O presidente da Liga dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau (LDH), Luís Vaz Martins, defendeu hoje que o golpe de Estado de 12 de abril do ano passado constituiu "uma das maiores crises" nos direitos humanos no país.
A LDH, disse, "considera importante a
determinação, o mais breve possível" de um período para uma transição
inclusiva e que o mesmo não seja superior a um ano a contar de hoje, e que é
"desajustado e inaceitável fazer eleições num contexto de insegurança e
medo generalizado".


Luís Vaz Martins apelou ainda a toda a comunidade
internacional para que se entenda sobre o processo de transição e sobre a
reforma do setor de defesa e segurança da Guiné-Bissau.
Guadalupe de Sousa, em nome da ONU, disse que
houve alguns avanços no país em termos de direitos humanos, sobretudo a nível
de legislação, mas acrescentou haver muito para fazer, garantindo para tal o
apoio das Nações Unidas.
De acordo com as conclusões do relatório, "é
mais do que evidente que o estado em que se encontra o país em termos de
direitos humanos é extremamente grave" e se não forem tomadas medidas,
prevê a LDH, "haverá mais conflitos, assassínios e violações de direitos
humanos e liberdades fundamentais".
Diz o documento que "as autoridades
políticas guineenses não dispõem de nenhum poder efetivo, o que impede que se
conheçam realmente as suas verdadeiras opções no que concerne às reformas nas
Forças Armadas ou estabilização do país".
A LDH diz que o golpe de Estado ocorrido no país
no ano passado deteriorou "de forma preocupante" a situação dos
direitos humanos e que "a situação é cada vez mais deplorável", já
que se vive "um clima de tensão, de medo generalizado, de terrorismo de
Estado contra os seus próprios cidadãos".

"Hoje, mais do que nunca, um dos desafios
maiores que a Guiné-Bissau enfrenta é encontrar fórmulas claras e eficientes
para estancar as ondas de impunidade, e consequentemente consolidar o Estado de
direito e promover a paz", diz o relatório.
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