O PAIGC, partido vencedor das últimas
eleições na Guiné-Bissau, acusou o Procurador-Geral da República (PGR), Sedja
Man, de proibir sem razão alguns membros do último Governo de sair do país.
"É uma inequívoca demonstração de
abuso de poder, manipulação ignorância", refere o Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) em comunicado hoje distribuído.
De acordo com o partido, a
Procuradoria-Geral da Republica fez chegar uma lista de nomes aos postos
fronteiriços e ao aeroporto internacional da Guiné-Bissau para impedir as
saídas, sem que haja processos susceptíveis de limitar os movimentos das
pessoas em causa.
Contactado pela agência Lusa, Sedja Man
confirma a existência da lista em que estão incluídos vários membros do
anterior Governo da Guiné-Bissau, uns na qualidade de testemunhas e outros como
principais suspeitos em diferentes processos em curso.
A PGR refere que as limitações impostas
são legítimas, estão previstas na lei e evitam que algumas figuras viajem para
o estrangeiro e só regressem quando os prazos processuais tiverem expirado,
referindo que" lei está acima de todos" .
O PAIGC não aceita, classifica a
situação como um "desmando" da PGR e refere que só a intervenção das
Nações Unidas possibilitou que o ex-primeiro-ministro Carlos Correia, 82 anos,
viajasse na última semana para consultas médicas em Portugal.
Sedja Man confirmou à Lusa que Carlos
Correia tinha a viagem "embargada", mas o Ministério Público foi
"sensível ao estado de saúde" do veterano do PAIGC e autorizou a
viagem.
De acordo com a PGR, o
ex-primeiro-ministro é o "principal suspeito" num processo de
desobediência civil relacionado com a ocupação do Palácio do Governo por vários
membros do anterior executivo, entre 26 de maio e 09 de Junho.
A ocupação foi feita como protesto pela
decisão do chefe de Estado, José Mário Vaz, em empossar um novo Governo que os
membros do executivo demitido consideraram inconstitucional.
Caros Correia é ainda testemunha num
processo sobre exportação ilegal de madeira e noutro que averigua o resgate à
banca privada guineense realizado em 2015, acrescentou Sedja Man. Com a Lusa
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