sábado, 28 de setembro de 2013

Guiné-Bissau espera ajuda do Brasil para eleições de novembro

O presidente de transição do país africano, Manuel Serifo Nhamadjo, teme que a posição coletiva da CPLP impeça o auxílio brasileiro. Ele ainda solicitou apoio da comunidade internacional para a realização do recenseamento, sem o qual as eleições ficariam inviáveis.

Nova York - O presidente de transição da Guiné-Bissau, Manuel Serifo Nhamadjo, disse que seu país conta com a ajuda do Brasil para realizar as eleições gerais, marcadas para dia 24 de novembro.

Em entrevista exclusiva à Rádio ONU, pouco antes de discursar na Assembleia Geral, Nhamadjo elogiou o apoio dado pelo Brasil há vários anos, mas disse que receia mudanças por causa da situação política gerada com o golpe de 12 de abril na Guiné.

A respeito da possível ajuda do sistema de urnas eletrônicas do Brasil, o presidente avalia que seria um ótimo auxílio. Mas, ponderou: "O presidente Ramos Horta esteve lá, eu não sei o que é que se evoluiu. Acredito que dentro desta comunidade CPLP, da posição que tem em relação aos acontecimentos de 12 (de abril), poderá contribuir para esse recuo na participação do Brasil. Não sei, não sei...".

O Brasil lidera a estratégia de paz para a Guiné-Bissau na Comissão de Consolidação da Paz das Nações Unidas. O País também realiza ações de apoio ao desenvolvimento no contexto da Cooperação Sul-Sul.

Apesar dos receios de Nhamadjo, ele reconhece a boa relação com outras nações lusófonas dentro da CPLP. "Cabo Verde é um país de relações históricas muito sólidas, não são esses pequenos incidentes que vão criar problemas ou que vão pôr em causa essa nossa relação histórica, e com São Tomé a mesma coisa", avalia.

E ele continua: "Falando de São Tomé, fala-se de Angola e de Moçambique. São todos países irmãos e nós temos uma cumplicidade histórica, que é impensável dizer que teremos problemas de maior. Há um incidente, que deve ser analisado e situá-lo no seu momento, no seu contexto, para que depois das eleições, o país se reencontre com todos esses países irmãos, para o desenvolvimento que todos desejamos".

Ao retornar à tribuna da Assembleia Geral, após dois anos sem discursar na casa, o presidente da Guiné-Bissau pediu o apoio de todos os países da ONU para restaurar a ordem constitucional no País. "Aguarda o apoio internacional para que possamos iniciar o recenseamento, sem o qual as eleições não poderão ter lugar", solicitou.

O Escritório das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Uniogbis, que é liderado pelo ex-presidente do Timor-Leste, José Ramos Horta, está trabalhando junto com autoridades guineenses no apoio da realização das eleições.

Segundo Ramos Horta, vários doadores internacionais estão à espera de um protocolo claro sobre a realização do pleito para que possam fazer suas promessas de doação financeira.

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