sábado, 22 de dezembro de 2018

A Guiné-Bissau no Conselho de Segurança da ONU


O anúncio da redefinição do papel da UNIOGBIS no país já é um passo, mas mais que isso, é preciso retirar a Guiné-Bissau da agenda do Conselho de Segurança. Nas circunstâncias actuais, a permanência do país na agenda do Conselho de Segurança dá mais publicidade negativa ao país que positiva.

Por, Dr. Pedro Ros­a Có

Desde 1998 que a Guiné-Bissau entrou para a agenda do Conselho de Segurança da ONU, na sequência do conflito político-militar de Junho de 1998.

A Guerra civil durou 11 meses apenas, tendo terminado em 1999 e as eleições gerais realizadas em 2000. Depois, seguiram-se crises políticas de maior ou menor dimensão, mas que nunca constituíram uma ameaça real à paz e a segurança internacionais. Pelo contrário, durante esse período, a Guiné-Bissau contribuiu para a estabilização da Casamança, expulsando a rebelião do seu território, retirando-lhe a retaguarda.

Pela dimensão e gravidade de problemas por este mundo fora, tenho dificuldades em compreender a permanência da situação da Guiné-Bissau na agenda do Conselho de Segurança da ONU durante esse tempo todo.

Com a realização de eleições em 2000, o seguimento da situação no país deveria ficar apenas sob alçada da União Africana e da CEDEAO. Aliás, esta última é a que realmente tem expressão nos assuntos do país, seja para financiar, seja para garantir a segurança, seja ainda para mediar.

O anúncio da redefinição do papel da UNIOGBIS no país já é um passo, mas mais que isso, é preciso retirar a Guiné-Bissau da agenda do Conselho de Segurança. Nas circunstâncias actuais, a permanência do país na agenda do Conselho de Segurança dá mais publicidade negativa ao país que positiva.

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