segunda-feira, 15 de julho de 2013

Ramos-Horta defende recenseamento manual para eleições

Bissau - O representante da ONU na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, considerou hoje (segunda-feira), em Bissau, que um recenseamento biométrico para as eleições de Novembro no país, "seria extremamente moroso e oneroso", e defendeu um recenseamento manual, noticiou a Lusa.

Introduzir agora um recenseamento biométrico, no período de transição, "em tempo muito limitado, pode na realidade afectar o cumprimento dos prazos", disse Ramos-Horta, numa conferência de imprensa, no âmbito do final de uma missão de avaliação da ONU sobre as necessidades da Guiné-Bissau para o processo eleitoral.

 A Guiné-Bissau, vive um período de transição na sequência de um golpe de Estado em Abril do ano passado, a meio de umas eleições presidenciais que foram contestadas por alguns candidatos, que referiram fraudes e exigiram um recenseamento de raiz e biométrico.

actualmente, os principais partidos não têm feito questão de se fazer neste momento esse tipo de recenseamento, embora o Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, o tenha defendido recentemente.

Na conferência de imprensa, Ramos-Horta, que hoje (segunda-feira), esteve reunido com Serifo Nhamadjo, disse que nem os partidos nem o Presidente nem o primeiro-ministro "fazem grande questão em relação ao sistema biométrico".
 
Ramos-Horta disse não ter dúvidas de que há "vontade política de se realizar eleições" a 24 de Novembro e disse que a ONU propõe um sistema de recenseamento manual "mas mais refinado, com mais garantias", ao contrário do que existe actualmente, em que os cartões de identificação não têm fotografia.

O recenseamento biométrico, adiantou Ramos-Horta, seria feito a médio prazo, "dentro de toda uma estratégia de reforma e modernização do Estado" que seria apoiada pela ONU após as eleições.

Além disso, acrescentou, as próximas eleições devem ser vistas "não como mais um acto de rivalidade, mas como um esforço para unir os guineenses" para que nos próximos anos o país possa ser reorganizado, a economia dinamizada e a paz consolidada.
 
"Não é necessário muito nervosismo em relação às próximas eleições porque não vai haver perdedores. Há um compromisso dos partidos em que após o anúncio dos resultados se começa logo as negociações para formar um governo de grande inclusão", disse.

Se tudo correr bem, o próprio secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, vai estar na Guiné-Bissau para presidir a uma conferência de parceiros de desenvolvimento para mobilizar recursos para o país para os próximos três a cinco anos, disse Ramos-Horta.

O representante do escritório das Nações Unidas na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), disse que estão já mobilizados apoios para a Guiné-Bissau, incluindo o de Timor-Leste (país do qual é originário) e que há dinheiro (mais de três milhões de euros) para o início do processo eleitoral.

Além de mais de um milhão de euros que restaram das anteriores eleições (inacabadas), a União Europeia vai disponibilizar mais dois milhões de euros e países como Portugal ou o Brasil também já se disponibilizaram para dar apoio técnico ao processo eleitoral, disse Ramos-Horta.

As autoridades guineenses terão de, urgentemente, concluir o processo cartográfico e tomar uma "decisão sobre o recenseamento eleitoral manual", referiu.

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