Da leitura atenta do último comunicado
do PAIGC apelando à reconciliação interna com os 15 deputados, entretanto
expulsos das suas fileiras, o Partido da Renovação Social responsavelmente e
comprometido que está com os últimos desenvolvimentos políticos, não podia
ficar indiferente a este ato, primeiro, por que sempre apoiou e encorajou
reconciliações intrapartidárias, e segundo, pelo tardio desta iniciativa,
alguns dos seus contornos merecem alguma reflexão que deve ser partilhada com o
povo guineense.
Por isso, numa primeira reacção, o
Partido da Renovação Social reitera o seu apoio à iniciativa de reconciliação
interna do PAIGC. Porém, e porque em política nada acontece por acaso, queremos
apenas lembrar ao povo guineense e à comunidade internacional, que este súbito
arrependimento revelado pelo Eng.º Domingos Simões Pereira, Presidente do PAIGC
em conceder perdão e reconhecer a capacidade de recuperação do homem, que
apesar de bem-vinda, ela provocou durante mais de um ano, a paralisia das
instituições do Estado, com as consequências que todos conhecemos, e que têm
vindo a repercutir-se negativamente nas condições quotidianas da vida de todos
os guineenses. Esta estratégia do caminho da reconciliação, agora apontada, que
afinal já se conhecia há mais de um ano, vem, claramente, demonstrar, como
várias vezes o PRS tem repetido, que o verdadeiro factor de instabilidade, tem
origem na desastrosa gestão da direcção do PAIGC.
Em relação a esta iniciativa da “mea
culpa” interna do Eng.º Domingos Simões Pereira, Presidente do PAIGC, se for
sincera, e cremos que não é pedir muito: ela só será inteiramente aplaudida
pelo Partido da Renovação Social, se for extensível a todo o povo guineense que
injustamente tem sofrido com esta crise política, porque também queremos
acreditar que ela irá propiciar uma nova era nas relações interinstitucionais,
o que a acontecer, certamente, trará de volta a paz e a estabilidade.
Relativamente ao último acórdão
pronunciado pelo Supremo Tribunal de Justiça acerca da providência cautelar
interposta pelo Governo do Dr. Baciro Djá, contrariamente, ao useiro e vezeiro
comportamento do PAIGC de não acatar decisões judiciais que não lhe agradem, ou
que não lhe sejam favoráveis, o Partido da Renovação Social, como parte
integrante do actual executivo, como não podia deixar de ser, aconselha
vivamente as partes a acatarem as decisões do referido diploma. Contudo, queremos ressalvar a nossa dúvida
e estranheza sobre se numa reunião da plenária do STJ de um colectivo de 11
juízes, onde a lei exige a presença mínima de quórum de 9, ou seja de 4/5 do colectivo,
se só 6 juízes podem validar uma decisão. Dúvidas que, certamente, serão
esclarecidas após a interposição de um recurso.
Para finalizar, o PRS agradece os
esforços consentidos pela comunidade internacional, e da CEDEAO em particular
em trazer a paz e a estabilidade ao nosso país, e queremos também assegurar ao
povo guineense de que o Partido da Renovação Social, irá seguir e cumprir
escrupulosamente com a única solução da crise política que é o “ACORDO para a
SAÍDA da CRISE na GUINÉ-BISSAU”, assinado a 10 de Setembro último, sob os
auspícios do Presidente da República, do Presidente da Guiné-Conakri e do
Presidente da Serra Leoa, contrariamente ao PAIGC, que apesar de ter assinado
esse documento, vem agora dar o dito por não dito.
Bissau, 30 de Setembro de 2016
O Secretariado Nacional de Comunicação
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