quinta-feira, 14 de março de 2013

PRS concorda com remodelação do Governo guineense que mantenha PM

Bissau - O Partido da Renovação Social (PRS), o segundo mais votado na Guiné-Bissau nas últimas eleições legislativas, concorda com uma remodelação governamental "profunda", desde que se mantenha o primeiro-ministro, Rui de Barros.
"Concordamos com uma remodelação em maio, com um Governo de base alargada e inclusiva, desde que se mantenha o primeiro-ministro", disse hoje em conferência de imprensa o vice-presidente do partido Jorge Malu.
Numa conferência de imprensa para se posicionarem sobre o atual momento político da Guiné-Bissau, os dirigentes do partido disseram que o PRS está pronto para eleições "no mês que vem" mas defenderam que o período de transição deveria de ser de mais 18 meses.
A Guiné-Bissau vive um período de transição na sequência de um golpe de Estado, a 12 de abril do ano passado, que derrubou os governantes eleitos. O período de transição deveria terminar até maio deste ano, mas foi prorrogado até final do ano. Parceiros internacionais e alguns partidos defendem eleições este ano e outros defendem o aumento do período para 2014.
Certório Biote, também vice-presidente, explicou que o PRS defende uma maior transição, mas que está aberto "a discutir com os parceiros e a alterar a posição, quando for convencido pela maioria".
O responsável afirmou ainda que o PRS também está disposto, se vencer as eleições, a protagonizar um Governo de inclusão. Aliás, disse, deveria haver um "segundo período de transição, de 10 a 15 anos" durante o qual os partidos deviam "andar juntos" num quadro constitucional.
"Queremos banir da mentalidade guineense que quem ganha, ganha tudo, e que quem perde, perde tudo", acrescentou Jorge Malu.
Na conferência de imprensa, ficou ainda esclarecido que o PRS não defende a dissolução da Assembleia Nacional Popular (ANP) mas que considera essencial a criação de outro órgão, mais abrangente, que tome decisões e que as submeta à ANP.
A questão da criação de um órgão legislativo de transição paralelo à ANP tem suscitado polémica na Guiné-Bissau. O PRS defendeu a sua criação mas salvaguardou que não seria um órgão com as mesmas competências que o Parlamento, mas apenas "um espaço de concertação" e de diálogo mais alargado, que se submeteria à ANP.
"Não é um órgão deliberativo, não delibera em nada, é um espaço de concertação, de inclusão, de dar voz, e essa voz é importante. O que falta é um espaço de diálogo. O maior problema dos guineenses é a desconfiança. Esse espaço em nenhum momento substitui o Parlamento", explicou Jorge Malu.
De acordo com o PRS, esse "espaço de concertação", para garantir a abrangência necessária, deverá "ficar sob a dependência do Presidente da República de transição" e abranger "atores" políticos, sociais, confessionais e poder tradicional.
Um documento do partido distribuído aos jornalistas define assim as funções desse espaço: "para que as questões essenciais de regime possam aí ser debatidas, deliberadas e depois adotadas pela ANP".

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