O anúncio da redefinição do papel da UNIOGBIS no país já é um passo, mas mais que isso, é preciso retirar a Guiné-Bissau da agenda do Conselho de Segurança. Nas circunstâncias actuais, a permanência do país na agenda do Conselho de Segurança dá mais publicidade negativa ao país que positiva.
Desde 1998 que a Guiné-Bissau entrou
para a agenda do Conselho de Segurança da ONU, na sequência do conflito
político-militar de Junho de 1998.
A Guerra civil durou 11 meses apenas,
tendo terminado em 1999 e as eleições gerais realizadas em 2000. Depois,
seguiram-se crises políticas de maior ou menor dimensão, mas que nunca
constituíram uma ameaça real à paz e a segurança internacionais. Pelo
contrário, durante esse período, a Guiné-Bissau contribuiu para a estabilização
da Casamança, expulsando a rebelião do seu território, retirando-lhe a
retaguarda.
Pela dimensão e gravidade de problemas
por este mundo fora, tenho dificuldades em compreender a permanência da
situação da Guiné-Bissau na agenda do Conselho de Segurança da ONU durante esse
tempo todo.
Com a realização de eleições em 2000, o
seguimento da situação no país deveria ficar apenas sob alçada da União
Africana e da CEDEAO. Aliás, esta última é a que realmente tem expressão nos
assuntos do país, seja para financiar, seja para garantir a segurança, seja
ainda para mediar.
O anúncio da redefinição do papel da UNIOGBIS
no país já é um passo, mas mais que isso, é preciso retirar a Guiné-Bissau da
agenda do Conselho de Segurança. Nas circunstâncias actuais, a permanência do
país na agenda do Conselho de Segurança dá mais publicidade negativa ao país
que positiva.
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