O Presidente do PAIGC deveria também
reconhecer, assumir, os seus erros (e têm sido muitos) entre a inexperiência e
a premeditação, ao longo desta crise política.
Aconselhamos, criticamos e sugerimos,
por diversas vezes, de forma responsável, positiva e construtiva o Presidente
do PAIGC e ex-Primeiro-ministro, Eng.º Domingos Simões Pereira, sobre o que
achamos das suas diversas intervenções, atitudes e posicionamentos, contrários
ao espírito do diálogo, da tolerância, quiçá, do respeito pela diferença, mas
não só, como também, pelo respeito ao bom nome e à boa imagem do país.
Um Presidente de um partido político,
por sinal, o maior partido político da Guiné-Bissau, que já foi
Primeiro-ministro e almeja continuar na senda do dirigismo nacional, não deve
pôr as suas aspirações acima da imagem, da afirmação e do Interesse Nacional.
Não é segredo para ninguém que o
Presidente do PAIGC tem posto em causa o seu próprio país, numa estratégia
errada e maquiavélica de confrontação de vida ou de morte, com o Presidente da
República e o actual governo.
Se o Presidente do PAIGC quisesse, de
facto, continuar a reivindicar a legitimidade e a legalidade democrática da
vitória do PAIGC nas eleições legislativas de 2014, há muito que deveria
reconsiderar o erro crasso da expulsão dos 15 deputados eleitos pelas listas do
seu partido, como sugerimos, antes de a CEDEAO sugerir a reintegração dos 15
deputados no PAIGC, sem condições prévias.
Na ausência de uma postura de
hombridade, do tipo, reconhecer os erros e corrigi-los, o Presidente do PAIGC
preferiu sempre sacrificar o país de todos nós, nas suas viagens ao
estrangeiro, levantando dúvidas, fazendo acusações e insinuações que mais do
que prejudicar fulano ou beltrano, prejudicam o país e o nosso povo.
O Presidente do PAIGC, que também é
Deputado da Nação, tenta passar a imagem de ser um cidadão corajoso, face às
acusações e insinuações que tem feito, mas qualquer cidadão com um mínimo de
lucidez sabe que o Presidente do PAIGC, acusa e faz insinuações porque é
Deputado da Nação e beneficia de imunidade parlamentar, que impede de ser
inquirido, sem o levantamento da imunidade parlamentar.
O Presidente do PAIGC não deve esperar
que as relações institucionais entre o Presidente da República e o partido que
lidera sejam facilitadas, com ataques, acusações e insinuações contra o Estado
em geral e, contra o Chefe do Estado em particular, numa campanha irresponsável
com o conluio de alguma imprensa internacional afecta ao lobby do Presidente do
PAIGC.
O Presidente da República cometeu vários
erros, mas não se deve insistir na questão da demissão do Governo liderado pelo
então Primeiro-ministro Engº Domingos Simões Pereira, como factor de
continuidade da crise política.
A Constituição da República dá poderes
ao Presidente da República para demitir o Governo. Aconteceu, vira - se a
página e segue-se em frente.
O que não se deve fazer é promover o
bloqueio do país, prejudicando todo um povo, numa disputa irresponsável em
defesa de interesses pessoais e de grupos.
É o Sr. Presidente do PAIGC tão
corajoso, responsável e digno, ao ponto de solicitar ele próprio o levantamento
da sua imunidade parlamentar, para ser ouvido sobre as diversas acusações e
insinuações que tem feito, comprometendo mais o país do que propriamente os
seus adversários?
É o Sr. Presidente do PAIGC tão
corajoso, responsável e digno ao ponto de solicitar ele próprio o levantamento
da sua imunidade parlamentar para ser ouvido sobre acusações ou insinuações que
também pendem contra ele?
Deve ou não o Presidente do PAIGC ser
mais comedido, mais positivo e construtivo nas suas comunicações com os seus
camaradas do partido tendo em conta o reflexo positivo na nossa sociedade?
Positiva e construtivamente.
Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.
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