Partido para a Renovação Social é um partido aberto a todas as formas de diálogo, baseadas no respeito mútuo e visando o estabelecimento de relações que tenham em primeiro lugar os princípios inalienáveis de igualdade e de auto-determinação do povo guineense.
Por, Dr. Uffé Vieira
Na ocasião de mais um aniversário da
fundação do Partido da Renovação Social, que irá celebrar no dia 14 de Janeiro
de 2019, quero reconhecer por intermédio deste artigo, a grande evolução quer
pela qualificação institucional e bem como pela coerência, maturidade na
abordagem, capacidade de posicionamento e na condução da administração pública,
o que contribui grandemente na projecção de um PRS renovado, capaz e
suficientemente preparado para constituir uma alternativa indiscutível para a
solução da governabilidade do país, ou seja, o mais bem posicionado para
garantir as premissas de estabilidade sociopolítica e a boa gestão da
Administração Pública, susceptível de assegurar com satisfação as necessidades
coletivas prementes.
O progresso registado no seio do Partido
da Renovação Social é fruto de um trabalho meritório da sua liderança, que
soube interpretar a situação social em cada momento, diagnosticar suas causas e
elaborar estratégias realísticas, e implementar acções com pragmatismo e
sensatez. O PRS ousou promover reformas concretas, baseadas na igualdade,
razoabilidade e tolerância ideológicas, o que permitiu uma base ideológica
sólida livremente aceite por todos os membros veteranos do partido, permitindo,
assim uma convivência harmoniosa, baseada no respeito pela diferença, no
reconhecimento individual, na empatia com o outro e propiciadora de um ambiente
estável, de benefício mútuo, reconhecedora da força e das capacidades da
juventude na continuação do grande e desafiante projecto de construção e
consolidação da democracia na Guiné-Bissau.
Para a consecução dos desideratos acima
mencionados o PRS, desde a sua fundação compreendeu que era essencial promover
um modelo de relacionamento interno baseado na tolerância das diferenças
sociais e culturais dos seus militantes, alicerçados em princípios sólidos de
igualdade, da não descriminação e da tolerância, inculcando para tal, valores
de respeito da diferença, da solidariedade e da primazia do espírito colectivo
na prossecução das suas acções.
Esta forma de ser e de estar tem
blindado o PRS de ameaças de fricções, dando-lhe a possibilidade de encontrar
sempre respostas à altura para ultrapassar as provações que lhe têm
interpelado, porque criou as bases sólidas para garantir que a compreensão
ideológica dos seus princípios e valores por parte da esmagadora maioria dos
seus membros é o maior mecanismo disciplinador das relações internas numa
estrutura partidária que se quer democrática.
Mas tudo isto não impediu o PRS de
evoluir, muito pelo contrário, deu-lhe umas capacidade e flexibilidade
extraordinárias de adaptação às realidades socio-culturais em constante
mutação, como ilustra os factos abaixo descritos:
1. A (re) consagração da raíz ideológica
do PRS - de Esquerda para Centro que culminou com a sua entrada na família dos
Internacionais Democratas Centristas, um fórum internacional de grande
relevância política, capaz de projectar a sua imagem internacional e constituir
espaços de troca e aprendizagem mútuas, catalisadores da consolidação das suas
bases e estruturas tanto interna quanto internacionalmente;
2. A autodestruição de preconceito sobre
a etnicização e ruralidade do partido e a forte integração do PRS nas zonas
urbanas, favorecida com política de inclusão nacional e de valorização da juventude;
3. A mudança da retórica política
ancorada ao discurso de pacificação social, de promoção de valores sociais e
universais e, sobretudo de incentivo à uma mudança de paradigma social que
preza os valores de trabalho, de respeito pela democracia e o estado de direito
– tem seguido a estratégia do partido que, uma vez consolidadas as suas
estruturas internas, parte para o passo seguinte de promover a coesão nacional,
baseado nos princípios e valores que defende;
4. A boa imagem de participação dos membros
do partido nos governos, no concernente a boa gestão, capacidade de resultados
e o respeito pelas leis;
5. A valorização do capital humano tanto
rural quanto urbano, dando-os o mesmo de espaço de conivência sociopolítico, a
mesma oportunidade social de educação, participação política e emprego, sem
complexo de elite que estratifique no seu seio os militantes da primeira,
segunda ou terceira categoria e muito menos promotora de falsas legitimidades
históricas, ou qualquer outra categorização que só contribuam para a segregação
da organização;
6. O contributo na estabilização do
ambiente sociopolítico geral no país, com a boa participação nos diferentes
governos e espaços de diálogo que visam a criação de ambiente de paz e da
confiança nacional;
7. Promoção da boa governação através de
melhorias de serviços públicos nos setores vitais da Administração Pública
nomeadamente, no Setor da Energia com a estabilização e expansão da energia
eléctrica na Bissau e no interior do país, aumento salarial, aumento de preço
de castanha de cajú, etc.
8. A defesa intransigente de recursos
naturais e de interesses do Estado guineense, negando contratos de indecentes e
providenciando recursos apropriados para vigilância permanente da nossa área
económica exclusiva, para a salvaguarda deste modo, dos ditames do
desenvolvimento sustentável e durável na Guiné - Bissau;
Com base nestas grandes reformas
engendradas no seio dos renovadores e, para uma maior demonstração da sua
preparação e maturidade, convocou os guineenses, para criação de um caminho, de
uma proposta capa de erguer os sonhos outrora sonhados, mas infelizmente no
percurso de mais de 45 anos de (des) governação do país, sob alçada de um
partido caduco de ideais, todos os sonhos dignos de edificação do país, foi abismado,
e tombamos na sombra do medo e do desespero. Foi com base nesta reflexão, o
PRS, ousou convocar os guineenses para voltarem a sonhar com futuro, a levantar
e assumir o próprio destino, marcando assim, um rompimento definitivo com o
passado, com o medo e desespero, para iniciar um novo ciclo de vida coletiva
que irá construir com base na nossa realidade quotidiana, uma nova história de
progresso e desenvolvimento.
Mas ficam ainda alguns desafios por
vencer e o PRS tem a devida consciência da sua existência, das dificuldades que
delas advêm e de sua importância estratégica para uma governação estável.
Trata-se da inserção e integração do PRS nos foros diplomáticos. Este passo é
essencial para desconstruir a falsa imagem, construída de forma
mal-intencionada junto da grande maioria dos parceiros internacionais, que
passam a tratar o partido de uma forma preconceituosa e pejorativa, como uma
organização violenta e inimiga do desenvolvimento e da cooperação. O PRS tem
sido excluído dos espaços de construção conjunta de projectos de estabilização
e de desenvolvimento nacional promovidos pelas diferentes agências de
cooperação tanto bilaterais como multilaterais, o que tem atrofiado várias
tentativas de sua aplicação, devido a sua parcial apropriação nacional.
O PRS é um partido aberto a todas as
formas de diálogo, baseadas no respeito mútuo e visando o estabelecimento de
relações que tenham em primeiro lugar os princípios inalienáveis de igualdade e
de auto-determinação do povo guineense. Para isso, não cessará os esforços na
procura de criação de pontes que favoreçam a sua inserção nos espaços
cooperativos de diálogo e concertação diplomáticas para o bem do país e do seu
povo.
O PRS assume a vanguarda da nova era de
mudança e da transformação da Guiné - Bissau através de um programa visa tão
fundamentalmente ERGUER A GUINÉ-BISSAU em crioulo bem sonante e de fácil
entendimento “PRS - LANTANDA GUINÉ”, isto é um simbolismo de fácil percepção
que mesmo não lendo o conteúdo programático, já se perceba que o foco da
governação é pôr de pé, um país deitado, parado e subjugado há mais de 4
décadas. O problema da Guiné - Bissau não é arranque, aliás, arrancar a o país
nestas condições em que se encontra é mais pura ganância e ilusão que se possa
vender ao povo guineense. O país está estagnado e enfermado, precisa ser
erguida.
O programa “PRS - LANTANDA GUINÉ” tem
como fundamento para sua concepção, a voz dos guineenses, de meio rural e
urbano, que permitiu compreender no fundo o que os guineenses querem, como
entendem o país e que país querem a curto, médio e longo prazos. Estes
elementos, levaram o partido subitamente a posicionar perante a chamada a
“CRISE DE SIMULTANEIDADE” consubstanciada na questão se é a democracia que nos
leva ao desenvolvimento ou se é o desenvolvimento que nos leva a democracia.
Partindo desta compreensão, torna possível compreender o âmago da verdadeira
necessidade e dos anseios do povo e a sua satisfação deve ser um compromisso
premente.
Os guineenses, sobretudo a população
jovem e mulheres, devem compreender sem qualquer tipo de ruído, as reais
necessidades do país, que são essencialmente duas (2):
1. A estabilidade social e política como
pressupostos para a estabilidade governativa;
2. O desenvolvimento a curto e médio
prazo.
Estas são duas premissas essenciais para
assegurar a boa condução do país num ambiente de pacificação e de trabalho
construtivo.
Para este desiderato, nenhum partido que
não o PRS é o mais bem posicionado para garantir estas duas premissas, por ser
um partido, capaz de se distinguir do Estado, cujos problemas internos nunca
perturbaram a paz social no país e, igualmente, um partido com um programa mais
realístico e susceptível de garantir o desenvolvimento socioeconómico e
sustentável do país a curto e médio prazo.
Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.
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