O Brasil, que tem o maior território e a maior população, é responsável pela maior parte da riqueza gerada entre os países lusófonos: 86%.
Se as oito nações integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) fossem um só país, representariam a sexta economia do mundo, com Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 2,47 trilhões (dado de 2010). O Brasil, que tem o maior território e a maior população, é responsável pela maior parte da riqueza gerada entre os países lusófonos: 86%.
Os dados foram consolidados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE). Segundo a publicação divulgada na última sexta (12), o PIB conjunto de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste teve média de crescimento anual entre 2003 e 2010 de 3,8%. A taxa foi puxada por Timor Leste (17,2%) e por Angola (13,3%). As taxas de Guiné-Bissau (3,1%) e de Portugal (0,7%) foram as mais baixas.
O crescimento do Brasil no período ficou ligeiramente acima da média (4,4%). Em compensação, os brasileiros tiveram o melhor ganho em valores absolutos na distribuição do PIB per capita: US$ 7.442 por pessoa (alta de 202% entre 2004 e 2010). Em termos percentuais, apenas Angola e Timor-Leste tiveram incremento do PIB per capita acima do registrado no Brasil, com alta de 292% e 223%, respectivamente no período.
O dado não diz respeito à desigualdade entre extratos sociais (medido pelo coeficiente de Gini) ou à qualidade de vida (medido pelo Índice de Desenvolvimento Humano, por exemplo), mas revela que o Brasil e os demais países que compõem a CPLP, à exceção de Portugal, ainda estão longe do padrão atingido na Europa, apesar da crise. Em 2010, o PIB per capita português era de mais de US$ 21,5 mil por pessoa, quase o dobro do Brasil (US$ 11 mil por pessoa), o segundo colocado na comunidade.
O Brasil também é o mais próximo de Portugal nos itens que avaliaram a fecundidade das mulheres e o envelhecimento da população. À época do recenseamento, apenas 15,1% dos portugueses tinham 14 anos ou menos, enquanto no Brasil as crianças e adolescentes nessa faixa etária representavam 24,1%.
“Em oposição, a faixa etária mais jovem representava, em 2010, 47,4% da população angolana e 45,4% da moçambicana”, assinala o INE. Conforme os dados, o Brasil é o país com maior percentual de população em idade economicamente ativa (15 a 64 anos), 68,5%; e Portugal, o país com mais idosos (65 anos ou mais) proporcionalmente: 18,2%.
Os indicadores sociais consolidados ainda ilustram grandes diferenças existentes entre os países lusófonos, como no caso da expectativa de vida. “Em 2010, a expectativa de vida nos oito países da CPLP apresentou os valores mais baixos em Guiné-Bissau (46,8 anos) e em Angola (48,4 anos). No ranking seguiu-se Moçambique (52,1 anos), Timor-Leste (64,2 anos), São Tomé e Príncipe (67,6 anos), Brasil (73,4 anos), Cabo Verde (74,5 anos) e Portugal, que se encontrava no topo, com 79,2 anos, no conjunto de ambos os sexos”.
Também há discrepâncias nos dados relativos à taxa de mortalidade infantil. Em Guiné-Bissau, a taxa em 2010 ficou em 118,7 óbitos de crianças com menos de um ano, por mil nascidos com vida. Em Angola, a taxa de mortalidade ficou em 114,9 óbitos por mil. Brasil (15,6), Cabo Verde (14,8) e Portugal (2,5) registraram as menores taxas de mortalidade.
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