O mundo celebra hoje, 10 de Dezembro, o dia Internacional dos Direitos Humanos sob o lema “A minha Voz Conta”
alertando a consciência da humanidade sobre a necessidade de inclusão e
da promoção de uma participação ativa de todos os cidadãos na vida
pública, independentemente, do sexo, da religião da tribo da condição
física e mental e da idade. Foi precisamente, nesta data que a
Assembleia Geral das Nações Unidas adotou em 1948, a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, um documento que conferiu à humanidade
uma convergência e visão comum sobre os valores da dignidade e ideais da
paz e desenvolvimento.
Com a aprovação desta carta magna dos
direitos humanos, a humanidade virou a página deixando por de trás,
rastos, de destruição, de ódio, de espírito de vingança enfim, de enorme
tristeza e atrocidades. Estas más memórias deram lugar a esperança, a
tolerância, a solidariedade e ao respeito escrupuloso pelos direitos
humanos, enquanto fundamentos dos estados modernos e a fatores
imprescindíveis para a consolidação da paz.
Por conseguinte, a problemática da promoção e respeito pelos direitos
humanos nos dias de hoje, representa um condicionalismo forte para o
acesso às ajudas públicas e às parcerias estratégicas no concerto das
nações. Aliás, o alcance do progresso e do desenvolvimento, dependem
necessariamente, do respeito pelos direitos humanos consagrados nos
instrumentos jurídicos nacionais e internacionais.
Contudo, estas comemorações acontecem num momento peculiar da
história recente da Guiné-Bissau, marcada pela profunda crise politica,
decorrente da alteração da ordem constitucional, no dia 12 de Abril
2012.
Esta sublevação militar provocou um grande recuo nas conquistas
alcançadas nos últimos anos, em termos da consolidação do estado de
direito e democrático. Porquanto, assiste-se progressivamente um aumento
galopante de violência, da situação de pobreza extrema, da desigualdade
social entre os homens e mulheres e do crime organizado.
Os cidadãos enfrentam, na sequência do mesmo acontecimento, uma
restrição ilegal dos seus direitos e liberdades fundamentais,
nomeadamente as liberdades de manifestação, da reunião, de imprensa, da
expressão, entre outras.
Neste contexto, o silêncio acabou por constituir o refúgio dos
principais atores políticos e sociais, como forma de salvaguardar a vida
e integridade física. Mesmo ao abrigo destas estratégias
democraticamente, inadmissíveis, vários cidadãos foram vítimas
arbitrariamente, de violações graves dos seus direitos e liberdades
fundamentais, tais como, os casos de espancamentos brutais de dois
líderes de oposição, nomeadamente Iancuba Djola N’Djai e Silvestre
Alves, tortura e execução sumaria de um cidadão de nome Luís Ocante da
Silva.
Ainda, no mesmo diapasão, as informações provenientes dos
arquipélagos de Bijagós, sustentam com plena propriedade, a tese de
assassinatos de 4 cidadãos em Bolama, na sequência do assalto ao
Aquartelamento Militar de Para-Comando a 21 de Outubro do corrente ano.
Em face do exposto, o clima político-militar e a situação no país
reclama de uma vez por todas, uma genuína e verdadeira reconciliação
nacional, fundada nos valores da justiça, tolerância, diálogo inclusivo e
respeito pelos direitos humanos.
Porém, o atual status quo, caracterizado pela violência
generalizada, sentimentos irredutíveis de ódio e vingança, associada a
impunidade, evidencia que os guineenses jamais, lograrão a paz e
estabilidade, sem a Justiça e as reformas profundas do estado, em
particular no sector da defesa e segurança.
Por conseguinte, seria um atentado aos desideratos do estado de
direito e ao processo da consolidação da paz, não fazer referencia mais
uma vez, a ausência de progressos em relação as investigações dos crimes
de índole politico que ocorreram nos últimos anos, mormente, os
assassinatos do Presidente Nino Vieira, do General Batista Tagme Na Way,
dos Deputados Hélder Proença, Baciro Dabó e recentemente do Majores
Samba Djaló, Iaia Dabo e finalmente do desaparecimento do Deputado
Roberto Ferreira Cacheu.
E, digo em viva voz, falta também o que o Governo de Carlos Gomes jr fez numa
restrição ilegal dos direitos e liberdades fundamentais de alguns cidadãos, ao abrigo destas estratégias
democraticamente, inadmissíveis, vários cidadãos foram vítimas
arbitrariamente a violações graves dos seus direitos e liberdades
fundamentais, tais como, os casos de espancamentos brutais de dois
líderes de oposição, nomeadamente Faustino Imbali, Pedro Infanda e Francico Fadul.
Conquanto, a LGDH aproveita esta ocasião para exigir das autoridades
judiciais um rápido esclarecimento cabal e transparente dos
acontecimentos trágicos acima referidos, como forma de erradicar a
impunidade no país, e criar bases solidas rumo à consolidação da paz e a
reconciliação nacional.
Para concluir, a luz do lema do presente ano “A Minha Voz Conta”,
a sociedade guineense deve abraçar doravante os ideais dos direitos
humanos como critérios e bases de uma convivência pacífica solidaria em
que todos os cidadãos, homens, mulheres, pessoas com deficiência,
crianças, idosos emigrantes, possam desfrutar de igualdades de
oportunidades em todas as esferas da vida.
Pelas Futuras Gerações e pela nossa! Trazemos a Sabedoria dos Antigos e do nosso Tempo! Não renegamos a nossa Cultura nem rejeitamos o contributo válido de qualquer outra! Compreendemos melhor o Passado e perspectivamos na medida justa o nosso Futuro Colectivo! Não pretendemos ter o exclusivo da Verdade! Reflectimos sobre o que achamos de interesse comum, como contributo para o nosso Desenvolvimento Colectivo, para o qual você está convidado a ter Opinião!
Subscrever:
Enviar feedback
(
Atom
)
Sem comentários :
Enviar um comentário
COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.