sábado, 22 de setembro de 2012

Bissau - A Guiné-Bissau vai celebrar no próximo dia 24 de Setembro, o 39º aniversário da sua independência, proclamada em 1973, nas Colinas de Boé e o repórter da Agênca de Noticias da Guinè-ANG auscultou a opinião de alguns políticos sobre a data. Para o líder da bancada parlamentar do Partido de Renovação Social (PRS) Serifo Jaló, os 39 anos da independência não representam muita coisa em termos de realizações, mas podia significar alguma coisa em termos de desenvolvimento do pais.

“Por esta razão, os guineenses devem unir-se a volta dos interesses comuns em detrimento dos interesses particulares, passando assim pela reconciliação nacional, reforma no sector da Defesa e Segurança”, aconselhou. Jaló defendeu ainda a abolição do clientelismo na função pública , o combate ao narcotráfico, a diferença da crença religiosa e cor partidária, acrescentando que só assim os filhos da Guiné-Bissau podem sentir-se orgulhosos do seu país e pelo que os combatentes da liberdade da pátria lutaram. “ Para mim, o sector da justiça deve merecer especial atenção porque sem ele, os guineenses não vão poder sentir-se seguros nas suas próprias casas, enquanto cidadãos e por outro lado, devem ser criadas as condições necessárias para os homens da Justiça e para que possam exercer as suas funções de forma imparcial”disse o líder da bancada parlamentar dos renovadores. Aquele responsável afirmou que a inoperância dos factos a cima referidos está na origem dos diferentes momentos conturbados que o país tem vivido até aqui. Serifo Jaló apelou a todos os guineenses para encararem a data como um momento da viragem da página da história do país que os viu nascer. Por sua vez, o Secretário Nacional do PAIGC Augusto Olivais afirmou, que com 39 anos da independência, a Guiné-Bissau escreveu uma página gloriosa e progressiva da sua história. Explicou que, nestes trinta e nove anos, o país formou vários quadros e enquanto na era colonial em quinhentos anos, um guineense só se podia concluir a quarta classe e que era mais para a classe burguesa. Aquele político, referiu que há actualmente muita disputa entre guineenses e isso só pode ser resolvido com diálogo, apontando os culpados, perdoar e ter a coragem de dizer a verdade, salientando que isso deve acontecer sem espírito de vingança. “Ninguém está interessado em estragar este país, todos nós temos que trabalhar no sentido de prevenir, e resolver os conflitos”, avisou. Olivais afirmou que todo e qualquer luta têm os seus custos, frisando que, mesmo a política quanto mais a de libertação nacional que teve derramamento de sangue e mutilados, tudo isso para sermos “donos” de nós mesmos” explicou. “Estou convicto não só como político, mas como psicólogo de profissão, que os homens são capazes de se entenderem conversando. Não é necessário levantar armas, nem matarmos uns aos outros”, concluiu Augusto Olivais. Entre cidadãos comuns as opiniões se divergem sobre os ganhos da independência. Por exemplo, o comerciante Nbá Biaguê Sissé defendeu que foi muito acertado a opção que resultou na conquista da independência nacional, pois tal permitiu por cobro a dominação colonial que imperava a séculos no país. “Porém, depois da independência e sucessivamente, o país foi mal gerido, razão pela qual nos encontramos na situação em que estamos”, destacou este homem de negócios que acusa os políticos de serem os principais responsáveis pela instabilidade que a Guiné-Bissau viveu durante todo este período. “São incapazes de governar o país”, desabafou Nba Biaguê Sissé. Ao concluir, Biaguê Sissé exortou aos guineenses a unirem-se a fim de levar o país avante, mas para tal, defendeu, “é preciso que se ponha termo a má governação, para preparar um bom futuro a geração vindoura. Opinião contrária defendeu a cidadã Elonaida Gomes Monteiro, que se mostrou bastante decepcionada com a situação de extrema pobreza que grassa na sociedade guineense, apesar de terem decorrido mais de 39 anos depois da assumpção, pelo país, da sua liberdade plena. “A única coisa que devemos fazer é juntarmo-nos como guineenses e pormos de lado questões tribais”, aconselhou Elonaida Gomes Monteiro, que evoca o diálogo como solução para qualquer diferendo entre guineenses.

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