O presidente do Comité de Sanções das
Nações Unidas, Elbio Rosselli ficou com uma boa impressão da forma como os
militares da Guiné-Bissau tem vindo a comportar-se, considerando que a classe
castrense guineense apresenta actualmente um comportamento ‘exemplar e
perfeito’.
Rosselli falava, hoje 15 de Junho 2017,
à saída de uma audiência com o ministro de Estado e do Interior, Botche Candé,
no Ministério do Interior, onde o responsável do departamento de sanções da ONU
revelou à imprensa que manteve uma conversação sincera e directa com os
militares sancionados, que na sua visão estão a ter um comportamento ‘exemplar
e perfeito’, fato que segundo ele deve ser tido em consideração.
Solicitado a pronunciar-se sobre se há
possibilidade do levantamento das sanções contra os oficiais militares
envolvidos no golpe militar de 12 de Abril de 2012 ainda este ano, o
responsável da ONU disse que não pode dizer nada a respeito, lembrando que uma
missão do Conselho de Segurança da ONU esteve no país no ano passado e desta
vez é uma missão do Comité de Sanções das Nações Unidas.
A missão está no país para avaliar a
situação das sanções impostas pelo Conselho de Segurança a um grupo de oficiais
militares guineenses, conta Elbio Rosselli. Referiu que sua delegação manterá
encontros com autoridades governamentais; a sociedade civil; o Parlamento e os
partidos políticos, prometendo transmitir todas as informações recolhidas
nestes encontros ao Comité de Sanções da ONU, assim como ao Conselho de
Segurança para a sua posterior avaliação.
Elbio garante que a vinda da missão do
Comité de Sanções das Nações Unidas não tem nada a ver com o assunto ‘Acordo de
Conacri’, sublinhando que o referido acordo é uma questão que as autoridades
guineenses devem considerar nas suas decisões soberanas.
Antes de deslocar-se para o Ministério
do Interior, Elbio Rosselli esteve reunido com Botche Candé no Ministério da Defesa
Nacional, neste caso em representação do ministro da defesa, General, Dr. Eduardo Costa
Sanhá ausente do país em visita de trabalho em Cuba.
Ainda na instituição da defesa guineense,
Elbio Rosselli reuniu-se com os militares das FARP's sancionados, nomeadamente o general
António Indjai, general Mamadu Turé (Mamadu N’kruhma); general Estevão Na Mena,
general Ibraima Camará e o general Daba Naualma, mas contou ainda com a
presença de Dr.Tcham Na Man, que não foi sancionado.
Durante a sua estada na capital guineense, a missão do Comité de Sanções reuniu-se com os representantes da comunidade internacional no país, sociedade civil guineense, partidos políticos e representantes dos Governo, Supremo Tribunal de Justiça e Parlamento.
Elbio Roselli termina hoje a visita ao
país com um encontro com o chefe de Estado guineense, José Mário Vaz.
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou hoje que é extemporâneo manter as sanções contra os militares guineenses envolvidos no golpe de Estado de 2012, sublinhando que aqueles têm dado um bom exemplo.
ResponderEliminar“Penso que as sanções são extemporâneas. Os militares compreenderam a mensagem da comunidade internacional, que não há espaço para golpes de Estado. A minha opinião é de que as sanções deviam acabar, porque os militares deram um bom exemplo”, disse Umaro Sissoco Embaló, que falava aos jornalistas no final de um encontro com o presidente do Comité de Sanções da ONU, Elbio Roselli.
Nas declarações aos jornalistas, Umaro Sissoco Embaló explicou também que a vista do Comité de Sanções da ONU é “normal”.
“Quando as pessoas estão sob sanções, de vez em quando, é preciso visitá-las e contactá-las. É como um médico que visita um doente para ver se está melhor ou não, para receber alta”, exemplificou.
O primeiro-ministro guineense destacou também que as Forças Armadas do país “estão a demonstrar maturidade”, apesar de existirem “políticos que os quisessem instrumentalizar outra vez”. “Se tivessem dado ouvido aos políticos, tinham caído numa asneira outra vez”, salientou.
O presidente do Comité de Sanções das Nações Unidas, Elbio Roselli, chegou na terça-feira à Guiné-Bissau para analisar o impacto das sanções impostas a vários militares guineenses, em 2012, e a evolução da situação política no país.
Em maio de 2012, na sequência do golpe de Estado, o Conselho de Segurança da ONU aplicou sanções aos responsáveis envolvidos na alteração da ordem Constitucional, nomeadamente o general António Indjai, general Mamadu Turé, general Estevão Na Mena, general Ibraima Camará e o tenente-coronel Daba Naualma.
Elbio Roselli termina hoje a visita ao país com um encontro com o chefe de Estado guineense, José Mário Vaz.