
O cenário é ainda mais triste, quando se
olha para o interior do PAIGC e não se encontra no seu seio nenhum líder que
apresente a capacidade de poder fazer triunfar, nas almas dos camaradas do
centralismo democrático, as suas próprias ideias e vontade que superam as
resistências e os interesses dos outros que lhe opõem politicamente. No PAIGC
mora hoje, uma geração de terra queimada de 40 a 45 anos de idade, que quer que
o povo lhe pague os custos da luta armada pela independência nacional.
Nas últimas duas décadas, com esta
geração da terra queimada que hoje mora no PAIGC, a sua liderança nunca se
derivou de uma aceitação generalizada dos seus dirigentes que possa tornar
legitimo o seu líder. Por isso, no seu exercício, o líder do PAIGC recorre aos
mecanismos de desencorajamento fundado no processo de Comunicação coercivos e
não persuasivos.
A controvérsia interna do PAIGC deve ser
resolvida na sede do partido e não na Assembleia Nacional Popular (ANP). Porque
nunca conduziu nem conduzirá o povo a uma aprendizagem colectiva do exercício
democrático, tanto do ponto de vista das relações intercomunitárias como também
no que diz respeito aos conteúdos das declarações das “Bocas Alugadas” no
hemiciclo nacional.
As declarações das “Bocas Alugadas” das
facções internas do PAIGC na ANP destroem todas as condições criadas durante a
Luta Armada de Libertação Nacional para que o nosso povo se possa aprender a
lidar um com o outro, de forma a garantir a todos uma convivência pacífica e as
possibilidades de um desenvolvimento individual aceitável.
As controvérsias internas do PAIGC não
são controvérsias legítimas do nosso povo e do Estado da Guiné-Bissau, para
serem discutidas na ANP. Assembleia Nacional Popular deve ser o “Mercado das
Opiniões” do nosso povo e do Estado da Guiné-Bissau. Portanto, é inaceitável
que o PAIGC deixe a sua sede para discutir as suas controvérsias na ANP, em
nome do partido que conquistou a independência nacional da Guiné-Bissau. Se
assim é, então é urgente e vital que o nosso povo adquira a independência
nacional ao PAIGC para acabarmos de uma vez por toda com esta má imagem que temos
vindo a vender ao mundo da democracia multipartidária cujos ventos sopram em
todas esferas públicas das sociedades, pós-modernas. Intelectuais Balantas na
Diáspora com Odemocrata
A independência, quer dizer, sentir com os seus próprios órgãos de sentido, ver com os seus próprios olhos (de fora e de dentro de cabeça), andar com os seus próprios pés e agir com os seus próprios membros e potenciais meios de ação (experiência e conhecimento) não é mercadoria (bens materiais - pão, batata, mandioca... - e imateriais - recados, ir vendes sorvete, apetite ou prazer libidal) comprável e portanto não é vendível. OK? Não brincar com coisas sérias. Obrigado. A. Keita
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